sábado, 31 de março de 2012

mais uma ilha para suas férias

Sabe aquele teu persistente sonho de um dia ir morar numa ilha deserta? Pois é… se você não o realiza, há quem o faça em dobro. Por exemplo, Richard Branson, o bilionário inglês com pinta de roqueiro.Leia Mais30/03/2012 A história do segundo homem a chegar ao polo Sul30/03/2012 Conheça os benefícios dos alimentos funcionais30/03/2012 “Fúria de Titãs 2” traz os conflitos entre os deuses do Olimpo30/03/2012 Salvar o meio ambiente é meta de “O Lorax”Ele andava triste porque no ano passado o seu recanto paradisíaco, a Ilha de Necker, situada nas ilhas Virgens Britânicas, foi devastada por um incêndio. Mas esse problema foi resolvido — desta vez, com a aquisição de uma pequena propriedade em Bali, na Indonésia. O Panchoran Retreat é um resort situado entre as montanhas de Nyuh Kuning com instalações tão bucólicas quanto sofisticadas. Pertencia a Linda Garland, uma ambientalista irlandesa que o usava como retiro espiritual. Branson adquiriu o lugar para curtir férias. São sete casas, um salão de yoga, uma ponte bambu sobre um rio particular, algumas cabanas e uma piscina de 26 metros de comprimento com água de fonte local. "O que eu mais gosto nessa ilha é poder ficar em total contato com a natureza. Além disso há espaço para pensar e ouvir o som do mar ou da natureza. E, caso eu queira dar uma festinha, não há vizinhos para reclamar”.
Atualmente, a correria da sociedade urbana defasa parte da alimentação e faz com que as pessoas substituam refeições importantes, como café da manhã, almoço ou jantar, por lanches rápidos e sem o teor nutritivo suficiente.Leia Mais30/03/2012 Clínicas particulares conveniadas ao SUS voltam a atender em Salvador30/03/2012 EUA mantêm bisfenol em embalagens de alimentos30/03/2012 Cientistas dão sinal verde à divulgação de estudo sobre a gripe aviária 30/03/2012 Anvisa determina suspensão de lote de dipirona Adriana Cardoso, nutricionista do Hospital Sepaco, lembra a importância de consumir alimentos funcionais e aproveita o Dia da Saúde e Nutrição (31/03) para incentivar a população a reavaliar seus hábitos e incluir produtos saudáveis no dia a dia. “Os alimentos funcionais são aqueles que produzem efeitos positivos para o crescimento e desenvolvimento humano, e ainda protegem contra deficiências nutricionais. Eles são considerados fonte de prevenção de doenças, pois sua composição melhora o sistema de defesa do organismo”.Para a especialista, cada alimento é responsável por beneficiar uma parte do nosso organismo. Brócolis, repolho, couve flor, folhas e rabanete, por exemplo, têm a função de aumentar a atividade de enzimas tipo 2 que são protetoras contra carcinogênese. Já frutas, como melancia e goiaba, possuem ação antioxidante, reduzindo chances de doenças do coração e câncer. O grupo das fibras é responsável pela melhora da flora intestinal, controle de colesterol e na prevenção do câncer do cólon. Para mulheres com sintomas de menopausa e/ou com alto índice de câncer de mama na família, amendoim, soja e legumes são as escolhas mais apropriadas.“Além da boa alimentação, a inclusão de exercícios físicos e a hidratação diária são a chave para evitar doenças conhecidas, como diabetes, hipertensão, osteoporose e problemas cardiovasculares”, conclui a nutricionista.- O empresário inglês Richard Branson, de 61 anos, é protagonista de uma trajetória que parece mais ficção do que realidade. Depois de ser reprovado três vezes em matemática, abandonou a escola, aos 16 anos. O ex-aluno “problema” dedicou-se, então, a seu primeiro negócio: uma revista para o público jovem, batizada de Student.Leia Mais30/03/2012 Coca-Cola planeja investir R$ 14,1 bilhões no Brasil até 201630/03/2012 Oi busca resultados de investimentos em 2012 e 201330/03/2012 Branson compra mais uma ilha para suas férias30/03/2012 BHG tem Santos e Anápolis em expansão para 40 cidades Dali em diante, tornou-se um empreendedor serial, cujas ideias deram forma ao grupo Virgin, que hoje atua em mais de uma dezena de setores — incluindo aviação civil, telefonia celular e turismo — e faturou 3,8 bilhões de libras em 2010. Dono de uma fortuna de mais de 4 bilhões de dólares, Branson é o quarto homem mais rico do Reino Unido, segundo a revista americana Forbes. Fez da excentricidade uma de suas marcas. Não gosta de computadores, faz anotações nas mãos e costuma anunciar desafios que nem sempre dão certo. Na primeira vez em que tentou bater o recorde de tempo na travessia do Atlântico, por exemplo, teve de ser resgatado de helicóptero. Insistiu e cumpriu sua meta na segunda tentativa. Uma de suas próximas extravagâncias será passar o Natal de 2012 no espaço (utilizando os serviços da Virgin Galactic, sua empresa de turismo espacial). No final de outubro, Branson veio ao Brasil pela primeira vez para participar de um encontro do grupo The Elders, ONG dedicada a discussões sobre direitos humanos que reú­ne líderes globais, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ex-presidente americano Jimmy Carter e o ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela.No final do evento, no Rio de Janeiro, Branson deu a seguinte entrevista exclusiva a EXAME.EXAME - Embora esteja presente em 30 países, a Virgin ainda não atua no Brasil. O senhor vai começar a acompanhar mais de perto as oportunidades de negócios por aqui?Richard Branson - Sim. Acho que o Brasil tem um futuro fantástico. Tem potencial para ultrapassar os Estados Unidos como um dos países mais ricos do mundo. Tem população, uma boa democracia, as pessoas estão tendo acesso à educação de melhor qualidade, mas, obviamente, há um longo caminho a percorrer.Leia Mais30/03/2012 Coca-Cola planeja investir R$ 14,1 bilhões no Brasil até 201630/03/2012 Oi busca resultados de investimentos em 2012 e 201330/03/2012 Branson compra mais uma ilha para suas férias30/03/2012 BHG tem Santos e Anápolis em expansão para 40 cidades EXAME - Há rumores de que a Virgin começará a atuar na área de telefonia móvel no Brasil no próximo ano. É verdade? Richard Branson - Acabamos de criar a holding para toda a América Latina. Acertamos o acordo para o primeiro negócio no Chile, com início previsto para o ano que vem. Estamos examinando outros três mercados, e o Brasil é um deles. Mas o martelo ainda não foi batido.EXAME - O que a Virgin tem para oferecer de diferente para ganhar espaço no mercado brasileiro, já tão disputado? Richard Branson - Somos experientes em entrar em novos mercados. Fomos para os Estados Unidos, a Austrália, a África do Sul, a França. Temos uma marca divertida. Não nos levamos tão a sério. Adoramos entrar em mercados com empresas um pouco inchadas, um pouco acomodadas, que costumam cobrar alto do consumidor. EXAME - Que outros negócios a Virgin avalia no Brasil? Richard Branson - Estamos com os olhos abertos para qualquer área, como a de hotéis. Não temos planos imediatos na área de aviação e David Neeleman (dono da companhia aérea Azul) foi um pouco mais rápido do que nós. EXAME - O que o senhor sonhava ser ou ter no começo da carreira?Richard Branson - Comecei quando tinha 16 anos. Não achava que estava fazendo um negócio. Eu só queria criar uma revista. Nunca me imaginei como um homem de negócios. Queria apenas criar algo especial. A primeira fase foi sobreviver. Não ganhei muito dinheiro, só o suficiente para manter a revista funcionando. Um dia alguém me deu uma fita cassete e eu adorei aquela fita. Eu a levei para um monte de gente e ninguém quis gravá-la. Montei uma gravadora e foi um sucesso. Os outros negócios nasceram sob a mesma lógica.EXAME - Quanto tempo o senhor gasta com os negócios atualmente?Richard Branson - Dedico a maior parte do meu tempo a atividades como a Elders. Mas ainda faço questão de cuidar de atividades importantes para a Virgin, como a contratação dos principais executivos. Entrevistei Josh Bayliss, presidente do grupo, no banco de trás do carro, num engarrafamento de quase 2 horas. Agora, ele ganha dinheiro para que eu possa gastá-lo. Aprender a delegar é crucial nos negócios. É preciso estar disposto a deixar que as pessoas façam coisas boas e que também errem.Leia Mais30/03/2012 Coca-Cola planeja investir R$ 14,1 bilhões no Brasil até 201630/03/2012 Oi busca resultados de investimentos em 2012 e 201330/03/2012 Branson compra mais uma ilha para suas férias30/03/2012 BHG tem Santos e Anápolis em expansão para 40 cidades EXAME - Como o senhor reage com as pessoas que erram? Richard Branson - Acho que é contraprodutivo criticar as pessoas. Um bom líder é aquele que elogia o que a pessoa tem de melhor, não critica. As pessoas sabem quando cometem erros. É claro que ocasionalmente não consigo resistir e acabo dizendo algo, mas não digo mais de uma vez. O segredo do sucesso é encontrar boas pessoas.EXAME - O senhor já demitiu muita gente?Richard Branson - Não sou bom nisso. Uma empresa é como uma família, e você não manda embora seu irmão ou sua irmã simplesmente porque eles cometeram um erro. É claro que já demitimos pes­soas, mas, no geral, tentamos encontrar lugares em que elas se encaixem melhor.EXAME - Quem o senhor admira do mundo empresarial?Richard Branson - Admirava o Steve Jobs, apesar de sermos completamente diferentes. Ele gritava com funcionários que cometiam erros, não delegava muito, quebrava todas as regras nas quais acredito. De alguma forma, deu certo para ele. A Apple é uma das melhores marcas do mundo. Mas a pessoa que mais respeito no mundo é o bispo Desmond Tutu. Ele e Nelson Mandela chegaram ao poder na África do Sul e perdoaram os brancos pelas atrocidades que eles cometeram durante o regime do apartheid. Deram uma grande lição de como devemos perdoar nossos inimigos e seguir em frente.EXAME - Como o senhor começou a se envolver com questões ambientais e de direitos humanos?Richard Branson - Foi bem cedo. Cresci na década de 60, numa época em que as pessoas iam às ruas protestar contra a Guerra do Viet­nã, por exemplo. Na adolescência, costumava frequentar um centro para jovens com diversos tipos de problema. Isso me ensinou muito. Quando cheguei a determinado ponto de riqueza e me tornei conhecido globalmente, decidi usar minha posição para tentar fazer a diferença.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Richard Branson parece um cara legal. Do tipo que você convidaria para tomar uma cerveja e lembrar os velhos tempos ao som de Led Zeppelin. Sua vasta cabeleira dourada e um certo deboche social lhe conferem o ar de um renitente excluído que ainda crê que o sonho não acabou. Mas qualquer semelhança com aquele seu tio hippie acaba aí. Aos 61 anos, o fundador do grupo Virgin, que congrega 400 empresas, tem 4,2 bilhões de dólares no bolso, é o 254º homem mais rico do mundo segundo a revista Forbes e o quarto da Inglaterra। “Adoro inovar e ser diferente”, disse ele. “Estou sempre correndo riscos para conseguir o que quero, tanto na minha vida pessoal, como na profissional. Não acho que trabalho é trabalho e diversão é diversão. Para mim, tudo é vida.”Foi com esse estado de espírito que ele resolveu quebrar um recorde, dando a volta ao mundo de balão — e por duas vezes caiu no mar. Mas também já obteve sucesso em outras aventuras: em 1986, atravessou o Atlântico num barco, em tempo recorde. Ironicamente, a dislexia, uma séria dificuldade para aprender a ler e escrever, o fez abandonar os estudos desde cedo para se tornar empreendedor.“Sabia que jamais passaria nos exames para entrar no Direito, como meu pai e meu avô, ou me tornar professor, médico ou banqueiro”, revela em seu recém-lançado livro, Screw Business As Usual (um quase desabafo que soaria em português como “Dane-se o negócio do jeito que é hoje”). Branson é o profeta do que ele mesmo chama “Capitalismo 24 902” (a circunferência da Terra em milhas). “Nunca houve tempo melhor que esse, pois as fronteiras entre trabalho e as boas intenções sumiram, e fazer o bem virou ótimo para os negócios”, escreve. Branson tem prazer em brigar com marcas consagradas. Foi assim que criou a Virgin Cola e a Virgin Vodka. As concorrentes pressionaram os comerciantes a não expor os produtos Virgin. “Empreender é também errar e falhar”, afirma. “Gosto de desafiar as grandes empresas, aquelas que estão acomodadas como líderes mundiais”. A British Airlines também estava em sua linha de tiro: “Odiava voar com eles. Então resolvi criar minha própria empresa

A partir deste ano, por 20 mil dólares, será possível reservar assento nos voos espaciais que a Virgin Galactic começará a operar em 2013 (o custo total é de 200 mil). Os clientes vão usufruir de um ambiente sem gravidade por seis minutos. “Para fazer isso, a NASA precisaria de uma quantidade de energia equivalente ao que gasta a cidade de Nova York em uma semana”, diz ele. “Nós vamos fazer por muito menos.” E explica: a nave, batizada White Knight Two, será lançada a uma altura de 18 quilômetros, e não do solo, requisitando muito menos energia. Num dos últimos encontros dos funcionários da Virgin, ele reuniu mais de 7 mil pessoas em sua casa de campo, que, no melhor estilo Woodstock, curtiram shows de bandas ao vivo acampados no jardim. A mensagem que passa reflete conceitos corporativos dos novos tempos: “Vamos fazer a diferença, explorar nossos desejos de aventura, ir aos lugares com que sonhamos. Nós amamos os holofotes”. Vem dando certo: além dos transportes, Branson tem uma seguradora de saúde, uma operadora de celular, uma gravadora, uma empresa de turismo, uma grife de roupas, uma operadora de cartão de crédito, uma reserva florestal na África do Sul destinada a safáris, entre outras coisas. Péssimo aluno no ensino médio, ele começou muito jovem no ramo musical. Comprava LPs do outro lado do Canal da Mancha e vendia-os na Inglaterra, expostos no porta-malas do carro. Em 1971, foi preso por desviar discos destinados à exportação e por não recolher impostos. Hipotecou a casa da família para pagar os débitos. Em 1998, já milionário, publicou sua autobiografia, Losing My Virginity (Perdendo Minha Virgindade), best-seller que daria origem a vários outros. No ano seguinte, tornou-se “Sir” Richard Branson, Cavaleiro da Rainha da Inglaterra. Sua enorme rede de contatos poderosos e famosos, seu charme e vigor físico fizeram dele alvo cobiçado pelas mulheres. Frequentemente, veste jeans e camiseta e, quando é obrigado a ser mais formal, usa roupas idiossincráticas, mas sempre elegantes, como terno completo com colete. Às vezes, ao falar, lança um olhar distante, como se pensasse em outra coisa. Bon vivant assumido, provavelmente sonha com seu retiro favorito de 300 mil metros quadrados: a ilha de Necker, nas Ilhas Virgens Britânicas, onde costuma despachar deitado na rede com vista para o Caribe. Ele a comprou do governo por 400 mil dólares (estava avaliada em 10 milhões) com o compromisso de desenvolver o local, o que fez prontamenteEm agosto, o hotel de alto luxo na ilha pegou fogo e foi destruído (a atriz Kate Winslet estava em uma das suítes). A reconstrução teve início em dezembro. “Queria a Necker para convencer minha mulher a viver comigo”, conta. “Consegui a ilha, a mulher, um monte de dinheiro e minha família.” Além de Joan, que o acompanha há 34 anos, a família é constituída por seus dois filhos: Holly, formada em medicina, mas dedicada ao império do pai, e Sam, um aventureiro que já atravessou o Ártico e atualmente produz um filme sobre o ambientalista James Lovejoy.Leia Mais29/03/2012 Bilionário asiático não sairá do Facebook após IPO29/03/2012 A maior fortuna do nordeste vem da M. Dias Branco28/03/2012 Eike ganha US$ 7,7 bi e passa os Koch em ranking de bilionários 23/03/2012 As 30 ações preferidas dos fundos bilionários O meio ambiente virou a grande causa de Branson. Ele dá palestras por 350 mil dólares, desde que paguem também as despesas em hotel cinco estrelas para sua comitiva fixa de oito pessoas, garantindo que a quantia arrecadada vai para pesquisas de combate à emissão de carbono. Em todo lugar é tratado como sábio, o que não deixa de ser verdade. Mas muitas vezes dá a impressão de não saber o que está falando. “Os pastos ameaçam a Amazônia. Acho que a humanidade deveria diminuir o consumo de carne e deixar de comer às sextas-feiras”, chutou no Fórum Mundial de Sustentabilidade, em Manaus, março passado. Campeão da sustentabilidade, é dele a Carbon War Room, instituição que adota causas ambientais de grande impacto. Uma delas foi a criação de um certificado para navios de transporte. “Não há regulamentação para esse tipo de atividade, embora seja a sexta maior fonte emissora de carbono do planeta”, diz. “Nós já certificamos mais de 60 mil navios que estão dentro do padrão sustentável”. Em 2009, criou o Virgin Earth Challenge – um prêmio de 25 milhões de dólares para quem oferecesse uma ideia viável para extrair carbono da atmosfera. As inscrições terminaram com mais de 2 mil propostas. “O aquecimento global é o maior, o mais resistente, o mais impactante e o mais abstrato de todos os problemas da Terra.”Controverso, Branson introduziu uma população de flamingos em sua ilha. Depois trouxe lêmures, um primata endêmico da ilha de Madagascar. Os ambientalistas torcem o nariz – espécies estranhas podem ameaçar o equilíbrio biológico local. Mas ninguém o detém: ele abraça suas ideias e as realiza. “Quero empregar minha habilidade em ganhar dinheiro nas grandes questões da humanidade”, diz. Prova disso é que suas viagens espaciais têm também o objetivo de chegar à lua, onde há “muitos elementos importantes, como o hélio, que têm potencial energético para abastecer o mundo”, conta. “A lua vai salvar o planeta, vai impedir o aquecimento global.”Delírio? Não. Há sempre algo de verdade, ainda que minúsculo, nas ideias e frases grandiosas de Branson. É de sua autoria uma máxima viral que vem circulando pela internet: “Os corajosos podem não viver para sempre, mas os covardes não vivem nunca”.

quarta-feira, 28 de março de 2012

É noite de lua cheia em Alto Paraíso de Goiás. Em um sítio nos arredores da cidade, 60 pessoas dançam ao som da música discotecada pelo anfitrião, Christof Rabanus, um alemão que morou por 14 anos em Goa, na Índia. A enorme varanda que se projeta sobre a Chapada do Veadeiros estremece ao som hipnótico, eletrônico de notas orientais, que sai do picape high-tech, displicentemente arrumado sobre uma tábua de madeira rústica. Arranjos de flores silvestres e um candelabro que lança sombras bruxuleantes completam o visual mágico do cerrado, tingido de azul pelo céu da madrugada. A celebração teve início poucas horas antes, com um casamento judaico. Noiva israelense e noivo americano selaram a união sob uma chupá (a tenda tradicional hebraica) enfeitada de desenhos coloridos da croata Bozena Markota, que os refletia através de uma pedra de cristal adaptada a um projetor de slides. Ao final da cerimônia, uma amiga brasileira cantava ao violão enquanto Sahar Farmanfarmaian, iraniana descendente da dinastia persa Qajar (que governou o Irã de 1785 a 1925), os abençoava em inglês. Alto Paraíso é o novo hot spot, a nova meca de uma turma de peregrinos com pedigree, ricos descolados que buscam uma vida alternativa em meio à natureza, sem abdicar de muito conforto. A festa ocorre mensalmente no primeiro dia de lua cheia. Só muda o anfitrião. A inspiração vem das raves na Tailândia e em Goa, na Índia, que rolam no mesmo período. É um ritual que une música trance, espiritualidade, decoração psicodélica e pratos de sofisticada comida orgânica, vegetariana ou raw (crua). De chás e ervas cultivados no quintal a drogas sintetizadas em laboratório, tudo o que ajude a abrir as portas para uma “nova consciência” é bem-vindo. Provenientes de todos os cantos do planeta, num movimento que começou nos anos 1980 em Ibiza, na Espanha, e seguiu para Goa, esses viajantes receberam a alcunha de gypsetters, termo criado em 2009 pela estilista e jornalista americana Julia Chaplin em seu livro Gypset Style.
É uma junção das palavras jet-setter e gypsy, cigano em inglês। “O conceito de gypset alia a sofisticação e a velocidade do jet set com a liberdade selvagem do espírito cigano”, diz ela। “Lugares como Saint Tropez ou Trancoso, antes refúgios alternativos, foram invadidos por banqueiros e grandes empresários। Os gypsetters pensaram: ‘Isso não é luxo, é cafonice!’ O verdadeiro luxo não está à venda, é algo que tem a ver com alma e criatividade।”Leia Mais28/03/2012



Julia estava entre os convidados daquela reunião ao luar, junto de Daniele Albright, fotógrafa que a acompanha para a realização do próximo livro. Gypset Travel, previsto para ser lançado em setembro, trará os dez destinos mais cool do planeta. Alto Paraíso está na lista. Mas não porque há décadas atrai hippies e esotéricos. Gypsetters não são hippies, veja bem. Quer dizer, mais ou menos. A rebeldia e a negação do sistema durante a ebulição da contracultura não têm espaço no cenário atual.“Nós viemos atrás de uma qualidade de vida melhor. Aqui encontramos muita água pura e terra boa para plantar. Somos livres para realizar nossos sonhos e crenças, sem preconceitos ou censura”, afirma Christof, que, além de praticar a permacultura (reflorestamento e agricultura sustentáveis), é especialista em Desenho Humano, um método de autoconhecimento que mescla astrofísica, o livro chinês I Ching, filosofia iogue e astrologia.“Não é só a natureza exuberante que faz Alto Paraíso ser especial. São as pessoas que vêm para cá, dispostas a construir uma realidade melhor, um modo de vida mais sustentável e espiritualizado”, observa Sean Gabriel de Souza, filho da socialite Charlene Shorto de Ganay e de Cacá de Souza, embaixador da grife Valentino no Brasil. Depois de crescer entre Londres, Paris, Nova York e Roma — onde frequentava a casa do estilista italiano — e passar uma temporada na Índia, Sean fincou raízes no sítio vizinho a Christof. Pretende construir ali um centro de meditação e terapia holística junto com o amigo músico Cristoforo Gaetani, que é membro de um clã aristocrático italiano.Cercados por cachoeiras, os 7 mil habitantes de Alto Paraíso estão vendo surgir elegantes casas ecológicas, muitas delas construídas com adobe (tijolos de terra crua, econômicos e não poluentes) e equipadas com sistemas de aquecimento solar e reaproveitamento da água da chuva. “Quero devolver à terra tudo o que ela me oferece”, diz Sahar, que cresceu na Suíça e costumava transitar entre Nova York e Goa até cair de amores pelo lugar onde mora há cinco anos.casa em que cria a filha Lilaya é um monumento persa inspirado na antiga residência da família no Irã। “Acho que Alto Paraíso é uma continuação dos anos 1960, quando os hippies saíam em busca de lugares lindos e isolados. Hoje, é o local certo para essa nova geração, ideal para um movimento moderno que busca o autoconhecimento por meio de uma espiritualidade diversificada, fundamentada na meditação, e o equilíbrio com a natureza, com soluções sustentáveis.”Foi Sahar quem apresentou Alto Paraíso a Julia. “Hoje não se deve esperar o governo ou o setor privado cuidar de sua qualidade de vida”, diz a escritora. “É preciso criar sua própria comunidade, onde as pessoas têm consciência da interdependência entre tudo e todos.” Mesmo vivendo em comunidades, os gypsetters mantêm uma ponte com o mundo, viajando de tempos em tempos. “Aqui consigo um estado de transe que me permite depois cumprir as várias agendas”, conta Sean. “Eu volto para as grandes cidades, pois vivo dentro do sistema econômico. Eu me conecto, me inspiro e depois compartilho essa vivência em projetos lá fora.”Celular e internet funcionam bem por lá, obrigado. Assim como uma ótima gastronomia. Ainda que falte alguma infraestrutura de hotéis etc., Alto Paraíso tem bons restaurantes — inclusive uma improvável e saborosíssima comida natural —, lojas interessantes e um espaço de cultura ambiental e alimentação saudável, o Econóis. Esse é o ponto de encontro da turma, criado há um ano pela zoóloga e ativista Marianne Soisalo, cuja trajetória passa pela formação na tradicional escola britânica Saint Paul’s, em São Paulo, com especialização em onça-pintada durante longos anos no Pantanal e em Londres. Ela promove a permacultura entre a comunidade e desenvolveu um concurso artístico que visava combater as queimadas no cerrado. Os melhores trabalhos estão expostos em cartazes fixados ao longo da GO-118, estrada que leva à cidade. “Esse pessoal está construindo uma realidade paralela aqui”, observa Sandro Almeida, doutorando em antropologia pela UnB (Universidade de Brasília), que vem desenvolvendo uma tese sobre o que definiu como “chegantes”: o pessoal que migra para Alto Paraíso e a influência da globalização nesse processo. Segundo Almeida, ainda que a relação com o povo nativo seja incipiente, mais baseada na relação de patrão-empregado, existe “uma intenção sincera de se fazer essa transição para um mundo mais equilibrado; os chegantes estão botando as mãos na terra ao mesmo tempo que consomem produtos caros de Brasília”.Três dias após a festa da lua cheia na casa de Christof, todos se preparavam para o vernissage da exposição Doors of Perception (Portas da Percepção) na recém-inaugurada galeria Agami, com o trabalho do canadense Carlito Dalceggio. O artista plástico, que tem obras expostas na Europa e Estados Unidos, conheceu Sahar durante uma de suas performances na abertura de uma temporada do Cirque Du Soleil, em Nova York. Carlito acha que em Alto Paraíso consegue resgatar o que considera a primeira função do artista: “Trazer à tona o potencial transformador da arte”.Sahar o convidou para pintar alguns quadros em sua mansão, na época repleta de paredes vazias. “Estamos começando a criar um novo lugar e quero compartilhar a arte do Carlito com os amigos daqui”, diz ela. “Suas pinturas são como totens que canalizam a energia local.” Ciente de que estava no lugar certo, na hora certa, Julia comenta que os gypsetters vivem atrás dessas experiências novas e exclusivas. “É como criar sua própria utopia”, declara. “Ir em busca do seu sonho, que pode ser uma mansão, uma cabana numa praia de surfe, ou simplesmente um estilo de vida diferente.”Para quem acredita nisso, especialistas cravam que o estilo gypsetter é a onda do momento tanto em matéria de comportamento quanto de moda, cultura e arte. De acordo com Lidewij Edelkoort, guru holandesa das tendências, com a crise econômica mundial, as pessoas tendem a consumir menos e ficar mais em casa, voltando-se para seu interior e para a natureza. Isso se reflete, segundo ela, “na arquitetura atual, que procura se integrar mais ao meio externo; nos objetos de design com formas mais orgânicas e de materiais têxteis; na arte feita a partir da reciclagem de resíduos”.Ana Moura, especialista em tendências de consumo da empresa Future Brand, endossa. “Hoje vivemos o que chamamos de back to basics, ou seja, um retorno às coisas simples da vida, valorizando o que alia o aconchego à criatividade e repensando o consumo desenfreado.”Fiel representante do movimento gypsetter, o milionário Alan Faena, proprietário do luxuoso Faena Hotel+Universe, em Buenos Aires, na Argentina, se orgulha de ter recuperado o bairro portuário de Puerto Madero, que estava degradado. “A construção dessa imensa área cultural materializou meu sonho de criar um futuro melhor para a cidade”, diz. Na mesma sintonia, o ecologista David de Rothschild, da família de um dos mais tradicionais grupos financeiros do planeta, está de olho na Amazônia. Depois de sua última expedição contra a poluição nos mares, em que navegou pelo oceano Pacífico em um catamarã construído com 12 500 garrafas PET, David e sua equipe estão realizando um documentário sobre o impacto da construção da usina de — onde mais? — Belo Monte. “Por vestirmos roupa, às vezes esquecemos de que fazemos parte da natureza. Não existe nada isolado, todo mundo está conectado”, diz ele, que ainda faz uma reflexão cabeça: “A natureza é fluida. Mas nossa fluidez foi trocada pelo ego”.

Quer ser um bilionário? um destes dez setores

Quem já leu duas ou três histórias sobre a vida dos bilionários sabe que não há um caminho único para alcançar o topo do poder financeiro. Herança, empreendedorismo, um bom casamento... são várias as portas de entrada para esse seletíssimo clube.Leia Mais28/03/2012 Loteria americana sorteará prêmio recorde de US$ 476 milhões28/03/2012 Eike ganha US$ 7,7 bi e passa os Koch em ranking de bilionários 27/03/2012 Richard Branson, um excêntrico entre os bilionários24/03/2012 Nicolas Sarkozy tem patrimônio de 2,7 milhões de euros Mas se você quiser aumentar suas chances de, um dia, lidar de igual para igual com ricaços como Eike Batista, o homem mais rico do Brasil (e o sétimo do mundo) ou Sara Blakely, a beldade que estreou na lista ao transformar sua empresa de lingerie, a Spanx, em uma potência, algumas providências podem ser úteis. A principal é estar em um setor promissor. A lista de bilionários da Forbes deste ano trouxe um recorde de 1.226 afortunados, ante os 1.210 do ano passado. O que chama a atenção, segundo a própria revista americana, é a concentração das fortunas em poucas áreas. Dos 23 setores econômicos listados pela Forbes, 928 bilionários – ou 76% do total – atuam em apenas dez. O mais óbvio é o de investimentos, que envolve desde quem amealhou sua fortuna administrando fundos de hedge, até o megainvestidor Warren Buffett. O ponto, segundo a Forbes, é que esse setor está perdendo espaço para outros como o de tecnologia, na formação das maiores fortunas. Mas é preciso calma para quem cobiça ser o próximo Mark Zuckerberg. Os especialistas afirmam que “tecnologia” é um termo bem amplo – que envolve negócios promissores e outros que, com certeza, vão deixá-lo na lona. Veja, a seguir, os dez setores que mais contribuíram com bilionários para a lista da Forbes: Posição Setor Nº Bilionários Exemplo 1 Investimentos 143 George Soros (US$ 20 bi) 2 Moda e varejo 123 Stefan Person (US$ 26 bi) 3 Imobiliário 102 Donald Bren (US$ 12 bi) 4 Diversos 97 David Koch (US$ 25 bi) 5 Tecnologia 90 Jeff Bezos (US$ 18,4 bi) 6 Manufatura 85 Aliko Dangote (US$ 11,2 bi) 7 Energia 78 Mukesh Ambani (US$ 22,3 bi) 8 Finanças 77 Joseph Safra (US$ 13,8 bi) 9 Alimentos e bebidas 69 Marcel Telles (US$ 5,7 bi) 10 Mídia 64 Charles Ergen (US$ 8,3 bi) Fonte: Forbes


Posição Setor Nº Bilionários Exemplo 1 Investimentos 143 George Soros (US$ 20 bi) 2 Moda e varejo 123 Stefan Person (US$ 26 bi) 3 Imobiliário 102 Donald Bren (US$ 12 bi) 4 Diversos 97 David Koch (US$ 25 bi) 5 Tecnologia 90 Jeff Bezos (US$ 18,4 bi) 6 Manufatura 85 Aliko Dangote (US$ 11,2 bi) 7 Energia 78 Mukesh Ambani (US$ 22,3 bi) 8 Finanças 77 Joseph Safra (US$ 13,8 bi) 9 Alimentos e bebidas 69 Marcel Telles (US$ 5,7 bi) 10 Mídia 64 Charles Ergen (US$ 8,3 bi)

1 Investimentos 143 George Soros (US$ 20 bi) 2 Moda e varejo 123 Stefan Person (US$ 26 bi) 3 Imobiliário 102 Donald Bren (US$ 12 bi) 4 Diversos 97 David Koch (US$ 25 bi) 5 Tecnologia 90 Jeff Bezos (US$ 18,4 bi) 6 Manufatura 85 Aliko Dangote (US$ 11,2 bi) 7 Energia 78 Mukesh Ambani (US$ 22,3 bi) 8 Finanças 77 Joseph Safra (US$ 13,8 bi) 9 Alimentos e bebidas 69 Marcel Telles (US$ 5,7 bi)

domingo, 11 de março de 2012

Quem são os empresários nacionais que estrearam no ranking da Forbes sobre os mais ricos do mundo.

Por Carlos Eduardo VALIM

O tempero brasileiro na lista dos bilionários do mundo dos negócios, publicada anualmente pela revista americana Forbes, ganhou um dedo de acréscimo neste ano. Para ser exato, de 20% em relação a 2010, quando foram contabilizados 30 brasileiros com fortuna superior a US$ 1 bilhão. Segundo o ranking, divulgado na quarta-feira 7, o País conta com 36 bilionários. Eike Batista, dono do grupo EBX, mais uma vez é o mais rico dessa turma, com estimados US$ 30 bilhões. Globalmente, chegou à sétima posição, um degrau a mais do que em 2011. A lista de bilionários, liderada pela terceira vez consecutiva pelo mexicano Carlos Slim, é composta de 1.226 nomes, cujos patrimônios são estimados em US$ 4,6 trilhões, quase duas vezes o PIB do Brasil.

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Já os endinheirados locais somam US$ 148,3 bilhões, cifra que supera as vendas da Petrobras, em 2011. Trata-se de um espécie em franca expansão: em apenas dois anos, o número de brasileiros com mais de US$ 1 bilhão dobrou, passando de 18 para 36 integrantes. “O real fortalecido diante do dólar ajuda mais brasileiros a entrar na relação”, afirmou à DINHEIRO Lírio Parisotto, fundador da Videolar e sócio da corretora Geração Futuro, que pela primeira vez aparece nesse seleto clube, com uma fortuna calculada em US$ 1,4 bilhão. “Mas o mais importante para o País é que sejam reconhecidos os empreendedores e quem gera negócios.”
Dos seis novos integrantes brasileiros, apenas o gaúcho Parisotto tem parte de sua fortuna atual multiplicada por meio da atividade no setor financeiro. Trata-se de uma mudança significativa em relação aos rankings anteriores. No passado recente, a lista de brasileiros era quase formada por um grupo exclusivo de donos de bancos comerciais, como os irmãos Joseph e Moise Safra (Safra) e os herdeiros das famílias Villela e Moreira Salles (Itaú Unibanco) e Aguiar (Bradesco). Todos eles permanecem bem colocados no ranking, assim como grandes banqueiros de investimentos, incluindo André Esteves, do BTG Pactual, e os fundadores do Garantia e hoje acionistas da cervejaria AB Inbev, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.
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Essa turma fez seu patrimônio no eixo Rio-São Paulo, onde se concentrava a riqueza do País. O novo elenco de bilionários brasileiros é mais eclético, com empresários que geraram suas riquezas majoritariamente fora do Sudeste e apostaram na expansão do consumo, em especial da classe C. Tome como exemplo o empresário cearense Francisco Ivens de Sá Dias Branco, 77 anos, controlador e presidente da fabricante de massas e biscoitos M. Dias Branco. Ele aparece pela primeira vez no ranking, já ocupando a nona posição entre os bilionários brasileiros, com uma fortuna estimada em US$ 3,8 bilhões. “Para mim, foi uma surpresa agradável, o que mostra estar correta a nossa maneira de trabalhar”, afirmou Dias Branco.
Ele se beneficiou do aumento de 19,25% das ações da empresa fundada por seu pai, o português Manuel Dias Branco, e na qual trabalha desde os anos 1950. Ele possui ainda investimentos imobiliários no Ceará, que somam US$ 1 bilhão. O Nordeste conseguiu emplacar dois nomes na lista da Forbes. Além de Dias Branco, Nevaldo Rocha, 83 anos, o fundador do grupo potiguar Guararapes, dono da rede de vestuário Riachuelo, passou a figurar no ranking na 491a posição do ranking global, com uma fortuna de US$ 2,5 bilhões. “Esse é um sinal de descentralização da riqueza no Brasil”, afirma Flávio Rocha, presidente da Riachuelo e filho de Nevaldo.
Segundo Rocha, muitas das novas fortunas brasileiras foram construídas por quem apostou na classe média emergente. É o que fez o mineiro Rubens Menin, da construtora MRV, que amealhou bens avaliados em US$ 1,8 bilhão. “Trabalhamos para a massa, construindo 50 mil apartamentos ao ano”, diz. O novo elenco de ricaços conta ainda com José Isaac Peres, dono da Multiplan, a segunda maior empresa de construção e administração de shopping centers, e com Antonio José Carneiro, mais conhecido como Bode, fundador do antigo banco Multiplic, hoje um dos principais investidores da Energisa, grupo que possui cinco distribuidoras de energia.
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O condomínio dos endinheirados
Oedifício do número 834 da Quinta Avenida, em Nova York, é uma espécie de clube dos bilionários. No suntuoso prédio próximo ao Central Park vivem quatro ilustres moradores: o magnata australiano, naturalizado americano, da mídia Rupert Murdoch, os americanos legítimos Alfred Taubman, dono da construtora de shopping centers Taubman, Charles Schwab, fundador da corretora que leva o seu nome, e Robert Bass, da companhia de petróleo Bass Enterprises. Bass se mudou para o 12º andar do condomínio – dois andares abaixo do triplex de Murdoch – na semana passada. Ele pagou US$ 42 milhões pela unidade.
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Rico lar: quatro moradores somam fortuna de US$ 16 bilhões.
Murdoch é o morador mais rico, com uma fortuna de US$ 8,3 bilhões. Ele comprou a cobertura de Laurence Rockefeller, neto do mítico John D. Rockefeller, fundador da Standard Oil, por US$ 44 milhões, em 2005. Em seguida vem o recém-chegado Bass, com US$ 3,6 bilhões. Schwab tem US$ 3,5 bilhões e mudou-se para lá em 2010. O mais modesto deles é Taubman, dono de uma fortuna de US$ 2,5 bilhões. O prédio foi projetado pelo arquiteto italiano Rosário Candela. O condomínio dos bilionários ficou pronto pouco antes da crise de 1929. Laurence Rockefeller comprou o edifício em 1946 e morou nos andares superiores, onde hoje vive Murdoch.
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As empresas brasileiras precisam ser mais agressivas"

O embaixador chinês Li Jinzhang está no posto, em Brasília, há menos de dois meses, mas já se acostumou a ler na imprensa muitas reclamações de empresários brasileiros em relação a seu país.

Por Denize BACOCCINA


Li diz que a China, responsável pelo sucesso das exportações de commodities do Brasil, também está aberta a comprar produtos de maior valor agregado, e sugere que as empresas estudem mais as oportunidades oferecidas na terra do presidente Mao. “Os empresários brasileiros devem ser mais agressivos para explorar o mercado chinês”, diz o embaixador à DINHEIRO. Diplomata de carreira, ele ocupou o posto de vice-ministro na chancelaria chinesa nos últimos cinco anos, o terceiro mais importante na diplomacia do país. Li, que já esteve nas embaixadas de Cuba e Nicarágua e foi embaixador no México, defende uma atuação conjunta dos governos brasileiro e chinês para combater os efeitos da crise internacional. Confira a entrevista:


DINHEIRO – O Brasil tem muitas reclamações contra a China na OMC. Como está a relação entre os dois países?
LI JINZHANG – Temos visitas frequentes de alto nível e uma confiança política muito profunda entre os dois países. Estamos discutindo novas áreas para o desenvolvimento da parceria estratégica. A cooperação econômico-comercial, em particular, se desenvolve muito rapidamente. Segundo a estatística chinesa, o comércio bilateral chegou a US$ 84,2 bilhões no ano passado, com alta de 35% em relação ao ano anterior. As exportações do Brasil à China respondem por 80% das exportações brasileiras para a Ásia. A China também quer mais cooperação em recursos naturais, energia, indústria automobilística, agricultura e na área financeira.

DINHEIRO – Como ampliar essa cooperação em face da crise?
LI – A cooperação pragmática já se desenvolveu bastante, mas ainda temos espaço para avançar. O PIB da China ultrapassou US$ 7 trilhões e o do Brasil, US$ 2 trilhões, que se tornou a sexta maior economia do mundo. O volume de comércio, de US$ 80 bilhões, ainda é uma cifra pequena.
DINHEIRO – E como ela pode ser ampliada? Hoje, o Brasil praticamente só exporta commodities para o mercado chinês.
LI – Temos de ter como premissa básica dessa cooperação o benefício mútuo e os ganhos partilhados. Para isso, precisamos seguir as regras da OMC e também as regras de funcionamento do mercado. Ao longo dessa cooperação é natural que surjam opiniões diferentes, até divergentes. Diante desses problemas, temos de ter um respeito recíproco e negociar de forma amistosa. Na China também há gente que reclama que nos últimos anos só tivemos déficit no comércio com o Brasil. Segundo as nossas estatísticas, o déficit chinês foi de US$ 80 bilhões nos últimos dez anos. Só no ano passado, foram US$ 20 bilhões, conforme a estatística chinesa, e US$ 11 bilhões, segundo a brasileira. Para o Brasil, isso significa que a China representou um terço do seu superávit. Esse superávit significa muitas vagas de trabalho na China.
DINHEIRO – No Brasil, quando se fala em equilíbrio, a reclamação costuma partir do setor industrial, que deseja exportar mais. O sr. acredita que o equilíbrio pode vir no sentido de zerar o déficit chinês?
LI – Há pessoas que querem isso, mas o governo da China não apoia essa ideia. Nós achamos que é natural ter algum déficit ou superávit no comércio bilateral. O mercado chinês tem forte demanda por esses produtos importados do Brasil e não podemos reprimi-la apenas para buscar um equilíbrio no comércio.
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Plantação de soja no Estado de Mato Grosso.
DINHEIRO – Como se dará esse equilíbrio?
LI – A estrutura do comércio bilateral, com exportação de manufaturados chineses, demonstra a natureza das economias e as vantagens comparativas de cada país. Não podemos imaginar a China exportando recursos naturais para o Brasil. A nossa vantagem comparativa está nos recursos humanos, porque temos uma população muito grande. Por isso a China pode oferecer produtos manufaturados de boa qualidade e preço competitivo. Mas também queremos importar mais produtos de maior valor agregado do Brasil. O mercado da China é aberto. No ano passado, nossas importações passaram de US$ 1,7 trilhão, incluindo muitos produtos industrializados. Estamos trabalhando para aperfei­çoar cada vez mais a estrutura de comércio com o Brasil. O setor de aviação civil da China importou 101 unidades do modelo ERJ da Embraer.
DINHEIRO – Por outro lado, a Embraer teve problemas para produzir na China...
LI – É bem natural o surgimento desse tipo de problema nos negócios entre as empresas. As companhias têm de ajustar sua atuação de acordo com a demanda do mercado. Mas agora, segundo o meu conhecimento, os negócios da Embraer na China estão indo bem. Associada ao parceiro chinês, a Embraer deve começar a produzir o jato executivo Legacy ainda neste ano. Creio que os empresários brasileiros devem ser mais agressivos para explorar o nosso mercado. Devem estudá-lo melhor e explorá-lo de forma positiva, para exportar cada vez mais produtos de alto valor agregado, de qualidade superior. Por exemplo, os produtos químicos e metálicos brasileiros têm um grande potencial. No ano passado, a exportação aumentou 30%.
DINHEIRO – O sr. acredita que os empresários brasileiros precisam ser mais agressivos ou eles não têm vantagens comparativas, preço, qualidade?
LI – Em relação a preço e qualidade, isso será decidido pelo mercado. Qualquer empresa para entrar num mercado tem de elevar a qualidade, adaptar-se à demanda dos consumidores e baixar custos. Mesmo com todos os problemas, sou bastante otimista. O Brasil é um grande emergente. E, em algumas áreas, é o mais avançado do mundo. É o caso do plantio de soja, que o Brasil desenvolveu na região tropical. Não se pode dizer que são produtos básicos. Têm alta tecnologia e produtividade. Além disso, o Brasil está bem avançado na área de biotecnologia, com o desenvolvimento do bicombustível e também em nanotecnologia.
DINHEIRO – O Brasil aumentou o IPI para carros importados, o que afetou empresas chinesas. Como o sr. avalia essa medida e quais serão as conversas com o governo brasileiro no próximo ano, quando a medida já não estará em vigor?
LI – O governo brasileiro já disse que é uma medida provisória. Quando a medida foi anunciada, muitos países já reclamaram na OMC.
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O presidente chinês Hu Jintao.
DINHEIRO – A China pretende reagir?
LI – Não. Nós preferimos negociações amistosas. Algumas empresas automobilísticas chinesas já começaram o processo para produzir no Brasil. Isso pode trazer tecnologia e gestão para as empresas de automóveis do Brasil e gerar mais postos de trabalho e arrecadação.
DINHEIRO – A exportação de frango brasileira já foi ampliada, porque a China colocou uma barreira às exportações dos Estados Unidos por causa de uma medida antidumping dos americanos. O Brasil também tem muitos processos antidumping contra produtos chineses. A China pode adotar uma medida semelhante em relação ao Brasil?
LI – Acho que o frango brasileiro é bem saboroso. Eu como todos os dias. Também começamos a importar carne suína do Brasil. Nas próximas semanas vem uma delegação chinesa de técnicos para analisar a importação de mais produtos. Pessoalmente, sou contra esse tipo de guerra comercial, retaliações, etc. Isso só vai causar prejuízos para os dois lados. Vira um círculo vicioso.
DINHEIRO – O embaixador brasileiro em Pequim, Clodoaldo Hugueney, disse que o Brasil vai impor novas restrições aos produtos chineses. Ele salientou, inclusive, que o governo chinês já foi avisado.
LI – Ainda não vi a íntegra do discurso do embaixador, apenas o que saiu na imprensa. Por isso não gostaria de fazer comentários sobre isso. Só posso dizer que o protecionismo não vai elevar a competitividade da indústria. Só vai prejudicar os consumidores.
DINHEIRO – Como estão as negociações para que o Brasil reconheça a China como economia de mercado?
LI – Estão em curso. Estão avançando.
DINHEIRO – A China apoiaria o Brasil para o Conselho de Segurança da ONU em troca do apoio na OMC?
LI – São assuntos completamente diferentes. A China não vai negociar com algumas questões de princípio.
DINHEIRO – E qual é o princípio nesse caso?
LI – Nós apoiamos a reforma do Conselho de Segurança da ONU. Devemos dar prioridade ao aumento da representatividade dos países em desenvolvimento. O Brasil deve desempenhar um papel de maior destaque no cenário mundial.
DINHEIRO – Outra medida em estudo pelo governo brasileiro é a proibição de compra de terras por estrangeiros. Muitos chineses estão comprando terras no Brasil? Como o governo vê essa proibição?
LI – Não prestei muita atenção nesse assunto. Poucas empresas chinesas compraram terras no Brasil. As de outros países compraram mais. Os investimentos de empresas chinesas no Brasil têm de obedecer às regras locais.
DINHEIRO – Qual é o interesse do investidor chinês pelo Brasil?
LI – Temos interesse nas áreas de energia, com a Petrobras, construção civil e infraestrutura.
DINHEIRO – O governo chinês estabeleceu uma nova meta de 7,5% para o crescimento do PIB este ano antes os 8% adotados desde 2005. Qual é o impacto disso?
LI – A atual conjuntura econômica mundial é delicada, complexa e cheia de incertezas. A meu ver, uma taxa de crescimento do PIB de 7,5% é bastante alta. Com o aumento da produtividade e a melhora de vida do povo chinês, a demanda por commodities do mercado doméstico manterá uma tendência crescente no longo prazo.

A Cartier faz a hora no Brasil

Grife francesa deixará de vender suas joias em lojas multimarcas e terá uma sofisticada rede própria de alto luxo.

Por Hugo CILO


No início do século passado, o brasileiro Santos Dumont, inventor do avião, decidiu aposentar seu velho relógio suíço de bolso – daqueles que ficavam pendurados à roupa por uma corrente. A peça, embora fosse um acessório comum à época e símbolo de status nas altas rodas parisienses, era um estorvo para ele durante seus voos. Saber as horas envolvia um complexo ritual: retirar o relógio do compartimento, abrir a tampa e só aí ver o mostrador. Dessa necessidade, surgiu uma grande ideia. Em 1904, o aviador encomendou a seu amigo Louis Cartier, um dos três irmãos fundadores da relojoaria francesa Cartier, um modelo de relógio de pulso que, de forma rápida, facilitasse a visualização dos ponteiros.

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Juan Carlos Delgado: o executivo comanda a marca na américa Latina e fez do Brasil
prioridade nos planos mundiais da empresa. Ele foi fotografado no relógio
da torre da estação da luz, em São Paulo.
Nascia ali, na charmosa Champs Elysées, o modelo quadrado Tank, com pulseira de couro, batizado de Santos pelo relojoeiro. Em 1911, a peça passou às lojas e, até hoje, é um dos maiores sucessos de venda da marca. A história de Santos Dumont e Louis Cartier ilustra uma relação de longa data da maison francesa com o consumidor brasileiro. Mais de um século depois, a Cartier decidiu voar para o País, sem data para voltar. Apesar de já estar timidamente no mercado brasileiro há 14 anos, com uma butique própria em São Paulo, no bairro dos Jardins, e em algumas relojoarias multimarcas, só agora a grife decidiu projetar um plano agressivo para o varejo de luxo nacional.
Até o fim do ano, serão duas lojas – uma no shopping Cidade Jardim, em São Paulo, e outra no Village Mall, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. “O Brasil se tornou prioridade máxima no plano de expansão da marca no mundo”, diz Juan Carlos Delgado, presidente da Cartier para a América Latina. “Queremos fortalecer ainda mais a relação da empresa com os consumidores brasileiros, história que começou com Santos Dumont.” De acordo com Delgado, estão planejadas outras unidades em várias capitais do País. “O número exato será definido nos próximos meses”, diz. O interesse da Cartier pelo Brasil, além da afinidade histórica, se explica pelos números e pelos cifrões.
Cerca de 70% das vendas para brasileiros são feitas fora do País, especialmente nas lojas de Nova York e Paris, que custam a metade do que é cobrado aqui. “Vocês já compram Cartier há muitos anos, e nossa decisão de investir aqui é porque queremos estar mais próximos dos nossos clientes”, afirma Delgado. É por essa razão que todos os produtos da marca trazidos ao País terão margens de lucro reduzidas, segundo o executivo. “Tanto nossos relógios quanto nossas joias custarão no Brasil apenas 15% mais do que custam na Europa e cerca de 20% sobre o preço encontrado nos Estados Unidos”, afirma. O empenho da Cartier em oferecer preços mais acessíveis fez parte de uma estratégia que tem como meta garantir uma fatia do mercado de luxo.
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Sede da Cartier, em Paris: foi na loja da Champs Elysées que Santos Dumont
inaugurou a relação da marca com os brasileiros.
O tíquete médio da marca no Brasil é de R$ 15 mil – equivalente ao das rivais Louis Vuitton e Tiffany, que também estão de olho no consumidor brasileiro. Há peças da Cartier, no entanto, que vão de R$ 1 mil a R$ 300 mil, opções que ampliam o leque da grife. O reposicionamento da Cartier no Brasil está nas mãos de um dos mais respeitados executivos do grupo, o francês Maxime Tarneaud. Nomeado como novo diretor, ele está no Brasil há seis anos, com passagem pela Louis Vuitton e pelo grupo Iguatemi, onde era responsável pela divisão de marcas internacionais. Tarneaud foi quem trouxe ao País grifes como Diane von Furstenberg e Louboutin. “A nossa empolgação com o Brasil reflete o otimismo da empresa com o País”, diz Tarneaud.
“Os planos são audaciosos e não irão demorar muito tempo para mostrar resultados impressionantes.” Ao que tudo indica, os planos da Cartier para o Brasil irão decolar nos próximos anos. O grupo Richemont, que a controla, também está fortalecendo marcas de alta relojoaria como Panerai, IWC e Van Cleef & Arpels – todas com planos de investimento aqui. A Cartier, no entanto, é prioridade. A grife responde por mais de 50% da receita da companhia, que chegou a € 6,8 bilhões no ano passado, 33% maior que a do período anterior. E, nesse contexto de faturamento em alta, o Brasil é peça-chave para que a grife mantenha o compasso dos ponteiros financeiros da Cartier.

Brasileiro perde título do torneio de Schwarzenegger para baixinho em categoria errada

Bruno Doro
Do UOL, em São Paulo
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No mundo do fisiculturismo, cinco centímetros fazem muita diferença. Que o diga Amado Moura. O brasileiro perdeu, na semana passada, o título do Arnold Classic, competição criada pelo ator Arnold Schwarzenegger, para um rival de 1,75m – Amado tem 1,80m. A derrota, porém, não foi o maior problema.

BRASILEIRAS LEVAM TÍTULO DO ARNOLD

  • Divulgação

    As mulheres foram os destaques do Brasil no Arnold Classic 2012. Iara Vieira (foto), na categoria Figure B (até 1,59m), e Alessandra Barata Pinheiro, na Figure E (até 1,70m) ficaram o título do torneio, disputado em Columbus, no estados de Ohio, nos EUA.

    Entre os homens, o único campeão verde-amarelo foi Charles Soares, na categoria Bodybuilding até 85kg.

Amado competiu na categoria Amador Classe C, para atletas acima de 1,80m – ele tem 1,81m. E o vencedor foi o paraguaio Gerardo Samaniego, que, segundo o brasileiro, tem 1,75m. “Não é exatamente uma diferença de definição muscular. O que ocorre é que o mesmo volume de músculos em uma pessoa menor aparece mais do que em uma pessoa de 1,80. Por isso, no Arnold existe a divisão de categorias por altura”, explica o brasileiro.

Durante a competição, ninguém notou que o baixinho estava na categoria errada. “Fiquei muito chateado, pois todos me deram a vitória, inclusive meus adversários”, reclama Amado. “Não sabemos o que ocorreu, mas os responsáveis já estão analisando o pedido de revisão de resultados, é preciso aguardar”.

“Bodybuilder” há 22 anos, o título seria o primeiro de Amado no tradicional Arnold Classic. Ele foi campeão mundial máster em 2010, em campeonato na Turquia, e, no ano passado, em sua estreia no torneio de Schwarzenegger, ficou em terceiro.

“O Arnold é o maior evento multi-esportivo do ‘bodybuilding’, proporciona ao atleta a oportunidade de destaque que nenhum outro evento dá. Conquistar um resultado nesta competição é extremamente importante para os atletas, principalmente para os brasileiros. O Arnold começou em 1989, eu comecei a treinar em 1991 e participar deste evento era um sonho quase inatingível. Hoje, é uma realidade”.

A preparação para a edição 2012 do torneio começou no ano passado e envolveu um regime radical para Amado. “Comecei a minha dieta exatamente no dia primeiro de outubro de 2011. Eu tinha a necessidade de perder 20 quilos para me adequar à categoria. Durante cinco meses, passei a me alimentar oito vezes por dia, com uma dieta regrada, à base de filé de frango, clara de ovos, arroz e batata, além dos suplementos nutricionais”, conta.

Toda a preparação do fisiculturista é feita em sua própria academia, em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, que nasceu da paixão pelo esporte. “Comecei a praticar bodybuilding em 1991. No início, não tinha condições de pagar uma academia, resolvi treinar em casa e fazer meus próprios equipamentos de madeira e ferro . Acabei montando a minha própria academia. Meu único objetivo era ser campeão. Os amigos gostaram da ideia e começaram a treinar comigo. Neste início aprendi tudo sozinho, buscando informações, para evoluir nos treinos e na minha alimentação. A academia acabou sendo aberta ao público, chegando a ter mais de 100 alunos. Daí para frente, foi só buscar o aperfeiçoamento e perseverar”.

FISICULTURISMO DIZ SER MAIS SAUDÁVEL QUE MUNDO DAS MODELOS

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    O leigo que observa um praticante do fisiculturismo em momento de competição, com músculos saltando e definição corporal aparentemente no limite, talvez imagine a maratona de malhação a que esses atletas são submetidos e, em alguns casos, se apega à reputação de prática ligada ao universo dos anabolizantes. Mas os praticantes afirmam com a convicção que a meta de construção de músculos é mais saudável do que alguns acontecimentos melhores aceitos na sociedade.

    "Uma modelo fica sem comer para ficar magrinha, arrisca a sua saúde, e depois a gente é que é errado. A gente que só leva coisa boa para o corpo", diz Lucas di Santi, brasileiro campeão mundial da Nabba (National Amateurs BobyBuilders Association), uma das entidades mais tradicionais do fisiculturismo, em menção a casos de bulimia entre as meninas que desfilam.