sexta-feira, 20 de julho de 2012

Conheça 13 profissões de futuro


1. Gestor de inovação em negócios

O gestor de inovação em negócios é uma evolução do profissional que atua com pesquisa de mercado. Ele é responsável por mapear tendências e tem visão para criar novos processos e demandas. "Inovação passou a ser uma ferramenta de sobrevivência e gestão nas empresas", diz Paulo Sérgio Quartiemeister, diretor do Centro de Inovação e Criatividade da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).
Incorporada aos processos diários corporativos, a inovação tende a ter departamento próprio. "Não existe um modelo ou regra, mas esse profissional vai ser mais demandado porque a velocidade interna de mudança nas organizações deve ser maior do que a velocidade do mercado", diz Paulo Sérgio.
2. Gestor de turismo
No momento, empresas do setor de turismo começam uma fase de investimentos em capacitação profissional e inovação. "O mercado está começando a se especializar", diz Marisa Canton, professora de gestão de empreendimentos turísticos da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Para lidar com a segmentação do mercado, o profissional de gestão, que conhece toda a cadeia do setor e é o responsável por incorporar inovações, será valorizado. "O gestor do turismo é o profissional que tem a visão geral da área", diz Marisa. "Ele sabe aliar transporte, segmento hoteleiro, setor de alimentos e bebidas e marketing de eventos."3. Desenvolvedor de apps

O desenvolvimento de aplicativos para smartphones e tablets virou um novo nicho de trabalho no mercado de tecnologia. "Ainda é uma tecnologia nova e temos dificuldade de encontrar profissionais", diz Breno Masi, um dos diretores da Fingertips, empresa que atua no setor desde 2008. Entender de linguagens diferentes e ter perfil inovador é o caminho. O salário inicial é de 3 000 reais, podendo chegar a 15 000 para os que mais se destacam.
4. Gerente de inovação coletiva
Entender a empresa e o consumidor final e unir as duas visões num único projeto. Essa é a missão do gerente de inovação coletiva, profissional que organizará toda a informação que chega do público, alinhando com os valores da instituição.
"Ele vai entender como a companhia funciona e agregar essas informações para que as decisões sejam tomadas de modo mais assertivo", diz Gil Giardelli, presidente da Gaia Creative. Nessa tarefa, explica, as mídias sociais têm papel fundamental. "É por meio delas que as ações serão efetivadas."
5. Especialista em eventos esportivos
Com a Copa do Mundo e com a Olimpíada, o Brasil deixará de ser mero coadjuvante no cenário esportivo. Na área de marketing do segmento, quem se destacará são aqueles que aliam evento a consumo. "Um profissional de marketing esportivo ligado a eventos é aquele que terá a preocupação com a experiência de consumo", diz Robert Alvarez, professor de marketing esportivo da ESPM. Com maior renda e no clima dos grandes eventos, o consumidor esportivo ficará cada vez mais exigente. "O grande desafio desse profissional será aliar eventos de áreas e esportes ainda pouco explorados a marcas consolidadas para atrair o consumidor", diz.6. Especialista em serviços para idosos

Os brasileiros estão vivendo mais e em alguns anos a parcela de cidadãos acima de 60 anos alcançará patamares inéditos na história do país. Diante desse quadro, abre-se uma série de oportunidades de serviços especializados em dois públicos: os idosos ativos e os muito idosos, que necessitam de cuidados especiais. Diversos tipos de assistência a esse grupo de pessoas podem ser criados. Profissionais que entendem de gerontologia e das questões relativas à idade avançada serão requisitados. Conhecimentos que vão desde a psicologia até o domínio do mercado de planos de saúde serão valorizados.Obra da petroleira Sinopec, na China
7. Bioengenharia
Coletar amostras de tecidos, transportá- las, manipulá-las e armazená- las. Com o envelhecimento da população brasileira, os procedimentos e as técnicas da medicina degenerativa fazem biólogos, farmacêuticos e químicos ganhar espaço.
"O bioengenheiro alia os procedimentos médicos a técnicas de manipulação de tecidos", diz Eduardo Cruz, presidente da Cryopraxis, empresa que atua no setor. O processo de formação para atuar na área é longo: pode levar até sete anos.
8. Engenheiro hospitalar
O setor de clínicas e hospitais privados é um dos que mais devem crescer no país nos próximos anos e, entre os profissionais que devem se beneficiar das oportunidades que surgirão, estão os engenheiros hospitalares ou clínicos. "Engenharia hospitalar é a gestão da infraestrutura de equipamentos de um hospital", diz Rodolfo More, diretor da Engebio, que atua desde 2004 no segmento.
A área ainda é carente de profissionais especializados. Uma regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) obriga hospitais a ter equipes de engenharia clínica, o que deve aumentar a busca por especialistas no assunto. Na prática, o engenheiro clínico define o tipo de equipamento certo para atender a necessidades distintas. "Ele faz desde o planejamento até a análise do que comprar, além de auxiliar no uso e na manutenção do equipamento", diz Rodolfo.9. Especialista em cloud computing

Na tentativa de tornar a infraestrutura de TI das companhias menos vulnerável, esse profissional ganha espaço. "Haverá maior demanda por gente que trabalha com a virtualização de servidores", diz William Monteath, consultor da Robert Half, empresa de recrutamento.
10. Profissional de crowdsourcing
Cresce no país a cultura de desenvolver projetos de baixo custo em grupo, o crowdsourcing, termo que designa a produção de soluções por meio da internet. "Num cenário de apagão de mão de obra como o que temos no Brasil, esse modelo é uma forma de descobrir talentos", diz Marina Miranda, de 39 anos, sócia da Mutopo, consultoria especializada nesse tipo de negócio.
Com o modelo, empresários conseguem definir a melhor imagem para a sua marca, um novo produto que será desenvolvido ou mesmo criar um novo software, tudo isso com "pitacos" dos internautas. Os especialistas em crowdsourcing são capazes de construir estratégias aproveitando opiniões e ideias dos internautas. "Você une as soluções", diz Marina.
11. Profissional de ecotoxicologia
É o responsável por analisar amostras enviadas pela indústria de energia para o desenvolvimento de produtos menos agressivos ao meio ambiente utilizados no tratamento da matéria-prima. "É similiar a uma linha de pesquisa da biologia", diz a bióloga Maria Cristina Maurat, uma das sócias da Labtox, laboratório de análises ambientais. "O forte desse mercado é o setor de petróleo e gás."
12. Gestor de grandes fortunas

O crescimento da renda da população abre oportunidades para profissionais de finanças. Os gestores de investimentos ganham mais importância. O private banker ajuda na prospecção e na captação de clientes com recursos financeiros a partir de 3 milhões de reais. Já o wealth manager administra os recursos desses investimentos. "Eles trabalham em gestoras de recursos ou em bancos de investimento", diz William Monteath, da Robert Half.
13. Executivo de sustentabilidade
A área tende a ficar mais competitiva e profissionalizada. A compreensão do que é sustentabilidade para o negócio deve tornar-se mais ampla, não ficando mais restrita a atividades de redução de impactos no meio ambiente. "O profissional deverá saber integrar os setores da companhia", diz Rodrigo Vianna, diretor da Hays, empresa de recrutamento de São Paulo.

As gigantes globais estão em ótima forma

As maiores empresas do planeta sofreram com a crise, mas reagiram rapidamente. Nos últimos anos, conseguiram crescer mais que o PIB global e bateram recorde de lucro, apesar da persistente crise mundial

São Paulo - Não faltaram adversidades para as companhias globais nos últimos anos. Do congelamento do mercado de crédito, em 2008, à freada brusca da economia mundial logo em seguida, o contexto parecia desastroso para os negócios. Pode surpreender, portanto, o vigoroso ritmo da expansão das 50 maiores companhias do mundo.
Segundo a revista Fortune, a receita combinada desse grupo em 2010 cresceu 13%, quase o triplo do ritmo da evolução do PIB global. Cerca de 60% delas aumentaram o lucro. Também as 50 maiores empresas dos Estados Unidos superaram a média de crescimento do país: suas receitas aumentaram 9% no ano passado, enquanto o PIB americano avançou menos de 2%.
Falar em crise e oportunidade é um lugar-comum. Mas a verdade é que muitas empresas avançam em meio ao cenário adverso. Em tempos de desemprego em alta, por exemplo, é esperado que empresas de baixo custo se saiam bem — os pobres precisam manter um mínimo de consumo e os ricos são obrigados a rebaixar o padrão.
O sucesso da Kellogg durante a Grande Depressão virou um clássico. Em 1933, ano em que o PIB americano encolheu 1,5%, a empresa de alimentos viu seu faturamento crescer 30%. Muitas farmacêuticas também passaram por esse período sem abalos. Isso não mudou.
Um estudo da Universidade Stanford mostra que os consumidores, na crise, sentem menos remorso ao gastar com produtos farmacêuticos. O mesmo vale para os semiduráveis, como os eletrônicos. “O consumidor não deixa de se recompensar comprando produtos. Mas compra itens mais baratos”, diz o estudo dos professores Ivaylo Petev, Luigi Pistaferri e Itay Eksten.
O que chama a atenção na atual crise é que a boa fase das maiores empresas se vê nos mais diversos setores — do petroquímico ao varejista. É um padrão bem mais abrangente, portanto, do que o sugerido pelo estudo de Stanford. As 500 maiores americanas tiveramlucro de 825 bilhões de dólares em 2011 — um recorde histórico. Como elas conseguiram?
As duas principais estratégias foram aumentar a produtividade — uma ideia manjada, mas nem por isso de fácil execução — e ampliar a presença global. A rota para mercados emexpansão representa uma saída para o baixo crescimento dos países ricos há mais de uma década.
De acordo com um estudo da Universidade Harvard, Brasil, Rússia, Índia e China receberam metade dos novos empregos criados por empresas americanas em suas subsidiárias de 1999 a 2009. Quando o mundo rico foi à lona em 2009 — e a economia americana encolheu 3,5% —, o movimento se intensificou.
“A presença global dessas companhias deu a elas a chance de priorizar mercados menos afetados”, afirma Mauro Guillen, diretor da escola de negócios Wharton, da Universidade da Pensilvânia. Boa parte do crescimento das montadoras, por exemplo, vem de fora de suas matrizes.É o caso da alemã Volkswagen. Nos últimos cinco anos, o faturamento da companhia cresceu 35% e chegou a 200 bilhões de dólares em 2011. Ela se beneficiou da atuação em países como a China, que manteve ritmo de crescimento acima de 10%, enquanto a evolução das vendas na Europa não passou de 1%.
A tendência de as montadoras buscarem receita nos emergentes deve se acentuar. Estima-se que o Brasil receberá investimentos no setor automobilístico equivalentes a 20 bilhões de dólares até 2015, sobretudo em ampliação da produção. 
Empresas dos próprios países emergentes também ajudaram a ampliar a taxa de crescimento das companhias globais — embora ainda constituam uma minoria entre as 50 líderes no mundo.
Uma das maiores é a Sinopec, estatal petrolífera da China, com vendas de 400 bilhões de dólares em 2011. Nos últimos anos, a empresa ampliou sua pegada global. No final de 2010, adquiriu 40% da subsidiária da Repsol no Brasil por 7 bilhões de dólares. 
Os primeiros lugares na lista das maiores empresas do mundo são tradicionalmente ocupados por empresas do setor de petróleo — beneficiadas pela alta do preço do barril, elas mantiveram o padrão em 2011. No último ano, a petrolífera Exxon Mobil, com vendas de 452 bilhões de dólares, passou a varejista Walmart e tornou-se a maior companhia americana.
Além da Exxon Mobil, no ano passado Shell, BP, Chevron e ConocoPhilips tiveram os melhores resultados de sua história. “Os mercados emergentes puxaram a demanda e os resultados dessas companhias foram fortalecidos”, diz  David Zylbersztajn, ex-presidente da Agência Nacional do Petróleo. 
Tudo indica que o cenário à frente das companhias globais deverá continuar turbulento. Na Europa, o país considerado “a bola da vez” tem mudado quase semanalmente. Em alguns momentos, a suposta morte do euro será causada por uma crise política na Grécia. Em outros, pelo agravamento da crise bancária na Espanha ou pela  dívida italiana.
A China, por sua vez, dá sinais de arrefecimento. Para completar, Índia, Brasil e Rússia perdem o fôlego. Com a meta de permanecer competitivas, companhias americanas e europeias já anunciam cortes. O Bank of America, que já havia se desfeito de ativos no ano passado, anunciou um programa de redução de custos que deverá chegar a 5 bilhões de dólares nos próximos anos.
Outras companhias, como as fabricantes de bens de consumo Procter&Gamble e Pepsico, também anunciaram cortes de dezenas de milhares de funcionários ao redor do mundo. O teste de resistência, definitivamente, só começou.
São Paulo — O jornalista britânico Ben Hammersley criou uma espécie de guia de viagem para o futuro digital. Seu livro “64 Things You Need to Know Now for Then: How to Face the Digital Future without Fear” (“64 Coisas que você deve saber: Como enfrentar o futuro digital sem medo” – ed. Hodder & Stoughton; ainda sem edição em português), lançado na semana passada na Inglaterra, trata do impacto da evolução tecnológica na política, na sociedade, nos negócios e na vida pessoal de cada um. 

Em cada capítulo, Hammersley apresenta suas reflexões sobre um tema específico, tentando mostrar para onde a tecnologia caminha e que implicações isso traz para as pessoas. O jornalista – que esteve no Brasil em 2011 participando da Campus Party – é editor especial da da revista Wired inglesa e está envolvido em vários outros projetos em diferentes países.
Hammersley já havia escrito outros cinco livros sobre o impacto da internet e da tecnologia digital na sociedade. Nesta última obra, ele não teve preocupação em contar uma história. Em vez disso, alinha 64 capítulos independentes. O primeiro deles é dedicado à Lei de Moore, a genial constatação de um dos fundadores da Intel, Gordon Moore, que o poder dos chips digitais dobra a cada dois anos.
A escolha desse tema para iniciar o livro não foi feita ao acaso, é claro. “É por causa da Lei de Moore que o resto deste livro se torna possível. Precisamos entender suas ramificações antes de continuar”, escreve Hammersley. E as ramificações parecem infindáveis. Um executivo que leva 20 anos para chegar ao topo da carreira verá a tecnologia da informação se tornar meio milhão de vezes mais poderosa nesse período, observa ele. Até lá, muitas coisas que esse profissional aprendeu na faculdade talvez não se apliquem mais.
Hammersley prossegue com temas como web semântica, nuvem, acesso a dados do governo, compras coletivas, soldados-robôs, o futuro da mídia e dezenas de outros. Em cada caso, ele retrata como o ritmo inabalável da Lei de Moore tende a transformar a vida pessoal, as relações sociais, as estruturas de poder e os negócios.
O autor parece consciente das limitações de um livro como esse. “Escrever um livro sobre o futuro é, em muitos aspectos, fútil. Não há a menor chance de construir uma narrativa que vá se tornar verdadeira”, alerta ele logo no início. Ainda assim, o exercício de analisartendências atuais e suas prováveis implicações futuras, a que ele se dedica no livro, parece natural e saudável.


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