sábado, 30 de março de 2013

escolas do futuro


O uso dos computadores e da internet revolucionou a maneira como as pessoas compram, trabalham e se comunicam. Depois de muitas tentativas e muitos erros, os educadores começam a perceber o que funciona na sala de aula.

 Na Orestad Gymnasium, uma escola municipal de Copenhague, na Dinamarca, inaugurada em 2005, até a planta do prédio foi pensada para viabilizar o conceito de “escola do futuro”. O edifício de cinco andares tem algumas salas de aula tradicionais, no estilo quatro paredes, uma porta e janelas. Mas 50% das atividades são realizadas em espaços de convivência, onde os alunos do ensino médio são incentivados a resolver em pequenos grupos desafios propostos pelo professor.

Nenhum adolescente usa caderno feito de papel ou é obrigado a tirar cópias de livros. Tudo é digital. E, apesar de metade dos estudantes ter pais que não possuem diploma universitário, fator sempre associado ao desempenho escolar, a maioria dos alunos da Orestad Gymnasium tem um aproveitamento superior à média nacional. A cerca de 6 000 quilômetros dali, em Nova York, a iSchool, criada em 2007, também tem resultados que são motivo de orgulho.
Da turma formada no ano passado, 95% dos alunos foram aprovados em universidades. Como a média do estado é de 65%, levou pouco tempo até que a escola chamasse a atenção e virasse objeto de análise de educadores de todo o mundo. Como explicar tamanha eficiência? “A estratégia foi repensar a educação e adequá-la à nova realidade, em que as crianças passam a maior parte de seu dia conectadas à internet”, afirma a americana Isora Bailey, diretora da iSchool.
Na escola localizada no bairro Soho, os professores decidem quando as aulas serão expositivas, offline ou online. Neste último caso, ter acesso à internet não quer dizer ficar vendo vídeos bizarros no YouTube ou conversando no Facebook. A navegação na web é restrita ao conteúdo relacionado às atividades escolares.
Como nas classes tradicionais, os professores escolhem se os exercícios serão feitos em pequenos grupos ou individualmente. A diferença é que, quando os alunos estão trabalhando sozinhos, um software centraliza e registra as atividades. Com isso, os professores sabem exatamente o que cada aluno fez.  “Usamos tudo o que está à disposição para manter a motivação dos alunos”, diz Isora.
Exemplos como o da Orestad Gymnasium e da iSchool são cruciais porque eles indicam possíveis caminhos para o futuro da educação. A popularização dos computadores e da internet nas últimas duas décadas mudou a maneira como os consumidores compram, como as pessoas se comunicam, como boa parte das empresas trabalha e como as notícias se propagam.
Pouca gente duvida que as salas de aula serão afetadas da mesma forma, mas o curioso é que, até agora, a esperada revolução na área da educação não aconteceu. É fato que o ambiente escolar foi invadido por PCs — no Brasil, há uma máquina para cada grupo de seis alunos e, nos países ricos, a média é de um computador para cada dupla. Embora o acesso à internet nas escolas seja um fato, ainda não se conseguiu medir com exatidão seus efeitos em larga escala. 
Em 2007, o governo do Peru realizou um dos maiores programas de distribuição de notebooks para crianças e jovens no mundo emergente. Mais de  850 000 computadores foram instalados em escolas de todo o país, mas, depois de cinco anos, um relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento mostrou que os alunos que receberam os equipamentos não tiveram nenhuma melhoria em leitura ou matemática.

“Pecamos por excesso de otimismo ao pensar que colocar computadores nas escolas era sinônimo de obter saltos de qualidade”, diz o professor chileno Eugenio Severin, ex-consultor de educação do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Com base em experiências como a peruana, houve uma mudança de mentalidade nos meios acadêmicos. Não se pensa mais em computação como solução mágica. “Com ou sem tecnologia, o essencial continua sendo contar com um bom professor”, diz Severin. 
Uma das linhas atualmente mais aceitas entre os especialistas em educação é o uso da tecnologia para personalizar o ensino e resolver o problema do desnível de conhecimento e de ritmos diferentes de aprendizagem entre os alunos de uma mesma classe. “A maioria das escolas tradicionais nunca vai educar bem todos os alunos, porque o que é bom para alguns não funciona para outros”, afirma o professor Michael Horn, coautor do best-seller Disrupting Class (“Aula disruptiva”, numa tradução livre). Escrito em parceria com Clayton Christensen, professor da Harvard Business School, o livro já vendeu quase 100 000 cópias em todo o mundo. 
A varejista online Amazon criou o conceito de “uma loja para cada cliente” no início dos anos 90. Mostrou que é possível usar softwares para descobrir os produtos de preferência dos clientes e oferecer uma página da loja virtual diferente a cada um deles. Nos últimos anos, a ideia de prestar atenção nas demandas individuais começou a ganhar mais força na área da educação, impulsionada principalmente pela disseminação de softwares chamados de sistemas de gestão do aprendizado, que centralizam todas as atividades dos alunos.
A rede de escolas Integral, de Campinas, com 1 800 estudantes, todos eles portadores de um iPad, é uma das adeptas da nova tecnologia. Com a ajuda de um software da empresa americana AirWatch, os professores da Integral passaram a enviar aos tablets dos alunos o conteúdo indicado para cada um deles.
Mesmo a distância, a escola acompanha o que os estudantes acessam, sabe se eles fazem as atividades e com que grau de dificuldade. Isso permite que os professores possam dar atenção aos alunos menos adiantados e manter os primeiros da classe motivados com questões desafiadoras. Em caso de dúvida, todos têm acesso às apresentações dos professores, que ficam disponíveis na rede. 
A inspiração dos vídeos vem do americano Salman Khan. Formado em matemática, ciência da computação e engenharia elétrica pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts, Khan começou, em 2008, a gravar aulas de matemática para sua prima, então com 12 anos, e colocá-las no YouTube. Atualmente, com a ajuda de personalidades como Bill Gates, Khan tem mais de 4 000 vídeos gratuitos sobre temas tão variados como física e história no seu site (www.khanacademy.org).
No início de 2013, ele esteve no Brasil para assinar um convênio com o governo federal. Seu objetivo é disponibilizar suas aulas aos estudantes brasileiros. Para que isso aconteça, a Fundação Lemann, ONG voltada para o tema da educação, está traduzindo para o português aulas que já foram vistas por mais de 220 milhões de pessoas em todo o mundo.

“O sistema educacional predominante nos dias de hoje foi concebido há centenas de anos, com a tecnologia que estava disponível naquela época”, diz Khan. “Queremos que mais pessoas sejam educadas e que isso seja economicamente viável. A pergunta é: não podemos fazer melhor, levando em consideração a tecnologia que temos à nossa disposição hoje?”
Admirável mundo novo
A norueguesa Elisabeth Engum, professora de matemática na Bjorgvin Secondary School, em Bergen, a 500 quilômetros de Oslo, é uma das educadoras que estão na ponta dessa nova fronteira. Elisabeth foi uma das primeiras na aplicação de um novo conceito: o flipped classroom, ou “aula invertida”, numa tradução livre. Quando estão em casa, os alunos de Elisabeth assistem às aulas expositivas gravadas especialmente pela professora.
Na escola, o tempo é usado em atividades para aplicar o que foi aprendido nos vídeos. Elisabeth conta que é trabalhoso criar um conteúdo atrativo quando está gravando e, depois, pensar em exercícios diferentes para ser aplicados no horário das aulas. Mas o método também exige mais dos jovens. “Ouvir o professor falar é muito fácil. Agora, os alunos são obrigados a assumir mais responsabilidades sobre as tarefas”, diz.
Essa nova fase da educação tem atraído o interesse de fornecedores de tecnologia. A Apple pesquisa com editoras e desenvolvedores de aplicativos maneiras de aumentar o uso do seu tablet, o iPad, nas escolas. Outras empresas de tecnologia, como Microsoft, Cisco, Intel, Qualcomm,  Dell e HP, têm projetos direcionados a esse novo mercado, estimado em 56 bilhões de dólares anuais.
“Os grandes fabricantes já perceberam que não basta apenas vender o hardware para lucrar nesse segmento”, diz o professor Jim Lengel, da Universidade de Nova York e consultor dos projetos de empresas como Apple e Sony. Duas décadas depois da chegada do PC à sala de aula, uma lição parece ter sido aprendida. A tecnologia é válida quando ajuda as crianças e os jovens a desenvolver a capacidade de formular ideias e resolver problemas. Para os bons educadores, o desafio sempre foi esse.

domingo, 24 de março de 2013

os micronegócios um modelo a ser copiado


O açougue de Manuel Novais, 56, atende diariamente 500 pessoas, em média, na principal e movimentada rua de acesso a Nova Brasília, uma das 13 favelas do Complexo do Alemão. Por mês, o faturamento do comerciante é superior a R$ 250 mil.
A prosperidade nas vendas de Novais sinaliza a boa fase dos negócios em comunidades de baixa renda localizadas na cidade do Rio.
O aumento do consumo reforçou os investimentos de microempresários, muitas vezes impulsionados pelos empréstimos concedidos por bancos com representantes em favelas.
"Do ponto de vista do consumo, há uma revolução em andamento nas comunidades do Rio", afirma Renato Meirelles, diretor do instituto Data Popular, especializado no setor de baixa renda.
É possível perceber a transformação pelo histórico da Caixa Econômica. Até 2010, as linhas de crédito para pequenos empreendedores, incluindo os informais, eram inexploradas pelo banco estatal nas favelas cariocas.
Em novembro do mesmo ano, com a ocupação policial do Complexo do Alemão, o banco passou a atender esse segmento. Encerrou 2011 com a concessão de 400 microcréditos. No ano passado, o número saltou para 2.000. A projeção para 2013 é alcançar a marca de 3.500 linhas de crédito concedidas.
"Percebemos que a procura pelo microcrédito dobra a cada seis meses", afirma Tarcísio Luiz Dalvi, superintendente regional da Caixa, que coordena o atendimento às favelas da zona norte.
CORPO A CORPO
A Caixa tem apenas duas agências dentro de comunidades: uma no Complexo do Alemão e outra na Rocinha. Para expandir o contato com os clientes, 170 emissários do banco circulam pelas ruas e becos das favelas cariocas.
"Recrutamos jovens nas próprias comunidades. Eles são treinados para orientar e apresentar todas as informações sobre nossas linhas de crédito", afirma Dalvi.
Itaú e Santander também apostaram em agentes de campo nas suas investidas nas favelas cariocas.
"Não tratamos o microcrédito em comunidades como uma iniciativa de responsabilidade social. Enxergamos como um novo modelo de negócios", diz Eduardo Ferreira, superintendente de microcrédito do Itaú.Reputação da IKEA tomou uma surra séria
Nas linhas de crédito concedidas prevalecem valores abaixo de R$ 5.000 por operação. Chamam a atenção os recursos solicitados por microempresários para compra de mercadorias ou reformas de seus estabelecimentos.
O incremento na economia das favelas ocorre mesmo nas áreas dominadas por traficantes ou milicianos.
Entretanto, os resultados mais significativos estão nas áreas com presença das UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora), que oferecem condições mais atraentes para novos investimentos.
gosto pelo consumo
"Muita gente se engana e pensa que pobre não é consumidor. Pobre gosta de gastar, sim, mas de acordo com suas possibilidades", afirma Novais, que cita como exemplo os refrigerantes que vende em seu açougue.
"Comecei a oferecer um refrigerante barato, o chamado 'mendigão', que custava a metade do preço. Não vendeu nada. O pessoal quer é Coca-Cola e Guaraná Antarctica."
Após a ocupação do Alemão, o açougueiro participou de um curso sobre empreendedorismo promovido pela rede Carrefour dentro da comunidade.
Aprendeu como embalar e armazenar cortes de carne em bandejas seguindo o modelo de grandes supermercados.
A partir daí, o microempresário do Alemão montou um freezer apenas com peças de carnes e aves previamente cortadas e selecionadas. "Com as bandejas, a venda de frango aumentou 40% em um ano", afirma.
 

Conheça o Bitcoin, a moeda virtual que hoje vale US$ 50 e tem sido alvo de polêmica por viabilizar compras.17.jpgAceitação crescente: Talita Noguchi (centro), dona do bar e bicicletaria Las Magrelas,

espera gerar novos negócios com o Bitcoin

Depois de comer um pão na chapa e tomar um café em uma padaria na região central de São Paulo, o analista de sistemas Thiago Martins, 33 anos, perguntou se poderia pagar a conta com bitcoin em vez de real. O atendente não entendeu nada e pediu para Martins explicar melhor o que estava propondo. Foi a deixa para ele fazer um discurso sobre a moeda digital bitcoin. Embora não seja lastreada por nenhum país ou banco, a moeda é cada vez mais utilizada no mundo. É usada, por exemplo, em transações dentro e fora da internet, como em compras de Com quatro anos de mercado, sua popularidade entre os usuários de internet vem crescendo, inclusive no Brasil, graças a evangelizadores como Martins. “Não quero mais o real”, afirma. “Com o bitcoin me sinto mais seguro e livre." Se para o analista de sistemas é difícil entender por que a padaria ou outros estabelecimentos comerciais não aceitam o bitcoin, para alguns economistas existem motivos de sobra para preocupação. Um dos aspectos que os deixam de cabelos em pé com a moeda virtual é que, por não ser lastreada, os riscos de evasão fiscal, fraudes e fortalecimento do crime organizado são maiores. Além disso, o fato de essa moeda pirata ter sido inventada quase como uma história de ficção científica causa ceticismo entre os analistas. 
Cotado atualmente em mais de US$ 50, o bitcoin foi criado por um misterioso hacker chamado Satoshi Nakamoto – um nome japonês corriqueiro, equivalente a João da Silva. Quem é ele, quais foram suas motivações e por onde anda são algumas das perguntas que permanecem sem resposta. O fato é que a moeda foi lançada num momento peculiar: no começo de 2009, poucos meses depois da quebra do banco americano Lehman Brothers, que deflagrou a crise financeira internacional. Com as pessoas desconfiadas do sistema financeiro, a aceitação a uma alternativa a esse modelo foi facilitada. As transações e a emissão de cada bitcoin são feitas por meio de uma rede de computadores de forma análoga ao que acontece com as redes de trocas de arquivo da internet.
A tecnologia de compartilhamento de dados chamada de P2P (peer-to-peer), que teve no site Napster um dos pioneiros no fim dos anos 1990, faz com que os PCs conectados à rede “conversem” entre si de maneira descentralizada. Com o bitcoin, os usuários fazem as transações sem a intermediação de terceiros, o que barateia o custo. O envio de 1 BTC de uma carteira para outra tem custo zero. Todos os computadores conectados ajudam a processar e registrar a passagem da moeda de uma carteira para outra, assim como também ajudam a emitir novos bitcoins. Mais ou menos 25 bitcoins são garimpados – esse é o jargão usado no meio – a cada dez minutos. Atualmente, há cerca de 11 milhões de bitcoins no mercado, que valem mais de US$ 600 milhões na cotação das principais casas de câmbio internacionais que trabalham com a moeda, como MTgox, Bitfloor e Bitcoin-Central. equipamentos eletrônicos, bicicletas, restaurantes, aluguel de pousadas e até drogas e armas. SUBSTITUIÇÃO DE MOEDAS O surgimento do bitcoin é reflexo da tendência de substituição da moeda física pelos circuitos eletrônicos, que vem ganhando força desde os anos 1960, diz Gilson Schwartz, economista e professor da Escola de Comunicações e Artes da USP. Ele alerta, porém, que o fato de ser uma moeda sem lastro pode gerar problemas. “Há o risco de evasão fiscal, fraudes e fortalecimento do crime organizado”, afirma. O que reforça sua tese é o fato de o bitcoin já ter se tornado a moeda oficial do Silk Road, um obscuro site que vende heroína, LSD e maconha, entre outros tipos de drogas. Um dos estímulos ao uso do bitcoin nesse canal é o anonimato – ninguém sabe quem são os verdadeiros donos das carteiras. 
Além disso, cada usuário pode espalhar seus BTCs por diversas contas. Em defesa da moeda, seus entusiastas rebatem dizendo ser possível comprar drogas com real e dólar, por exemplo, sem que isso tenha dado margem a críticas a essas moedas. O bitcoin talvez ainda não seja uma prioridade na pauta dos governos, mas a mais forte propaganda dessa moeda foi realizada justamente pela Casa Branca.Quando o WikiLeaks, o polêmico site criado pelo australiano Julian Assange, divulgou comunicações secretas das embaixadas americanas, Washington articulou para que instituições de crédito não atendessem mais a página. Bank of America, Visa, MasterCard, Paypal e Western Union deixaram de prestar serviço aos ativistas do WikiLeaks, que quase fechou. 
A saída foi apelar para o bitcoin, contra quem o governo americano não pode fazer nada. Para bloqueá-lo, seria preciso desligar cada computador conectado à rede, uma tarefa virtualmente impossível. “Quando vi que o WikiLeaks aceitava doações num tal de bitcoin, na hora fui atrás para ver o que significava”, afirma Martins, um dos que conheceram a moeda graças à publicidade feita pela administração de Barack Obama. Ele e dezenas de usuários lutam para disseminar a moeda no Brasil, onde, embora esteja em expansão, o uso está anos-luz atrás da Europa e dos EUA. Enquanto já é possível pedir até pizza nos EUA com bitcoins, no Brasil uma boa parte do giro da moeda se dá por uma rudimentar troca de serviços e produtos no fórum Bittalk, que faz as vezes de uma lista de classificados. 18.jpgSufoco: ao ser abandonado pelas principais instituições financeiras,
Julian Assange, do WikiLeaks, apelou à moeda pirata
 Dar o primeiro passo para entrar nessa comunidade, no País, não é fácil, pois não há uma casa de câmbio estabelecida. O mais próximo são sites que unem interessados em comprar e vender bitcoins. O principal deles é o Mercado Bitcoin, gerido pelo consultor de tecnologia mineiro Leandro César, 37 anos. Segundo ele, sua empresa conta com dois mil clientes brasileiros e a adesão à novidade deve dar um salto neste ano. “Um filão que pode impulsioná-la é o de jogos online”, afirma César. Apesar de trabalhar com uma moeda anárquica, César já se encrencou com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O problema surgiu quando tentou fazer um grupo de amigos adquirir máquinas de “mineração”. indefinido
Afinal, quanto maior o poder de processamento dos computadores, mais bitcoins são ganhos. A CVM entendeu isso como um investimento, o que deve necessariamente passar pelo crivo do órgão. Uma comunicação foi enviada a César mandando-o apagar o anúncio, sob pena de receber uma multa. “Fiz o que me foi determinado, embora não esteja de acordo com a visão deles”, diz. Apesar do comunicado, tanto a CVM como o Banco Central não têm regras definidas quanto ao bitcoin. Isso pode mudar em breve, pois, ainda que esteja em fase embrionária, a aceitação da moeda por um número cada vez maior de estabelecimentos vai requerer um sistema de regulação em algum momento. Na Vila Madalena, em São Paulo, por exemplo, o bar e bicicletaria Las Magrelas já trabalha com bitcoin. undefined
A proprietária do local, Talita Noguchi, 27 anos, espera gerar novos negócios com isso. “Vamos atrair para cá programadores que não seriam nossos clientes costumeiros”, diz Talita. Ela foi convencida a aceitar o bitcoin por amigos que atuam na área de programação de computadores. O doutor em direito econômico e professor da faculdade Insper Jairo Saddi, no entanto, diz que dificilmente o bitcoin se expandirá para além dos círculos virtuais. “Tentativas de fazer moedas sem lastro ocorrem há séculos, mas todas fracassam”, afirma Saddi. Ele faz, no entanto, uma ressalva que pode significar um alento para os piratas do bitcoin. “Falar de uma moeda única para toda a Europa no século 19 era absolutamente utópico”, diz. “Hoje, o euro está aí, com todas as vantagens e desvantagens de uma moeda única.”
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 O xerife do mercado de capitais brasileiro surpreendeu ao multar um gestor que oferecia serviços de investimentos em bitcoins, um tipo de moeda virtual que só é negociada na internet. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) estabeleceu uma multa diária de 5 mil reais para Leandro Marciano César porque ele não está registrado como administrador de carteira de valores mobiliários ou como distribuidor.
Segundo a decisão assinada pelo presidente interino da autarquia, Otávio Yazbek, o acusado ofertava a aplicação em fundos de investimento e outros veículos por meio do “Grupo de Investimento Bitcoin" disponibilizado por um endereço na internet. O site se trata de um fórum de discussões sobre o bitcoin e, de fato, mostra Leandro angariando cotistas para o seu projeto. Porém, segundo alega, a iniciativa se tratava apenas de aplicações em bitcoins, e não em moeda real.indefinido
“Nunca recebi dinheiro de ninguém para o grupo. Não sei se eles estão querendo abrir uma jurisprudência ou se foi um entendimento equivocado. Para a comunidade bitcoin vai ser um fato positivo caso ele seja reconhecido como um valor mobiliário. Não entendo a alegação”, disse em uma entrevista para EXAME.com. Ele explica que apenas recebia bitcoins em seu endereço, que é análogo a uma conta corrente, e que a taxa de administração também era paga na moeda virtual.
Como funciona?
Os bitcoins podem ser conseguidos por meio da “mineração” da moeda. A ideia funciona assim: o interessado baixa o software em sua máquina e ganha os bitcoins equivalentes ao uso do seu computador pela rede. É um tipo de compensação. Os bitcoins podem ser negociados em alguns sites por produtos no exterior ou, por exemplo, trocados por moeda real com internautas que não querem garimpá-los. É nesta troca por moeda real que é gerada uma cotação.undefined
O grupo de investimentos liderado por Leandro operava neste foco. Os investidores deixavam os bitcoins com ele, que então operava em diferentes moedas para conseguir ampliar a aplicação inicial. “O bitcoin por si só já sofre volatilidade. Se você comprou mil dólares em bitcoins e os guardou desde o início do ano, hoje teria 2 mil bitcoins”, explica. Além do grupo, porém, Leandro criou um ambiente para a compra e venda da moeda, o Mercado Bitcoin.
Aí, sim, o interessado deposita os recursos em reais em uma conta administrada pelo site. É o mesmo funcionamento de uma bolsa, mas os recursos em reais ficam na conta do Mercado Bitcoin e não em uma corretora com as tradicionais garantias. De qualquer forma, a acusação da CVM se restringiu apenas ao “Grupo de Investimento Bitcoin" e não fez qualquer menção ao Mercado Bitcoin. Leandro disse que irá buscar um advogado para defendê-lo e reiterou que nunca divulgou estar filiado a CVM ou qualquer entidade governamental. O gestor publicou uma série de explicações em sua defesa no site Bitcoin Brasil.indefinido

sexta-feira, 22 de março de 2013

Governo flagra escravidão envolvendo grupo que representa a GAP no Brasil



Governo flagra escravidão envolvendo grupo que representa a GAP no Brasil
Foram resgatados 28 trabalhadores bolivianos que produziam peças para a GEP, empresa formada pelas marcas Emme, Cori e Luigi Bertolli, e que pertence ao mesmo grupo que representa a marca GAP no Brasil. A fiscalização, coordenado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aconteceu na semana da São Paulo Fashion Week, principal evento de moda da capital paulista.
A matéria é de Daniel Santini e as fotos de Anali Dupré, da Repórter Brasil, que acompanharam a operação do governo:
Fiscalização realizada nesta terça-feira, 19, resultou na libertação de 28 costureiros bolivianos de condições análogas às de escravos em uma oficina clandestina na zona leste de São Paulo. Submetidos a condições degradantes, jornadas exaustivas e servidão por dívida, eles produziam peças para a empresa GEP, que é formada pelas marcas Emme, Cori e Luigi Bertolli, e que pertence ao grupo que representa a grife internacional GAP no Brasil. O resgate foi resultado de uma investigação de mais de dois meses, na qual trabalharam juntos Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Receita Federal. Foram encontradas peças das marcas Emme e Luigi Bertolli.
Procurada, a assessoria de imprensa do grupo GEP ficou de se posicionar sobre o assunto, o que não aconteceu até a publicação deste texto. A reportagem tentou contato também com a GAP internacional, por meio da sede da empresa em São Francisco, na Califórnia, e do departamento responsável por relações internacionais na Inglaterra, mas também não obteve retorno.
Os costureiros, todos vindos da Bolívia, trabalhavam e moravam na oficina clandestina, cumprindo jornadas de, pelo menos, 11 horas diárias. A oficina repassava a produção para a Silobay, empresa dona da marca Coivara baseada no Bom Retiro, também em São Paulo, que, por sua vez, encaminhava as peças para a GEP. A intermediária também foi fiscalizada, em ação realizada na quinta-feira (21).
Tanto o MPT quanto o MTE e a Receita Federal consideraram a “quarteirização” uma fraude para mascarar relações trabalhistas. Para os auditores fiscais Luís Alexandre Faria e Renato Bignami e a procuradora do trabalho Andrea Tertuliano de Oliveira, todos presentes na fiscalização, não há dúvidas da responsabilidade da GEP quanto à situação degradante em que foram encontrados os trabalhadores da oficina clandestina.
Aliciados no país vizinho, os imigrantes já começaram a trabalhar endividados, ficando responsáveis por arcar com os custos de transporte e de entrada no país. As dívidas se acumulavam e aumentavam com a entrega de “vales”, adiantamentos descontados do salário. Mesmo os que administravam a oficina se endividavam, acumulando empréstimos para compra de novas máquinas e contratação de mais costureiros.
Entre os problemas detectados pela fiscalização na oficina clandestina estão desde questões de segurança, incluindo extintores de incêndio vencidos, fiação exposta e botijões de gás em locais inapropriados, com risco agravado pela grande concentração de tecidos e materiais inflamáveis na linha de produção, até problemas relativos às condições de alojamento e trabalho. Os trabalhadores viviam em quartos adaptados, alguns com divisórias improvisadas, outros dividindo espaço em beliches. Além disso, alimentos foram encontrados armazenados junto com produtos de limpeza e ração de cachorros.
Pagos por produção, trabalhadores continuaram costurando mesmo durante a fiscalização
O grupo trabalhava das 7h às 18h,  de segunda à sexta-feira, com uma hora para refeições. Aos sábados, os próprios empregados cuidavam da limpeza e manutenção do local. Todos ganhavam por produção, recebendo cerca de R$ 4 e R$ 5 para costurar e preparar peças das grifes que abastecem os principais shoppings do país. “Quanto mais peças costurarmos, mais dinheiro ganhamos, então preferimos não parar”, afirmou um dos resgatados durante a operação. Mesmo com a presença dos fiscais, todos continuaram costurando, só parando quando as máquinas foram lacradas e a produção oficialmente interrompida.
A desembargadora Ivani Contini Bramante, do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, representante do Conselho Nacional de Justiça, e a juíza Patrícia Therezinha de Toledo, da Vara Itinerante de Combate ao Trabalho Escravo, acompanharam a ação.Esta jovem escapou da Coréia do Norte e deu um TED Talk About It Incrível
Indenizações - Um dia após a fiscalização, representantes da GEP concordaram em assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com pagamento de R$ 10 mil para cada uma das vítimas por danos morais individuais, além de mais R$ 450 mil por danos morais coletivos, valor que deve ser repartido e encaminhado ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo e a uma organização da sociedade civil que trabalhe com imigrantes. Além da indenização por danos morais, os empregados resgatados receberão também, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, verbas rescisórias de, em média, R$ 15 mil, valor que pode chegar a R$ 20 mil conforme cada caso. Eles também terão a situação regularizada, com acesso à seguro-desemprego e registro adequado em carteira.
As três marcas da GEP são consideradas referência na moda nacional. A Cori, há mais de quatro décadas no mercado, foi uma das que abriu os desfiles da São Paulo Fashion Week na segunda-feira, dia 18, e possui lojas próprias em centros comerciais de luxo de diferentes cidades. A Luigi Bertolli tem unidades próprias também em todo país. Já a Emme, a mais recente das três marcas, é considerada um exemplo de “fast-fashion”, tendência marcada por lançamentos constantes voltados a mulheres jovens.
A GEP é uma das empresas da Associação Brasileira do Varejo Têxtil e foi certificada pelo Programa de Qualificação de Fornecedores para o Varejo, selo que, segundo o projeto, deveria ser concedido apenas a empresas com a produção adequada, após parecer de auditores independentes e monitoramento detalhado da cadeia. É a segunda vez que uma empresa certificada é flagrada com escravos na linha de produção.Uma grande luta entre as grandes empresas e trabalho grande ameaça descarrilhar Reforma da Imigração
A GEP pertence à empresa Blue Bird, que, por sua vez, controla a Tudo Bem Tudo Bom Comércio LTDA., empresa anunciada em dezembro como responsável por administrar a marca GAP no Brasil (leia anúncio oficial em inglês). Na ocasião, o diretor de Alianças Estratégicas da GAP, Stefan Laban, afirmou considerar que o país possibilitaria uma oportunidade “incrível” de expansão dos negócios.
A GAP deve abrir as primeiras lojas da marca em São Paulo e no Rio de Janeiro no segundo semestre de 2013, com a ajuda da intermediária. Não é a primeira vez que a grife internacional se vê envolvida em casos de exploração de trabalho escravo. Em 2007, crianças de dez anos foram encontradas escravizadas na Índia produzindo peças da linha GAP Kids, a marca infantil da loja. Na ocasião, de acordo com reportagem do jornal inglês The Guardian, a empresa afirmou que a produção foi terceirizada de maneira indevida e alegou desconhecer a situação.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Os cientistas nunca podem ter encontrado a Partícula de Deus Sem a família mais rica No Brasil
Uma das maiores descobertas científicas da história o nosso moderno podem não ter sido possível sem família mais rica do Brasil, os Salles, relatórios Bloomberg.
Os físicos acreditam que eles estão muito perto de encontrar Bóson de Higgs, a chamada "partícula de Deus" . É uma partícula subatômica que ajudaria a explicar o que dá a matéria de todo o universo de seu tamanho e forma.
O nióbio Salles produto familiar, um elemento que faz aço mais flexíveis e fortes. O nióbio é usado em um décimo de todo o aço do mundo - em tudo, desde carros a câmeras.
O controle Salles 85% do material, e também foi utilizado para fazer os ímans no acelerador de partículas maior do mundo, US $ 10 bilhões LHC na Suíça.
Sem as colisões de prótons de alta energia a máquina cria, os cientistas não teria sido capaz de chegar tão perto de bóson de Higgs.
O primeiro Salles entrou nióbio em 1965, quando um almirante da Marinha EUA convencido banqueiro brasileiro e diplomata Walther Moreira Salles para fazer seu empreendimento para a produção de nióbio. Moreira Salles comprou uma participação majoritária na empresa.
Que o domínio do mercado ajudou a tornar os herdeiros do magnata da família mais rica do Brasil. Seus quatro filhos, Fernando, Pedro, João e Walter, controlar uma fortuna conjunta de US $ 27 bilhões, de acordo com o Índice de Bilionários Bloomberg. Os irmãos não aparecem atualmente em qualquer ranking internacional da riqueza.
"Criamos todo o mercado", Tadeu Carneiro, diretor executivo da Cia.. Brasileira de Metalurgia e Mineração, empresa da família de nióbio, disse em uma entrevista em seu escritório em São Paulo. Sobre sua mesa está um pedaço da liga, pesado brilhante que CBMM vende. "Agora você vê o quão fantástico é esta empresa - o seu valor, esses dividendos - mas começamos do zero, quando o nióbio era apenas um sonho de laboratório."
A empresa é agora vale US $ 13 bilhões, mais do que o interesse do Salles $ 7,1 bilhões no banco brasileiro, o Itaú.
Para o conjunto da riqueza atropelar os Salles, de cabeça para Bloomberg>Walter Salles

Nós encontramos partícula de Deus

GENEBRA (Reuters) - A busca é tudo, mas ao longo de uma partícula subatômica que é um elemento crucial do universo.
Físicos anunciou quinta-feira que acreditam ter descoberto a partícula subatômica previsto de quase meio século atrás, que irá percorrer um longo caminho para explicar o que dá elétrons e toda a matéria no universo do tamanho e forma.
A partícula indescritível, chamada bóson de Higgs, foi previsto em 1964 para ajudar a preencher a nossa compreensão da criação do universo, que muitos teorizam ocorreu em uma enorme explosão conhecida como Big Bang. A partícula foi nomeado para Peter Higgs, um dos físicos que propuseram a sua existência, mas mais tarde se tornou conhecida popularmente como a "partícula de Deus".
A descoberta seria um forte candidato ao Prêmio Nobel. Em julho passado, os cientistas da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear, CERN, anunciou encontrar uma partícula de Higgs que descreveu como semelhante, mas eles chegaram a dizer conclusivamente que era a mesma partícula ou foi alguma versão dele.
Os cientistas agora terminou passando por todo o conjunto de dados.
"Os resultados preliminares com o conjunto completo de dados de 2012 são magníficas e, para mim, é claro que estamos lidando com um bóson de Higgs, mas ainda temos um longo caminho a percorrer para saber que tipo de bóson de Higgs é", disse Joe Incandela , um físico que lidera uma das duas principais equipes do CERN, cada um envolvendo vários milhares de cientistas.
Se é ou não é um bóson de Higgs é demonstrado pela forma como ele interage com outras partículas e suas propriedades quânticas, o CERN em comunicado. Após a verificação, os cientistas disseram que os dados "fortemente indica que é um bóson de Higgs."
Os resultados foram anunciados em comunicado pela CERN de Genebra e lançado em uma conferência física nos Alpes italianos.
Átomo do CERN smasher, US $ 10 bilhões Large Hadron Collider que fica sob a fronteira suíço-francesa, tem vindo a criar colisões de alta energia de prótons para investigar como o universo veio a ser do jeito que é.
Existência da partícula ajuda a confirmar a teoria de que os objetos ganham seu tamanho e forma quando as partículas interagem em um campo de energia com uma partícula fundamental, o bóson de Higgs. Quanto mais eles se atraem, assim diz a teoria, quanto maior a sua massa será.