O velho e bom PC perdeu mercado para os notebooks e tablets, mas ainda gera lucros em segmentos que exigem alto desempenho
Por Rodrigo CAETANO
Já faz algum tempo que o computador de mesa — ou desktop, como é conhecido pelos profissionais da área — é visto como o patinho feio do mercado de tecnologia. Afinal, a praticidade proporcionada pelos notebooks e, principalmente, pelos tablets está no centro das atenções dos consumidores atualmente. E já se tornaram majoritários no mercado: no segundo trimestre deste ano, os notebooks foram responsáveis por 51,5% das vendas do setor no Brasil, ante 48,5% dos desktops, segundo pesquisa feita pela consultoria IDC, especializada em tecnologia. Até poucos anos atrás, os equipamentos de mesa reinavam folgadamente no mercado. Com o avanço cada vez mais rápido dos computadores portáteis, dá para imaginar que eles sejam varridos do mapa, certo? Sim e não. Se pensarmos no computador como produto de massa, a sua morte é iminente, é verdade. Mas há alguns nichos nos quais esse bom e velho aparelho encontra guarida. E lucros. É o caso das áreas de finanças e de games, nas quais a demanda pelo desktop está alta – e assim deve continuar pelos próximos anos.
Clientes corporativos: a First Place, de Paulo Seabra, vende as máquinas para empresas do setor de finanças e videogames
Esse interesse vem estimulando a criação de empresas especializadas na fabricação das máquinas dotadas de monitor e CPU. São companhias, como a paulista First Place e a carioca Mad PC, que estão lucrando com a venda para clientes que não se importam em pagar até mais de R$ 10 mil em um computador, desde que ele tenha as características adequadas para o seu negócio. Essas companhias apostam em um modelo que remete aos primórdios do computador pessoal, quando era comum as pessoas comprarem as peças e “montarem” suas próprias máquinas. Todas as vendas são feitas diretamente, seja pela internet, seja por telefone, e quem escolhe os componentes são os clientes. Dessa forma, é possível oferecer um leque maior de opções, como placas de vídeo profissionais, alta capacidade de armazenamento e os processadores mais potentes do mercado. “O diferencial de trabalhar assim é a agilidade”, afirma Paulo Seabra, fundador da First Place.
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