SEUL - Os líderes do G20 concordaram em enfrentar as "tensões e vulnerabilidades" globais que fizeram surgir o fantasma de uma guerra cambial e de protecionismo comercial.O grupo de países desenvolvidos e emergentes chegou a um acordo durante cúpula em Seul para estabelecer "linhas indicativas" vagas para medir os desequilíbrios entre suas economias, mas, abrindo um parênteses para acalmar alguns ânimos, deixaram os detalhes pendentes, que serão discutidos no primeiro semestre de 2011.Em um comunicado assinado no fim da reunião, os líderes se comprometeram em avançar para taxas de câmbio determinadas pelo mercado e evitar desvalorizações com fins competitivos.Os riscos continuam", afirmou o comunicado. "Alguns de nós estão experimentando um forte crescimento, enquanto outros sofrem com altos níveis de desemprego e uma recuperação fraca. O crescimento desigual e o aumento dos desequilíbrios estão alimentando a tentação de passar de soluções globais para ações não coordenadas.
Os negociadores trabalharam até as primeiras horas da manhã para redigir um acordo que todos os líderes poderiam aprovar, apesar das profundas divisões que emergiram nos dias anteriores à cúpula.
Os ânimos esquentaram em torno do programa de compra de bônus anunciado pelo Federal Reserve para reforçar a recuperação dos Estados Unidos, e a piora dos problemas de dívida da Irlanda serviram como lembrete de que o sistema financeiro não está curado.
"Este não foi um festival de amor", disse uma autoridade que participou das negociações.
Em particular, os líderes não conseguiram chegar a um consenso para determinar quando os desequilíbrios globais representam uma ameaça à estabilidade econômica, comprometendo-se a uma discussão sobre o tema no primeiro semestre do ano que vem.
"A credibilidade do G20 não depende de mostrar resultados... Não podemos sair dele com políticas que empobreçam nossos vizinhos", disse o primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper. "Precisamos, ao invés disso, continuar coordenando nossas ações para frente. A recuperação é frágil", acrescentou.
"Não creio que o o fato de que ainda não chegamos lá, de que ainda não resolvemos todos esses problemas, signifique que cairemos", completou Harper.
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