sexta-feira, 11 de novembro de 2011

lucros na crise


No mundo da economia, existe um ditado que diz que o mercado sobe de escada e desce de elevador – o que significa que os movimentos de queda são sempre mais bruscos que os de alta. Mas, apesar do pânico que toma conta dos mercados a cada queda das bolsas, existem especialistas que garantem que é possível lucrar quando o mercado está em baixa. “Quem souber utilizar as ferramentas adequadas consegue obter lucro, mesmo na crise”, afirma Tassius Halabi, diretor de operações da Vila Rica Investimentos, em Belo Horizonte. Halabi considera que o mercado em baixa tende a mostrar mais oportunidades de ganho do que de perda. “A questão é saber distinguir a tendência e operar de acordo com o humor do mercado”, avalia. Ele revela que para ganhar dinheiro é necessário coragem e discernimento. “Os investidores têm uma estratégia que funciona em mercado de alta e, por insegurança, muitos tendem a não realizar operações quando está em baixa. O emocional atrapalha a disciplina da estratégia e isso aumenta os prejuízos”, diz Halabi. Motivos Helvio Vieira Quintão, presidente do Comitê de Análise de Crédito e Gestão de Riscos do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Paraná, aponta que a possibilidade de lucro só existe porque a base brasileira de consumidores cresceu, apesar da crise que assola a Europa e os Estados Unidos. “Nossa classe média se expandiu e o mercado interno ficou fortalecido. Quando o consumo aumenta, a economia cresce, a moeda circula e isso gera riqueza. O cenário é positivo”, comenta. Alexandre Borin Cardoso, CEO da Prestus Consultores e Assistentes Virtuais, afirma que apesar das turbulências, a China tem valorizado as relações internacionais com o Brasil e é um país com poder de compra e mercado crescentes. “As exportações são nosso ponto forte. O Brasil tem o que vender e para quem vender”, diz Cardoso. Áreas promissoras Por mais que as negociações internacionais sejam fundamentais para a economia, Cardoso avalia, porém, que o momento pede um olhar mais atento para o mercado interno. “Uma área que deveria ser o foco das atenções agora é a fidelização de clientes. A crise pode gerar redução na demanda e este é o pior momento para perder fregueses”, afirma. Murilo Jovtei, sócio da consultoria de negócios Go4, garante que não existe uma fórmula mágica para obter lucro, já que isso depende do setor em que a empresa atua. Por conta das perspectivas da Copa do Mundo em 2014 e das Olimpíadas em 2016, ele revela que o setor de hotelaria tem um futuro promissor no País no que diz respeito aos investimentos e à demanda por profissionais. Outra área que não vai sofrer muito impacto com a crise e que pode gerar lucros apesar das turbulências, é o setor de óleo e gás. “Já existem investimentos previstos e planejados neste segmento”, afirma o consultor. Setores ligados a obras de infraestrutura também têm potencial. “Mesmo com a crise, o governo federal não vai pisar no freio. Prova disso é que existem muitos recursos que estão sendo destinados para este fim. Isso significa que as empresas terão condições de continuar crescendo”, avalia Jovtei. Na opinião de Quintão, os setores de energia, agricultura e logística também são promissores. Já Halabi diz que este é um bom momento para investir na bolsa de valores. “O recomendado é que não se aplique o capital todo, até mesmo para não ficar exposto às variações, que surgem sem se anunciar”, indica. Ele afirma que a possibilidade de lucro se expande quando não se observam somente as ações, mas também toda a variedade investimentos que a bolsa oferece, como compra de dólar e investimentos em índices futuros e commodities. “‘Diversificar’ é a palavra de ordem em tempos de crise”, diz Halabi. Os especialistas garantem que os investidores nunca ganharam tanto dinheiro como agora. Quintão revela que o Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Paraná tem recebido inúmeras consultas de clientes estrangeiros com interesse em canalizar recursos no País. “Essa segunda onda da crise iniciada em 2008 tem colaborado para que os investidores enxerguem o Brasil como o grande país emergente do BRICS (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). O Brasil é o pais do presente, não mais do futuro. O futuro é agora”, diz.

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