sábado, 17 de novembro de 2012

investem em outras empresas


- A Homeaway, uma empresa de internet do Texas que oferece imóveis para alugar, virou a queridinha de analistas e investidores assim que anunciou a intenção de abrir o capital, no ano passado. Ao contrário de outras companhias de internet que também planejavam lançar ações, como o site de compras coletivas Groupon, a HomeAway tinha um histórico consistente de lucros. E tinha o Google, maior empresa de internet do mundo, como sócio.

Por meio de um fundo próprio de venture capital, especializado em comprar participações de empresas pequenas que buscam capital para crescer, o Google havia colocado 25 milhões de dólares na HomeAway um ano antes. Vendeu uma parcela desse total na oferta de ações, com lucro de quase 60%, e usou o dinheiro para aplicar em outros negócios — que, se tudo der certo, também vão viver um ciclo parecido de investimento, expansão e ida à bolsa. 
Como o Google, centenas de companhias americanas e europeias têm fundos de investimento, abastecidos com seus próprios recursos, para aplicar em outras empresas. O maior deles é o da fabricante de chips Intel, que já investiu 11 bilhões de dólares em mais de 1 000 empresas de 51 países, inclusive no Brasil. No ano passado, 83 companhias lançaram fundos desse tipo no mundo, como a montadora alemã BMW e o conglomerado francês de luxo LVMH, dono da marca Louis Vuitton.
Nos últimos meses, esse movimento começou a ganhar força também no Brasil. Até recentemente, havia apenas dois fundos em operação aqui. Agora, a Totvs, maior empresa de software do país, está estruturando um fundo para comprar participações em empresas brasileiras e estrangeiras de tecnologia.
A espanhola Telefónica anunciou em setembro que vai destinar 770 milhões de reais para aplicar em projetos na Espanha, na América Latina e também no Brasil, por meio de sua subsidiária aqui, a Vivo. A fabricante de software Microsoft lançou em julho um projeto para selecionar startups que poderão ser compradas.
A companhia brasileira de tecnologia Stefanini, que já tem um fundo desse tipo há dois anos, deve elevar o valor disponível para investimentos de 75 milhões para 100 milhões de reais. “O Brasil vive um momento propício para o surgimento de empresas inovadoras, algo similar ao que vimos ocorrer na China e, mais recentemente, na Índia”, diz Arvind Sodhani, presidente mundial do Intel Capital.
Ideias inovadoras
Em geral, as empresas têm dois objetivos ao criar esses fundos. Um deles é ganhar com a valorização do investimento, como fez o Google com a HomeAway. Outro é colocar recursos em empresas que estejam desenvolvendo produtos complementares ao que elas já fazem. Ou seja, em vez de ter um possível concorrente, elas passam a ter um parceiro.A Stefanini comprou a TI Vanguard, especializada em software de gestão, para ampliar sua atuação nesse segmento e passar a vender mais para a IBM, grande compradora dos produtos da Vanguard. A Totvs busca algo semelhante com seu fundo. “Estamos atrás de empreendedores que possam melhorar nossos produtos e serviços com ideias inovadoras”, diz Laércio Cosentino, presidente da Totvs.

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