sábado, 25 de fevereiro de 2012

Hoteis velho oeste

A rede americana Best Western se alia à brasileira Incortel para, enfim, crescer no Brasil. Seu objetivo: investir R$ 1,2 bilhão para abrir 30 novos hotéis em cinco anos.

Por Denize BACOCCINA

Nos últimos anos, a rede de hotéis americana Best Western, com 4,2 mil unidades espalhadas por mais de 100 países, notou que os hóspedes brasileiros eram cada vez mais numerosos. Em 2011, foram 16, 9 mil pernoites nos hotéis da rede em todo o mundo, mais da metade em países de fora da América do Sul. Esse número e o crescimento do mercado de hotelaria no País, em torno de 7% ao ano nos últimos anos, deram o impulso que faltava para a rede perceber que precisava consolidar sua presença no Brasil. Hoje, apenas 17 exibem a bandeira Best Western por aqui, mas esse contingente deve crescer rapidamente. Outros 30 serão construídos nos próximos cinco anos, com um investimento de R$ 1,2 bilhão. Em dez anos, a intenção é ter pelo menos 100 unidades da Best Western espalhadas pelo País.

12.jpg
Rentabilidade: Cecília Zion, diretora da Incortel, aposta em ganho anual
de 12% com a parceria com a cadeia Best Western.

“Se o brasileiro conhece a marca no seu país, também vai preferir nossos hotéis quando viajar ao Exterior”, diz Richard Rehwaldt, diretor da empresa para a América do Sul. “Uma coisa alimenta a outra.” A Best Western está no Brasil desde o início dos anos 1990. Mas a estratégia anterior, de crescer via aquisições mediante a incorporação de hotéis já existentes, não deu certo, e os planos de expansão foram abandonados. Agora, a rede fez uma parceria com a incorporadora capixaba Incortel e a administradora paulista Hotelaria Brasil. A primeira vai construir as unidades, com recursos próprios e de investidores, e a segunda será responsável pela administração dos novos empreendimentos. “Vínhamos procurando parceiros para atuar no Brasil há uns dois ou três anos”, diz Rehwaldt.

“Agora fechamos a parceria ideal.” Diferentemente das outras grandes redes do setor, que são proprietárias ou administradoras dos hotéis, a Best Western é basicamente uma grande central de reservas. A empresa define o padrão a ser seguido e é remunerada de acordo com as reservas que capta. O princípio é que alguém que não conhece o destino para onde está indo vai preferir se hospedar num hotel que já conhece. Além de uma taxa fixa de US$ 20 por apartamento, a Best Western recebe 7% do valor da diária sobre as reservas feitas por meio da central. Em 2010, último dado disponível, foram 10,9 milhões de pernoites, gerando uma receita de US$ 1,1 bilhão, metade desse montante na operação via internet. O primeiro hotel da nova leva foi lançado em Linhares, no interior do Espírito Santo, no início de fevereiro, e teve 70% dos apartamentos vendidos em dois dias.
13.jpg
Padronização: hotéis no Brasil seguirão o estilo de unidades existentes nos EUA,
como o Best Western Lake City, na Flórida.
O Best Western Linhares Design será um hotel de categoria econômica, que será inaugurado em março de 2015 para aproveitar o grande fluxo de profissionais que procuram a cidade, onde está sendo construída uma refinaria. A Hotelaria Brasil, responsável pela identificação de pontos para localizar os hotéis, vê oportunidades para novos empreendimentos tanto em cidades turísticas quanto nas de menor porte, no interior, onde novas fábricas estão se instalando e aumentando a atividade econômica e o fluxo de visitantes. Investidores interessados há muitos, mas o número exato de unidades que serão erguidas vai depender da combinação entre o preço do terreno e a diária que será possível cobrar para obter um bom retorno. “Hotelaria é um investimento excelente, com rentabilidade de no mínimo 12% ao ano”, afirma a diretora da Incortel Incorporadora Imobiliária, Cecília Zion.
A empresa já teve uma experiência com hotelaria entre 2000 e 2005, quando ergueu seis hotéis para várias bandeiras diferentes. Nos anos seguintes, a Incortel se voltou para o mercado de médio e alto padrão, em parceria com a Cyrella. A administradora dos novos hotéis da rede, a Hotelaria Brasil, foi criada em 2003 com uma mistura de sócios já experientes no setor e investidores. No ano passado, um hotel gerenciado pela empresa em Macaé, no Rio de Janeiro, foi considerado o de melhor administração entre os estabelecimentos da bandeira Best Western na América Latina. Com uma carteira de oito hotéis, com 965 quartos, a Hotelaria Brasil faturou R$ 15 milhões no ano passado. Nos próximos cinco anos, o contrato para os 30 hotéis Best Western deve multiplicar esse valor por dez. “Em cinco anos queremos estar entre as dez maiores administradoras hoteleiras”, diz Mauro Kaluf, diretor-geral da Hotelaria Brasil.
14.jpg

Multimídia

O novo mapa do emprego

Saiba onde estão as melhores oportunidades de trabalho na entrevista com o presidente da Michael Page Brasil, Paulo Pontes.


Nenhum comentário:

Postar um comentário