domingo, 25 de dezembro de 2011

SUpremo se apreveita do poder Corporativo

Crise do STF é uma das maiores da história

Momento delicado pelo qual passa a instituição pode ter efeitos desastrosos para sua imagem, transformando-a em defensora dos ricos e poderosos,


Sede do STF em Brasília

Crise no STF foi alavancada depois que ministro paralisou investigações da Corregedoria Nacional de Justiça

Brasília - A crise do Judiciário brasileiro, escancarada na semana passada pela liminar do ministro Ricardo Lewandowski que paralisou as investigações da Corregedoria Nacional de Justiça, já é reconhecida nos bastidores desse Poder como uma das maiores da história, pelos efeitos que terá na vida do Supremo Tribunal Federal (STF). Estudiosos veem nela, também, um divisor de águas. Ela expõe a magistratura, daqui para a frente, ao risco de consolidar a imagem de instituição avessa à transparência e defensora de privilégios.


Ministros do STF ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo dizem não se lembrar de uma situação tão grave desde a instalação da CPI do Judiciário, em 1999. Mas agora há também suspeitas pairando sobre integrantes do Supremo, que teriam recebido altas quantias por atrasados. "Pode-se dizer que chegamos a um ponto de ruptura, porque muitos no Supremo se sentem incomodados", resume o jurista Carlos Ari Sundfeld.

Na outra ponta do cabo de guerra em que se transformou o Judiciário, Eliana Calmon, a corregedora nacional de Justiça, resume o cenário: "Meu trabalho é importante porque estou certa de que é a partir da transparência que vamos ser mais respeitados pelo povo."

O que tirou do sossego o Poder Judiciário foi a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de mexer na "caixa preta" dos tribunais, ao inspecionar as folhas de pagamento e declarações de bens de juízes, em especial os de São Paulo. A forte reação dos investigados leva o advogado e professor de Direito Constitucional Luiz Tarcísio Ferreira, da PUC-SP, a perguntar: "Se há uma rigorosa vigilância da sociedade sobre o Executivo e o Legislativo, por que o Judiciário ficaria fora disso? Se esse Poder nada deve, o que estaria temendo?"

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- Os 12 principais executivos da Embraer ficaram divididos entre o presente e o futuro nos últimos quatro meses. Além do dia a dia na fábrica de São José dos Campos, no interior de São Paulo, e das rotineiras viagens para encontrar clientes e fornecedores, eles participaram de oito encontros de 8 horas cada um, dedicados à espinhosa e arriscada tarefa de tentar antecipar a próxima década.


Na sala onde foram realizadas as reuniões, no escritório da empresa, na avenida Faria Lima, centro financeiro de São Paulo, uma infinidade de tabelas e projeções ilustravam o mais complexo planejamento de longo prazo realizado desde a privatização da Embraer, em 1994. Até 2010, os planos de longo prazo contemplavam um horizonte de cinco anos.

Agora, esse grupo é responsável por definir a estratégia para os próximos 15 anos, de forma que o negócio se mantenha competitivo até lá. Para traçar esse caminho, os executivos da Embraer estudaram temas que iam da crise europeia ao impacto da Primavera Árabe no preço do petróleo e discutiram como essas mudanças poderão provocar outras, alterando o ambiente de negócios.

Não é possível predizer o futuro. O máximo que qualquer companhia pode fazer é desenhar cenários possíveis e, a partir deles, tomar medidas que evitem grandes riscos.

Em 2010, a Embraer faturou 9,3 bilhões de reais — uma queda de 18% em relação a seu recorde histórico de vendas, 11,7 bilhões de reais em 2008. É uma trajetória que tem de ser revertida. Nos últimos cinco anos, a empresa vem diversificando suas fontes de receita e reduzindo o peso dos aviões comerciais em seu negócio.

Trata-se de uma estratégia que deve ser aprofundada até 2025. Até lá, 100 milhões de reais serão investidos ao ano no que vem sendo chamado internamente de projetos pré-competitivos, cujos produtos deverão chegar ao mercado na próxima década.

“No futuro, venderemos sistemas para monitorar fronteiras e cidades, algo sem relação nenhuma com aeronaves”, diz Frederico Curado, presidente da Embraer. “Quanto mais diversificada nossa atuação, mais protegidos estaremos da instabilidade do setor.”

Traçar planos para a década seguinte é um exercício novo para as companhias brasileiras, consequência direta da manutenção da estabilidade econômica. Mergulhado na hiperinflação, o Brasil foi, por muito tempo, o país onde o que importava era o agora e onde o amanhã sempre parecia estar muito distante.

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