quarta-feira, 4 de maio de 2011

Milionários no Mundo


Os ricos estão ficando mais ricos, especialmente nos mercados emergentes, afirma uma pesquisa sobre milionários em 25 países montada pela empresa de auditoria Deloitte.

Investimentos públicos e privados controlados pelas famílias mais ricas do mundo devem mais que duplicar em valor para 202 trilhões de dólares até 2020, ante 92 trilhões este ano, afirma o levantamento.

Enquanto isso, o número de famílias com mais de um milhão de dólares também vai subir, em dois terços, para 55,5 milhões no mundo desenvolvido. Em mercados emergentes como Brasil, Índia e China, o número vai mais que dobrar, para 10 milhões.

A Deloitte prevê que a maior parte das famílias mais ricas do mundo continuará nos Estados Unidos e Europa, apesar da obsessão da indústria de administração de riqueza com os mercados emergentes.

"Não há dúvidas de que estes mercados são de fundamental importância no longo prazo, mas os gestores de fortunas não podem descuidar de sua base doméstica", disse Andrew Freeman, diretor executivo da Deloitte Center for Financial Services.

A Deloitte cita que China, Brasil, Rússia e outros mercados emergentes estão gerando novos milionários num ritmo mais rápido que nos mercados estabelecidos, impulsionados pela expansão de suas economias, preços de commodities e desenvolvimento.

Em 10 mercados emergentes, a riqueza de famílias de milionários vai triplicar para 25 trilhões de dólares ante 7 trilhões de dólares este ano. Em 2020, a China vai provavelmente ingressar no grupo das 10 economias com mais milionários, com um total de 3,6 trilhões de dólares em riqueza.

Além disso, o milionário médio da Índia poderá ser mais rico que seu correlato nos Estados Unidos.

Entre as economias emergentes, a Deloitte espera que a China continue a ser a força condutora no crescimento da riqueza dos milionários, seguida por Brasil e Rússia. Nas nações desenvolvidas, Austrália e Cingapura terão o ritmo de expansão mais rápido de milionários.

Cingapura, um centro de administração de fortunas no extremo oriente, pode superar a Suíça como região do mundo com maior fortuna por milionário até 2015, com 4,5 milhões de dólares, segundo o levantamento, conduzido pela Oxford Economics.

Apesar disso, os Estados Unidos provavelmente continuarão como país com maior número de milionários no mundo, dobrando sua base para 20 milhões até 2020 em relação a este ano. A riqueza dos milionários norte-americanos vai alcançar os 87 trilhões de dólares até 2020, uma taxa de crescimento anual de 9 por cento.

A riqueza medida no levantamento inclui ativos financeiros (ações, bônus e outros investimentos) e ativos não financeiros, incluindo residência principal, bens duráveis, participações em empresas e outros bens.

Virou tendência no mundo todo que os bancos criem divisões especializadas em atender pessoas com patrimônio superior a 1 milhão de reais. Dentro do chamado private banking, o cliente tem acesso a uma orientação personalizada para lhe auxiliar na difícil tarefa de decidir como e onde investir o próprio dinheiro. No Brasil, não é diferente. Segundo dados da Anbima (a associação de bancos e fundos de investimento), o setor de private banking cresceu 26% nos últimos 12 meses e já é responsável pela administração de quase 400 bilhões de reais.

Não é novidade para ninguém que a maior parte desse dinheiro esteja aplicada em renda fixa. Nos últimos 12 meses, entretanto, ficou clara a tendência de uma migração ainda maior de recursos para esses títulos e fundos, com os gestores e os investidores tirando proveito do aumento da taxa básica de juros da economia brasileira. Fundos imobiliários e de previdência aberta foram outros dois produtos que atraíram a atenção dos milionários e se destacaram em crescimento. Na entrevista abaixo, o diretor de private banking da Rio Bravo, Julio Ortiz Neto, explica para onde o dinheiro tem caminhado:

EXAME.com - Os investimentos em fundos imobiliários cresceram 220,9% nos 12 últimos meses e alcançaram 3,091 bilhões de reais. Por que a procura por esse produto foi a que mais cresceu?

Julio Ortiz - A grande vantagem dos fundos imobiliários é que o investidor não precisa pagar Imposto de Renda sobre as receitas com aluguéis se comprar quotas negociadas em bolsa de fundos com mais de 50 quotistas e onde os quotistas não detenham mais de 10% do patrimônio total. Essa é uma vantagem muito grande em relação à opção de comprar um imóvel como investimento. Nesse caso, a renda com aluguel é tributada em até 27,5%, de acordo com a tabela do Imposto de Renda. Os fundos imobiliários também permitem que o investidor se aproprie da atual fase de valorização dos imóveis. Nós lançamos o fundo Rio Bravo Renda Corporativa no ano passado em que cada quota foi negociada por 1,35 real. Hoje as quotas valem 1,70 real na bolsa.

Acredito que o setor de fundos imobiliários ainda vai crescer muito porque se trata de um instrumento financeiro adequado para obter uma boa renda com risco moderado. Nos Estados Unidos, os fundos imobiliários e de renda fixa possuem praticamente o mesmo patrimônio. Não estou dizendo que um dia isso também vai acontecer aqui. As distâncias ainda são enormes. Mas uso esse dado para mostrar o potencial de crescimento dos fundos imobiliários nos próximos anos. As pessoas estão começando a perceber isso. Muita gente liga aqui em busca de ajuda para investir no produto.

EXAME.com – No que mais os clientes andam bastante interessados?

Ortiz – Também sentimos um grande aumento de procura por LCI [Letras de Crédito Imobiliário] e LH [Letras Hipotecárias]. São de títulos lastreados por créditos imobiliários que têm imóveis como garantia. A grande vantagem também é a isenção de Imposto de Renda. Os papéis são emitidos pelos bancos como forma de financiar a concessão de crédito imobiliário. O produto funciona de forma parecida com o CDB. O próprio banco recompra o papel se o cliente precisar de liquidez. A diferença é que o investimento mínimo necessário para investir em LCI é mais alto. Então é um produto que não serve para todos os investidores, mas se encaixa no perfil do cliente de private banking.

EXAME.com – Quando alguém deve escolher uma LCI e quando é melhor optar por um fundo imobiliário?

Ortiz – A principal diferença é que o fundo permite que o investidor se aproprie da valorização dos imóveis se ela vier a ocorrer – lógico que também há o risco de o imóvel se desvalorizar. Já a LCI é um título de crédito. O investidor recebe a remuneração dos créditos imobiliários.

EXAME.com – Os números da Anbima mostram que houve uma migração de recursos de ações para a renda fixa dentro da indústria de private banking num período que muita gente esperava que houvesse crescimento da renda variável no Brasil. O que aconteceu?

Ortiz - Acho que a expectativa de crescimento do mercado acionário ainda existe. O patrimônio investido em ações no Brasil dá 12% ou 13% do total enquanto nos EUA chega a 40%. O problema é que os juros estão em alta no Brasil, o que estimula as pessoas a aproveitar o retorno da renda fixa. Com o aumento da Selic de 8,75% para 12% ao ano, por que alguém vai correr risco? Nós olhamos para os fundamentos da bolsa brasileira e achamos que está mais para barata do que para cara. O problema é que ninguém sabe o que vai acontecer no curto prazo. Aconselhamos o investidor a entrar somente se ele tiver tempo para esperar que os retornos apareçam.

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.Reunido em seu apartamento alugado por 50.000 dólares ao mês com o advogado que cobra pelo menos 1.500 dólares a hora, Dominique Strauss-Kahn - o agora ex-diretor do Fundo Monetário Internciaonal (FMI) que é acusado de abuso sexual - transformou sua defesa em um verdadeiro desperdício de dinheiro.



Ao lado da sua multimilionária esposa, Anne Sinclair, o político francês espera dispor de dinheiro suficiente para conseguir bancar os custos de um processo que lhe consumirá centenas de milhares de dólares.

"Quando não se tem problemas com dinheiro, pode-se 'comprar' justiça. Não apenas pagando bons profissionais, mas também recorrendo a todo tipo de manobras judiciais", disse à AFP o advogado Todd Henry, do escritório The Henry Law Firm, localizado na Filadélfia.

O renomado advogado Benjamin Brafman foi quem assumiu a defesa de Straussa-Kahn, acusado de abusar sexualmente de uma camareira de um hotel em Nova York, em 14 de maio.

Entre outras personalidades, Brafman já defendeu Michael Jackson quando ele foi acusado de molestar meninos.

Ainda que não falem em valores precisos, experientes advogados consultados pela AFP disseram que os profissionais mais renomados dos Estados Unidos cobram entre 500 a mil dólares a hora. Brafman cobraria uma das cifras mais altas nesta escala.

Como bem disse Henry, Strauss-Kahn deverá decidir "qual é o preço de sua liberdade".

Se somarmos aos honorários de Brafman os recebidos por outro advogado, Wllian Taylor, e os valores pagos aos detetives particulares da Guidepost Solutions - uma empresa dirigida por um ex-promotor público - a dívida de Stauss-Kahn chegará às nuvens.

A contratação da Guidepost não foi confirmada, mas de acordo com empresas do setor, a empresa com sede em Nova York seria a responsável por lançar uma campanha direta contra a mulher que acusa o político francês. Ela seria uma imigrante africana de 32 anos que limpava o quarto do então diretor do FMI no luxuoso hotel Sofitel, em Nova York.

Os honorários de reconhecidos detetives são menores que dos advogados, sendo provável que Strauss-Kahn e sua esposa paguem à Guidepost algo em torno de 2.000 dólares.

Enquanto isso, o ex-diretor do FMI se encontra em prisão domiciliar - após pagar uma fiança de um milhão de dólares em dinheiro - em sua casa em Manhattan, alugada por um valor que chega a 50.000 dólares por mês.

A residência de quatro quartos, com banheira de hidromassagem e terraço, está localizada em TriBeCa, um dos bairros mais caros de Nova York. Em segurança (guardas 24 horas e sistema GPS de vigilância por vídeo), o francês deve gastar em torno de 200 mil dólares, de acordo com procuradores.

Jornalistas publicaram que Strauss-Kahn recorrera aos serviços da TD International, uma empresa de relações públicas, para ajudá-lo em sua campanha.

A empresa não é conhecida na cena nova iorquina, mas é possível que pelos seus serviços cobre algo "em torno de seis dígitos, estimando por baixo, a até vários milhões de dólares", disse Ronn Torossian, diretor-executivo da empresa 5W Public Relations.

Um outro especialista, Harvey Farr, da Farr Marketing Group, de Los Angeles, calcula que os serviços de um grande grupo do setor pode custar entre 10.000 e 15.000 dólares por mês.

"Será então que a farra no hotel valeu a pena?""Talvez", opinou o advogado Steve Zissou."Quando você dispõe de dinheiro suficiente, pode fazer tudo o que quer, literalmente. Você pode até desenvolver uma estratégia de defesa que um jurado considere razoável", explicou.

Isso não significa, no entanto, que um jurado possa ser comprado.

"Ainda que você gaste um milhão de dólares na sua defesa, não é certo que consiga o resultado esperado", concluiu.

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