segunda-feira, 11 de junho de 2012

Brasil tem 2,5 milhões de empreendedores


– Dois milhões e meio de brasileiros já aderiram à figura jurídica do empreendedor individual (EI). O número foi alcançado no começo deste mês. A sustentabilidade desses negócios é uma das atuais preocupações do grupo de trabalho (GT) responsável pela gestão do programa, coordenado pelo Ministério da Previdência.
De janeiro a maio, foram mais de 620 mil registros, uma média de 3,9 mil formalizações por dia. Projeções do Sebrae apontam que em 2014 eles serão cerca de quatro milhões. A taxa de expansão anual no período deverá ser de 37,4%.
Empreendedor individual é o trabalhador por conta própria que ganha no máximo R$ 60 mil por ano e se dedica a atividades como cabeleireira, costureira, vendedor de roupas, pedreiro, encanador e eletricista, entre outras.
Integrante do GT, o Sebrae promoverá, de 2 a 7 de julho, a 4ª Semana do Empreendedor Individual, com mobilizações em todo o país. Segundo o presidente da instituição, Luiz Barretto, além de incentivar as adesões ao EI, um dos principais objetivos da iniciativa é ampliar para os formalizados o acesso a informações e atendimento diferenciado que possibilitem o crescimento dos negócios.
Desde junho de 2011, o Sebrae desenvolve o programa Sebrae Empreendedor Individual (SEI), que capacita os profissionais sobre a gestão dos negócios. O SEI é composto por sete soluções, que abrangem como comprar, vender, planejar, unir forças para melhorar, controle de dinheiro, empreender e administrar. Até dezembro de 2011, foram realizadas por meio do SEI, em todo o país, 840 oficinas e houve mais de 10,7 mil empreendedores individuais capacitados.
Registro
O registro do EI é gratuito e pode ser feito no Portal do Empreendedor (www.portaldoempreendedor.gov.br). Para se manter na categoria, os formalizados pagam uma taxa fixa mensal de 5% sobre o salário mínimo para a Previdência Social, mais R$ 1 de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), se atuar na indústria ou comércio, ou R$ 5 de Imposto sobre Circulação de Serviços de Qualquer Natureza (ISS), se for da área de serviços.
Formalizado, o EI garante registro no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNJ), pode participar de licitações públicas e acessar financiamentos especiais e tem direito à cobertura previdenciária, como aposentadoria e licença-maternidade.
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Quase uma panaceia

Três estudos realizados por pesquisadores do Reino Unido defendem que a aspirina pode ajudar a prevenir e possivelmente tratar vários tipos de câncer. Para alcançar o efeito benéfico, bastaria tomar um comprimido por dia.
Por: Cássio Leite VieiraDicionários definem ‘panaceia’ como um remédio com o poder para curar todos os males. É improvável que a ciência chegue a tanto, mas é possível que o mais próximo disso hoje seja a popular aspirina. Três artigos recentes defendem que essa molécula pode ajudar a prevenir e possivelmente a tratar o câncer. Os estudos foram publicados em março na versão on-line das revistas The Lancet e The Lancet Oncology.
A molécula de aspirina (ácido acetilsalicílico) já mostrou seu efeito benéfico contra doenças vasculares – e, em geral, a receita para isso não podia ser melhor: um comprimido diário.
A equipe de Peter Rothwell, da Universidade de Oxford (Reino Unido), já havia mostrado que, em longo prazo, o ácido acetilsalicílico diminui o risco de câncer. Dessa vez, os pesquisadores analisaram 51 estudos que relacionavam o uso desse medicamento com a prevenção de doenças vasculares (ataque cardíaco, por exemplo), extraindo conclusões que valem para prazos mais curtos.
Os resultados indicam 15% de redução no risco de morte por câncer em relação ao grupo-controle
Os resultados dessa análise foram relatados em três artigos e soam impressionantes. Um apanhado geral aponta para os seguintes números: i) 15% de redução no risco de morte por câncer em relação ao grupo-controle; ii) esse percentual foi a 37% quando a pessoa tomava o medicamento há cinco anos ou mais; iii) 25% quando a dose era baixa, e o tempo era de três anos ou mais. No geral, a aspirina foi responsável por evitar 12% das mortes por causas não ligadas a problemas vasculares.
Os autores escreveram que a prevenção do câncer poderia se tornar a principal justificativa para o uso desse remédio.

Tumor espalhado

O segundo artigo da equipe tem o foco no uso da aspirina na prevenção da metástase, ou seja, espalhamento da doença para outras áreas do corpo. Mais uma vez, os percentuais são significativos. Resultados gerais: i) diminuição de 36% no risco de câncer com metástase distante (longe de onde se iniciou a doença); ii) 45% menos risco para a metástase de tumores sólidos (intestino, pulmão, próstata, por exemplo); iii) 18% para outros tumores sólidos (bexiga e rins).
Esses efeitos se mostraram independentes de sexo e idade. E, melhor, para baixas doses do medicamento.
“É a primeira prova em humanos de que a aspirina previne cânceres com metástases distantes”, escrevem os autores.
A resposta para ação a distância da molécula é interessante. Desconfia-se que esse mecanismo seja mediado pelas plaquetas (elemento importante na coagulação). Talvez, suspeitam os pesquisadores, a combinação da aspirina com outros medicamentos (denominados antiplaquetários) tenha ação ainda mais incisiva na diminuição do risco de metástase.
Plaquetas
Os pesquisadores supõem que o mecanismo que permite à aspirina atuar na prevenção de cânceres com metástases distantes seja mediado pelas plaquetas (em azul, rodeadas por glóbulos vermelhos). (foto: Wikimedia Commons/ Bobjgalindo – CC BY-SA 3.0)
É nesse artigo que a equipe levanta a hipótese de que o medicamento pode servir até para tratar certos tipos de câncer. Mas, ressalte-se, tudo ainda não vai além de uma sugestão.

Casos controlados

O último dos artigos, também centrado no estudo de metástases, comparou resultados de dois tipos de estudo: observacionais (casos controlados, por exemplo) e randômicos. Estes últimos não têm ‘força’ estatística para estabelecer a relação entre a aspirina e os cânceres mais incomuns. A vantagem dos primeiros é a rapidez, pois os randômicos podem durar até 20 anos para apresentar resultados.
Os pesquisadores encontraram uma diminuição de 38% no risco de câncer colorretal, por exemplo
Nessa linha, os pesquisadores encontraram uma diminuição de 38% no risco de câncer colorretal, por exemplo, o que está em sintonia com os 42% vindos de estudos randômicos. Essa similaridade de percentuais foi também encontrada para cânceres de esôfago, estômago, fígado e mama.
“Estudos observacionais mostram que o uso regular de aspirina reduz o risco de longo prazo de vários tipos de câncer, bem como o de metástases distantes.”
Um comentarista disse que, no futuro, as diretrizes para o uso da aspirina na prevenção de doenças terão que levar em conta não só a ação dessa molécula contra problemas cardiovasculares, mas também aquela contra o câncer.
Alerta: ácido acetilsalicílico pode causar casos (graves) de hemorragia interna. Portanto, não é o caso de praticar a automedicação.

Cássio Leite Vieira

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