terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Riqueza promove a imoralidade-Ciências sociais

Seja na estrada, em uma conversa ou nos negócios - socialmente melhor mentir e enganar mais provável. Esta é, obviamente, mais do que um preconceito, como experimentos de cientistas sociais agora mostrar. A tendência para a ganância, portanto, baseado em um simples pretexto.

Informações

Washington - Rico mentira e enganar com mais freqüência do que as pessoas com menor posição social. Eles também pegar outra estrada com mais freqüência o direito de passagem - que é o resultado de sete experimentos, os pesquisadores baseados nos EUA na revista "Proceedings of the National Academy of Sciences",imagina . Provavelmente se comportou membros estratos sociais superiores, portanto, imoral, porque a ganância será visto nesta parte da sociedade de uma forma positiva, os psicólogos especular.

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Embora, provavelmente há algumas exceções, os pesquisadores enfatizam. No entanto, observaram que as pessoas se comportam com os carros mais caros, obviamente, na estrada mais vezes injustamente: Em San Francisco tomaram o direito de passagem em uma interseção com freqüência e com menos frequência diminuiu para os peões à espera de uma faixa de pedestres.

Em outros, o estudo especificamente induzida nessas situações se comportou menos decente, que pertencia a sua própria avaliação de uma classe social mais elevada.De acordo com Paulo Piff da Universidade da Califórnia em Berkeley e seus colegas nestes pacientes foram mais freqüentemente enganado em um jogo onde eles poderiam ganhar dinheiro. Eles deram entrevistas também mentir para um candidato durante uma entrevista de emprego, em vez, quando perguntado sobre isso, o quão seguro é o lugar.

As pessoas mais pobres são facilmente tentados

Quem declarar-se aos superiores sociais levaria uma situação hipotética e não copiar de papel do escritório, copiar ilegalmente software ou espionar uma empresa rival. Eles também tendem a manter a mudança, que tem recebido muito.Quando os pesquisadores ofereceu aos participantes os doces que foram destinados especificamente para as crianças na porta do laboratório ao lado, os ricos também atacou com mais freqüência do que indivíduos nas classes mais baixas.

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Pode perguntar à primeira vista que, escrevem os pesquisadores, porque teria realmente necessário camadas mais inferiores, para enganar e ganhar uma vantagem. Mas não é o maior status social por si só é responsável pelo comportamento menos moral, mas a atitude dos temas a cobiça: os membros das camadas mais altas viu essa característica de ser menos negativo. "A educação econômica com seu foco na maximização do interesse próprio pode levar as pessoas ao desejo de ser visto como positivo e benéfico", especulam os investigadores. Você também pode promover essas características, as chances de riqueza.

Mas, mesmo socialmente desfavorecidas Perguntado poderia ser tentado a comportamento imoral: um experimento no qual os pesquisadores pediram aos voluntários sobre a listar três primeiras vantagens da ganância. Este foi o cenário original do participante para manipular essa característica e são movidos para o positivo. Na verdade, os indivíduos se comportaram, então, claramente injusto e egoísta do que nas rodadas anteriores. "Nós suspeitamos que os indivíduos das camadas superiores e inferiores não diferem necessariamente na sua capacidade de se comportar de forma antiética, mas sim em sua tendência a fazer o mesmo", diz o estudo.

Mas é claro que existem exceções, onde as pessoas se comportam na classe mais elevada e muito ético "para servir a um propósito maior", escrevem os pesquisadores. Como exemplo, eles chamam o fundador da Microsoft Bill Gates, cuja fundação promove privada sobre a busca de vacinas e financia luta contra a AIDS, assim como o ex-vice presidente da empresa Worldcom e Enron, Cynthia Cooper e Watkins Sherron. Ambos tinham sido fraude e má conduta em público e empresas públicas. A conclusão dos investigadores é: "A classe social e comportamento antiético nem sempre nem necessariamente ligada."

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]Foi vendendo coroas fúnebres que o jovem empresário Eduardo Gouveia, de 25 anos, conseguiu alcançar seu primeiro milhão, em menos de um ano. Formado em Administração de Empresas e pós-graduado em Marketing, ele abandonou o emprego para ser empreendedor quando identificou uma oportunidade que ninguém havia enxergado.

Em setembro de 2010, ele criou o site Coroas para Velório, um serviço online para compra e entrega de coroas de flores diretamente nos velórios e cemitérios de todo o país. No primeiro mês de atividade, somados os pedidos do site e via telefone, vendeu 17 coroas. Hoje, a lista aumentou para 500 pedidos mensais e, já no primeiro ano de atuação, a empresa chegou ao faturamento de R$ 1,5 milhão.

O segredo do sucesso de Gouveia está na parceria. Ele não possui floricultura própria, mas trabalha com 207 lojas espalhadas por todo o Brasil que são responsáveis pela entrega do produto. Nas capitais e grandes centros, o prazo é de 1h, já nas cidades do interior o tempo é de 1h30. “Não dá para demorar mais do que isso. O velório ou o enterro não vão esperar até que a coroa chegue para acontecer”, afirma o empresário.

Para dar conta do prazo curto até mesmo em pequenas cidades do interior, a estratégia do empreendedor foi selecionar parceiros bem estruturados em grandes centros regionais com condições de atender o próprio município e as cidades no entorno. “Temos de ser rápidos no trabalho. Por isso, as floriculturas não podem ser muito pequenas, precisam ter condições de fazer as entregas dentro do prazo.”

Morte do avô inspirou ideia de negócio

A visão de mercado surgiu em janeiro de 2010, quando o avô do empresário morreu. Na época, Gouveia ainda era funcionário da iniciativa privada e buscou na internet um site para efetuar a entrega de uma coroa em homenagem ao avô. Sem sucesso, ele ainda percorreu alguns bairros da capital paulista até encontrar uma floricultura que oferecesse o serviço. “Minha percepção, na hora, foi a de que não existia nenhuma praticidade para este serviço na internet.”

Foi justamente esta dificuldade que despertou o interesse do empreendedor. Durante meses ele pesquisou profundamente o funcionamento de uma floricultura, preços das coroas, concorrência e até os números do setor funerário. “Percebi que há grandes floriculturas na internet e o mercado já está saturado. A oportunidade estava em vender coroas de flores”, diz.

Principais clientes são empresas

Não comece um negócio inventando e gastando demais. Faça o simples e invista aos poucos, conforme o mercado se mostrar atraente

Eduardo Gouveia, criador da empresa Coroas para Velório

Gouveia também notou que o principal público do seu negócio são as empresas. No começo, ele utilizou os contatos deixados no antigo emprego para divulgar o seu empreendimento e pediu para outros amigos entregarem panfletos publicitários em suas respectivas corporações. “Hoje, cerca de 85% dos nossos clientes são empresas privadas.”

Largar um emprego estável com um bom salário é um dos pontos que mais desencorajam algumas pessoas a abrir o próprio negócio. Como a maioria, Gouveia sentiu um leve frio na barriga antes fazer a mudança, porém, não teve medo de arriscar. “Foi uma troca do certo pelo duvidoso. Mas, o time era perfeito, sou jovem e não tenho pessoas que dependam de mim.”

Comodidade e facilidade são diferenciais do serviço

As maiores vantagens oferecidas pela Coras para Velório é a facilidade efetivar as compras e agilidade na entrega. Além disso, caso um cliente não saiba onde o corpo esteja sendo velado ou enterrado, a própria empresa entra em contato com o serviço funerário local e levanta as informações. “Quando passamos as informações de endereço e horário para os clientes, eles percebem que a empresa é séria e sentem-se mais à vontade”, afirma Gouveia.

Outro aspecto positivo destacado pelo empresário é a forma de pagamento. Algumas empresas privadas fazem um contrato e pagam todos os pedidos efetuados no mês em um único boleto. Já os clientes avulsos têm a comodidade de poder pagar até 15 dias após a compra. “Não é legal cobrar um cliente que acabou de perder um amigo ou colega. Por isso, damos um prazo maior.”

  • Aline Arruda / UOL

    Os sócios Eduardo Gouveia (à esquerda) e Bruno Peres (à direita) pretendem aumentar média de vendas para 2.000 coroas por mês até dezembro

Entrar em um ramo de atividade delicado como é o mercado funerário causou, no início, desconfiança por parte de alguns amigos. Poucos sabiam do potencial existente ali, mas hoje já percebem a comodidade e a facilidade em comprar este tipo de produto pela internet.

Gouveia diz que nunca se sentiu constrangido em falar do seu trabalho e enaltece a importância do tipo de serviço prestado. “Trabalhamos com as últimas homenagens. Nosso foco é viabilizar que o carinho e o afeto de amigos ou colegas sejam transmitidos aos familiares da pessoa que partiu.”

O empreendedor, que começou a tocar o negócio sozinho, hoje já conta com um escritório alugado, dois funcionários e um sócio, o amigo Bruno Peres, 27. Os dois empresários estão otimistas e planejam um crescimento ainda maior para a empresa em 2012. “Nossa expectativa é aumentar a média mensal de vendas para 2.000 coroas e contratar uma pessoa para atender exclusivamente pedidos das grandes empresas”, declara Peres.

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Depósito milionário para ex-vice do BB é investigado

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DE SÃO PAULO

Hoje na FolhaO ex-vice-presidente do Banco do Brasil Allan Toledo, que até dezembro ocupava uma das áreas mais importantes da instituição, está sendo investigado por ter recebido quase R$ 1 milhão numa conta bancária no ano passado, informa reportagem de Andreza Matais, publicada na Folhadesta terça-feira (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).

Além de abrir uma sindicância interna para apurar o caso, o banco também notificou a Polícia Federal.

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O executivo recebeu em sua conta depósitos mensais no valor de R$ 953 mil. O dinheiro foi transferido para a conta dele pela aposentada Liu Mara Fosca Zerey, de 70 anos.

OUTRO LADO

Toledo disse ser procurador da aposentada e que abriu a conta no banco para administrar o dinheiro dela.

Segundo ele, o valor é proveniente da venda de uma casa da aposentada, localizada no Novo Brooklin (São Paulo), para o empresário Wanderley Mantovani.

Certidão da Prefeitura de São Paulo, porém, mostra que a casa continua em nome de Liu Mara Fosca Zerey. Também não há registro em cartório de compra e venda do imóvel e a aposentada continua morando na casa um ano e dois meses após a transação alegada.

Leia mais na Folha desta terça-feira, que já está nas bancas.

Editoria de Arte/Folhapress

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Afortunados

São Paulo – A Casa Branca pode ser comanda em breve por um dos políticos mais prósperos da história dos Estados Unidos. Mitt Romney, favorito a disputar as eleições presidenciais americanas pelo partido Republicano, tem o dobro das fortunas dos últimos oito presidentes americanos somadas.

No entanto, os mais de 200 milhões de dólares que o Republicano tem em sua conta, segundo estimativas, ainda são modestos diante das fortunas dos políticos mais ricos do mundo.

Não há uma lista definitiva, já que os patrimônios dos chefes de estado por vezes se confundem com a riqueza dos países que comandam - é o caso dos monarcas que lideram muitas das potências exportadoras de petróleo do Oriente Médio. Não por acaso, as famílias que controlam politicamente os territórios da região possuem fortunas estimadas em muitos bilhões de dólares.

Mas os magnatas do ouro negro não são os únicos a figurar entre os mais ricos do mundo da política. Grandes empresários, como Michael Bloomberg (foto) e Mikhail Prokhorov, também optaram por se aventurar no meio e não fazem feio no quesito “conta bancária”.

Clique nas fotos para conhecer alguns representantes do clube dos bilionários da política.

]O Brasil deve aumentar seu poderio militar porque só soft power (poder brando) não basta, e uma maior capacidade brasileira em defesa abre a possibilidade de cooperação com os EUA. É o que sugere Richard Haass, que fez carreira na diplomacia americana, ocupando postos importantes em governos republicanos, e desde 2003 preside o Council on Foreign Relations, centro de estudos influente na política externa do seu país.

Ele falou à Folha após viagem de estudos de uma semana em que liderou uma delegação de 19 pessoas por Rio, São Paulo e Brasília, incluindo reuniões com a presidente Dilma Rousseff e o chanceler Antonio Patriota.

Abaixo, a íntegra da entrevista:

FOLHA - Em que essa viagem mudou ou não sua percepção do Brasil?
RICHARD HAASS - Tenho vindo aqui há 15, 20 anos. É difícil não ficar impressionado com o sucesso econômico. O que realmente me impressionou é que parei de pensar no Brasil como um país em desenvolvimento; o vejo como um país maduro. Seus desafios econômicos e sociais me lembram os EUA: a infraestrutura obsoleta, a educação, o capital humano, o peso dos impostos e da estrutura regulatória.
Outra coisa é como é boa relação entre EUA e Brasil. Não significa que concordamos em tudo, mas o nível de conforto é alto.

FOLHA - O subsecretário de Estado William Burns descreveu o Brasil como uma "potência global emergente". Usaria a mesma descrição?
HAASS - A resposta curta é sim. A palavra emergente é difícil. Em alguma medida, o Brasil já chegou lá. Economicamente, o Brasil já é uma potência mundial. Diplomaticamente, tem assumido um papel maior. Militarmente, ainda é modesto, e tem que decidir que tipo de capacidade o país quer, que papel quer desempenhar.

FOLHA - Sobre o que foi a conversa com a Dilma, sobre a relação bilateral?
HAASS - Foi bastante sobre isso, e também sobre a visão dela sobre a América. Como americano, achei alentador. Nos EUA temos um debate permanente sobre se estamos em declínio. É bom ter uma conversa com sua presidente em que ela se mostrou tão confiante e positiva sobre a capacidade de os EUA superarem seus problemas, nossa flexibilidade, nossa abertura, nossa criatividade, nossa tradição de inovação, a capacidade de adaptação. Às vezes em nossos debates internos esquecemos disso.

FOLHA - Dilma tem ressaltado a vontade de aprofundar o intercâmbio com os EUA em educação, inovação. Isso é suficiente para a relação? Toda a viagem de Burns girou em torno da decisão da Força Aérea de cancelar a licitação vencida pela Embraer.
HAASS - Sempre haverá dificuldades sobre essa ou aquela decisão, mas fora do governo coisas como essas parecem pequenas, uma distração em relação ao quadro maior de uma relação cada vez maior entre dois países que enfrentam desafios comuns em suas economias, suas sociedades.

FOLHA - Aprofundar a parceria em defesa é importante para a relação bilateral?
HAASS - Apoio uma relação maior entre os dois países no campo da defesa. Gosto da ideia de que o Brasil desenvolva maiores capacidades nessa área. Isso abre a possibilidade de que o Brasil e os EUA possam ter parcerias em desafios na Ásia, no Oriente Médio ou na América Latina. Não vamos concordar sempre, mas se o Brasil não tem essa capacidade e se nós não temos a cooperação, mesmo se concordarmos, não podemos fazer muito.
Gosto da ideia de o Brasil gradualmente desenvolver maior poder militar. Precisamos de parceiros. Não precisa ser um aliado, pode manter sua independência, mas ter uma uma colaboração seletiva quando vermos coisas do mesmo modo, e a defesa é parte disso.
As pessoas aqui gostam de falar de soft power, muito bem. Mas há épocas no mundo em que você precisa se voltar para o poder duro. Às vezes a economia e a diplomacia são suficientes, mas às vezes nenhuma das duas funciona, e você precisa usar a força militar. Nessas ocasiões, esperaria que houvesse ao menos a possibilidade de cooperação entre Brasil e EUA.

FOLHA - Uma pergunta que se faz aqui é se o Brasil pode ser uma potência mundial sem armas nucleares, como as potências atuais têm. Qual a sua opinião?
HAASS - Um país pode ser um poder regional ou global sem armas nucleares. Pense no Japão, na Alemanha, na Turquia e na África do Sul. Em segundo lugar, ter armas nucleares não torna um país uma potência necessariamente. Veja o caso da Coreia do Norte e do Paquistão.
Finalmente, a maioria dos países que são potências e têm armas nucleares são potências por outras razões. Isso se aplica aos EUA, à China e a outros. O Brasil pode se tornar uma potência global sem armas nucleares. Não vejo nenhuma razão estratégica para que o Brasil as desenvolva. Não aumentaria a segurança do país, mas complicaria muitas de suas relações e drenaria recursos.

FOLHA - Por suas conversas aqui, considera que há consenso sobre o papel que o Brasil deve desempenhar no mundo?
HAASS - Consenso é uma palavra muito forte. Acho que há um debate sobre as prioridades internas e internacionais. Não é surpreendente porque a ideia de o Brasil ser um ator global e não regional é relativamente nova.
Um exemplo: agora vocês têm a realidade desses grandes recursos petrolíferos na costa. Isso tem consequências, o Brasil vai ter que repensar como dar segurança a esses grandes investimentos.

FOLHA - Por que, apesar de ainda haver divergências entre os dois países sobre o Irã, a tensão não é a mesma de dois anos atrás?
HAASS - Em parte é porque, quando a relação melhora, você aprende a discordar. Também acho que o critério de uma relação não é se você concorda todo o tempo, isso é impossível. Mas você faz com que as áreas em que você discorda não travem o caminho daquelas em que você coopera. Acho que há mais áreas de concordância na economia e na diplomacia. Na Síria há bastante concordância.
Muitos americanos no negócio, entre aspas, da política externa, não pensávamos no Brasil há 20 anos. Isso mudou e essa é uma da razões pelas quais o Council on Foreign Relations está no Brasil agora, porque é importante globalmente. A relação está se tornando mais ampla e profunda.

FOLHA - O sr. teme uma nova guerra no Oriente Médio antes do fim do ano?
HAASS - É uma possibilidade. No caso do Irã, uma possibilidade real. Escrevi um artigo em que argumentei que, além de continuar pressionando com sanções, deveríamos oferecer uma proposta diplomática ampla. Não sei se o Irã vai aceitar, e se não aceitar, acho que as chances de um ataque por Israel, pelos EUA ou por outro país é uma possibilidade real. Claro que é passo arriscado e custoso, mas ninguém deve subestimar o custo de o Irã ter armas nucleares.

FOLHA - O Brasil consultou o secretário-geral da ONU sobre a legalidade de um ataque ao Irã. O sr. conversou sobre esses temas com o Patriota?
HAASS - Um ataque às instalalações nucleares do Irã seria o se chama de ataque preventivo. É controvertido legalmente, diplomaticamente. A questão é se, apesar disso, dada a trajetória do Irã, dada a implicação potencial de uma bomba iraniana, ainda vale a pena fazer. Para mim a lei internacional não é preto e branco, tem muito cinza. Um líder israelense pode pensar que tem que pesar a lei, mas também a segurança de seu país. Os EUA têm que pensar em seu compromisso com Israel, sua oposição à proliferação nuclear, o preço e a oferta de petróleo, a criação de um precedente nas relações internacionais sobre o uso da força. Há toda uma gama de considerações, e não será uma decisão fácil para ninguém.

FOLHA - O Brasil deveria voltar a ser chamado para as negociações com o Irã?
HAASS - Não vejo razão no momento. O Irã tem uma linha de comunicação clara com a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica). No momento o problema não é a falta de mediadores, mas a recusa do Irã em cumprir suas obrigações internacionais. Se o P5+1 (as cinco potências do Conselho de Segurança) e a ONU estiverem dispostos a pôr na mesa uma oferta razoável, que não seja para humillhar o Irã mas permita que o país tenha atividades limitadas nessa área, desde que coopere com os inspetores internacionais, não precisamos do Brasil ou de outro país nas negociações. Não queremos ter uma situação em que temos cinco mediadores e os iranianos escolham qual querem, e usam a situação para ganhar tempo. Isso não é uma crítica ao Brasil, acho que há clareza sobre o que é necessário e a verdadeira questão é se o Irã está disposto a compromissos.

FOLHA - A força-tarefa do CFR recomendou que os EUA apoiem a candidatura brasileira ao Conselho de Segurança da ONU. Isso lhe pareceu importante para os brasileiros?
HAASS - O assunto aparece algumas vezes, mas não sempre. Para alguns é importante como um símbolo, para outros por causa da substância, porque o Brasil estaria numa posição de maior influência. Para outros não tem tanta importância.
Para ser honesto, eu tenho duas posições sobre isso. Eu acho que Brasil, Índia e Japão deveriam ter cadeiras permanentes no Conselho de Segurança, que não reflete mais a realidade geopolítica.
Por outro lado, por causa dos vetos e com mais países, a inação que às vezes existe hoje vai continuar. Não acho que se deve equiparar a ONU com multilateralismo. O Brasil não precisa ser membro do CS para ter um papel importante no mundo.

FOLHA - Os EUA anunciaram prioridade para o Pacífico, por causa da China. Como o Brasil se encaixa nisso?
HAASS - Há um ajuste na política externa americana, de afastamento do Grande Oriente Médio e aproximação com a Ásia-Pacífico, onde acredito que muito do século 21 será traçado e decidido. Para os EUA fazerem isso, precisamos pôr a economia interna em ordem e ter parceiros para trabalhar conosco na região. O Brasil é um parceiro potencial. Também precisamos que este hemisfério permaneça estável. Parte da capacidade de nos envolvermos mais com a Ásia depende da estabilidade das Américas. Há poucas grandes potências na história com vizinhanças pacíficas e estáveis. Nós temos, em grande medida. É uma exceção extraordinária e um luxo em termos históricos. Mas é também algo que deve continuar a ser trabalhado pelo Brasil e os EUA. Para mim tudo isso reforça o argumento de que Brasil e EUA devem ter um diálogo estratégico.

FOLHA - Já se falou muito na perspectiva de uma rivalidade crescente entre Brasil e EUA. Acredito nisso?
HAASS - De jeito nenhum. Brasil e EUA enfrentam desafios e oportunidades. De certa maneira, ou vamos ter sucesso juntos ou vamos fracassar juntos, seja no hemisfério ou além.

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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Stratfor, em parceria com jornal brasileiro,

WikiLeaks: Stratfor, em parceria com jornal brasileiro, capta informações para EUA e prediz morte de Chávez

27/2/2012 13:43, Por Redação - de São Paulo

Stratfor

A Stratfor é uma espécie de agência privada de inteligência, nos EUA, com ramificações por todo o mundo

Denunciada nesta segunda-feira em uma série de telegramas vazados na internet, pela página doWikiLeaks, a possível parceria entre o diário conservador carioca O Globo e a StratforGlobal Intelligence, pode ser a responsável pelo vazamento da notícia de fundo na polêmica nota do colunista Merval Pereira, publicada na edição de 16 de fevereiro, na qual ele prediz a morte do líder venezuelano, Hugo Chávez, em menos de um ano. A empresa norte-americana fornece serviços de inteligência confidenciais para grandes corporações dos EUA e também para e agências governamentais, incluindo o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos , os fuzileiros navais norte-americanos e Agência de Inteligência de Defesa dos EUA.

Pereira aponta sua fonte na pessoa do ex-embaixador dos Estados Unidos na OEA, Roger Noriega, que “invocando informações de dentro do governo venezuelano, escreveu artigo recentemente no portal de internet daInterAmerican Security Watch intitulado A Grande mentira de Hugo Chávez e a Grande Apatia de Washington. Nesse artigo ele dizia que o câncer está se propagando mais rapidamente do que o esperado e poderia causar-lhe a morte antes mesmo das eleições presidenciais”, escreveu o cronista de O Globo.

Nos e-mails da Stratfor, divulgados nesta manhã, porém, consta em data imediatamente anterior, a mesma informação que O Globo veicula logo depois, a de que Hugo Chávez terá cerca de um ano de vida. “O Presidente venezuelano sofre de um câncer na próstata que teria feito uma metástase para o cólon, o sistema linfático e a medula espinhal. A situação terá sido agravada pelo fato de Chávez ser ‘um paciente péssimo’ que interrompe tratamentos para realizar aparições públicas e participar em encontros políticos”, escreveu a agência norte-americana. Segundo a Stratfor, o líder venezuelano é acompanhado não apenas por uma equipe de médicos cubanos, mas por outra, de clínicos russos, sendo que os dois grupos têm visões opostas sobre a melhor estratégia de tratamento.

Parceria explosiva

Entre os 5 milhões de e-mails confidenciais da Stratfor, vazados há algumas horas, as mensagens trocadas entre julho de 2004 e dezembro de 2011 revelam a rede de informações formada pela Stratfor, assim como sua estrutura de pagamentos, técnicas de camuflagem da remuneração aos seus colaboradores, inclusive no Brasil, e métodos psicológicos utilizados na captura das fontes de informação.

“Este material mostra como funciona uma agência privada de informações e como fixam um alvo para os seus clientes empresariais e governamentais”, acrescenta o comunicado da Wikileaks, que salienta, ainda, ter provas da ligação da Stratfor a grandes companhias como a Dow Chemical Co e agências governamentais.

Ainda de acordo com esta leva de mensagens, obtidas após a invasão dos computadores da Stratfor por militantes do grupo Anonymous, há algumas semanas, um grande jornal brasileiro é parceiro da empresa com o objetivo de manter os norte-americanos informados sobre assuntos estratégicos àquele país, no Brasil, e a análise de cronistas e repórteres em temas relevantes para os serviços de inteligência do Departamento de Segurança Interna dos EUA , os fuzileiros navais norte-americanos e a Agência de Inteligência de Defesa dos EUA.

Nos Arquivos Globais de Inteligência, título da remessa de informações doWikiLeaks sobre a empresa de “inteligência global” constam o funcionamento interno de uma empresa que atua como uma editora de inteligência, mas fornece serviços de informações confidenciais para grandes corporações, como a Dow Chemical Co. de Bhopal, a Lockheed Martin, Northrop Grumman, Raytheon, além daquelas agências governamentais.

Leia, aqui, parte dos e-mails que circularam entre os integrantes da Stratfor:

LEMBRETE da Confederação – Lista de Anseios do Brasil E-mail ID-5502132
Data: 2011/12/05 15:33:37
De: allison.fedirka @ stratfor.com
Para: econ@stratfor.com, latam@stratfor.com
Lista de nomes-econ@stratfor.com

Estarei enviando a lista de orientações para o nosso parceiro Confederação amanhã. Obrigado a todos aqueles que responderam. Incluí e exemplifiquei uma lista de itens no final deste e-mail. Por favor, sintam-se livres para fazer alterações ou adicionar qualquer coisa ao e-mail.
————————————————– ——————–

Oi a todos,

Ontem me encontrei com um parceiro da confederação brasileira, um grande jornal daqui. Ontem me encontrei com o POC (POC (Militar) = Point Of Contact: Ponto de Contato – http://wikileaks.org/wiki/POC_(military)) [ponto de contato] principal, bem como o cabeça do jornal para discutir como poderíamos tornar a nossa parceria mais produtiva.

Uma das coisas que o jornal solicitou de nós foi uma lista de itens específicos de nosso interesse. Nosso POC (ponto de contato) está disposto a nos colocar em contato com vários repórteres que são especialistas em nossas áreas de interesse. Essas pessoas estarão disponíveis para bate-papos em geral e também questões específicas.

Então, o que eu preciso é de uma lista de itens que nos interessam. É necessário que tenha um bom equilíbrio entre específico versus geral.

Depois de pronto, eles terão uma idéia melhor de quem colocarão em contato com a gente. Então, poderemos enviar perguntas específicas, por exemplo: como é que o derramamento de petróleo pela Chevron afeta os regras do petróleo?

Ontem eu conheci pessoas que podem ajudar com a macroeconomia / política, infra-estrutura e política brasileiras. Então, essas seriam boas áreas para se obter alguns itens de nosso interesse. Esta lista será útil tanto para a cooperação e para atualização da nossa orientação. Gostaria de obter essa lista para o nosso POC na segunda-feira da próxima semana ou terça-feira no mais tardar.

Obrigado,
Allison

Economia
- A decisão política sobre crescimento, inflação
- Disputas comerciais com a Argentina
- Relação com a China; investimentos em energia, dumping de mercadorias, concorrência no setor

Infra-estrutura
- Modernização dos projetos portuários
- Medida a ser implementada para se certificar de que os projetos da Copa do Mundo serão concluídos dentro do prazo

Defesa
- Os exercícios militares na fronteira
- 13 tratados com os países fronteiriços para coordenar os esforços na luta anti-droga
- Qualquer pressão sobre os orçamentos militares em face de restrições financeiras

Política brasileira
- Remodelação do gabinete em Janeiro (2012, acredito – posse de Dilma)
- Resultados e conseqüências da votação para divisão do Estado do Pará.

Bobo da corte

Entre as mensagens trocadas pelos ‘analistas’ da Stratfor, o ex-presidente do Governo espanhol José María Aznar (1996-2004) seria uma espécie de ‘bobo da corte’ de um grupo de espiões norte-americanos, como revelou oWikileaks. Voluntários da Wikileaks, organização fundada por Julian Assange, revelam que, além do parceiro brasileiro, a Stratfor mantém acesso pleno a mais de vinte jornais de todo mundo.

Em um das mensagens eletrônicas que a diretora de Inteligência Geopolítica de Stratfor, Reva Bhalla, troca com outros analistas e agentes, ela comenta que Aznar é bem mais extremista, mais até do que os servidores públicos israelenses a que tem acesso.

“Caramba!”, escreve Bhalla na primeira linha de seu relatório, “o senhor presidente é um ultra (hardcore, no original). Ele se crê sinceramente que todos os terroristas são iguais e que nada que não seja uma guerra total pode derrotá-los. Está rotundamente na contramão de qualquer tipo de negociação com terroristas e critica duramente a França, Alemanha e outros (países) por esta questão”.

Em duas outras mensagens, os espiões debocham de Aznar, outrora chefe do Executivo ibérico e presidente honorario do conservador Partido Popular (PP, oficialista). Estes e-mails fazem menção ao seu cabelo “seus maravilhosos cachos” e ao fato de ir impecavelmente vestido.

Tudo começou por uma mensagem na qual a diretora de Inteligência Geopolítica dessa “CIA na sombra” informa a todos os analistas da empresa de que se dispõe a assistir a uma conferência de Aznar em Georgetown (Washington, DC), em 16 de novembro de 2010.

“Alguém tem perguntas para o ex-presidente espanhol Aznar, não vá ficar sonolento?”, caçoou Bhalla antes de assistir à dissertação.

“Podes simplesmente dizer de minha parte: boa tentativa culpar a ETA, replicou zombador Bayless Parsley, especialista sobre África.

Parsley referiu-se depreciativamente à insistência com a que Aznar tratou de imputar-lhe a ETA a autoria dos atentados de 11 de março de 2004 em Madri.

Bhalla destaca que Aznar está “muito ideologizado” e é “de linha dura”, mas destaca que ele também está envergonhado de sua derrota eleitoral em 2004, “pela qual ele já pagou”. Depois, em outra mensagem, a servidora da Stratfor volta ao tema do cabelo:

“Vai impecavelmente vestido, leva o cabelo mais formoso… Tão sedoso e brilhante! Poderia perguntar-lhe que tipo de xampu usa…”. As informações são do diário lusitano Público.


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