sábado, 4 de agosto de 2012

Quem pensa o seu negócio


Os sistemas de Business Intelligence e Analytics são aliados poderosos para melhorar a gestão das empresas.

Por Clayton MELO e Bruno GALO
A quantidade de dados digitais produzida em 2012 deve superar os 2,7 zettabytes no mundo. Isso corresponde à capacidade de armazenamento de cerca de 170 bilhões de iPads. São números incríveis que desafiam as empresas, que precisam não apenas proteger as informações, mas encontrar maneiras de extrair inteligência dessa avalanche de informações. Não por acaso, cresce a adesão a ferramentas de análise, como os sistemas de Business Intelligence (BI) – ou Business Analytics (BA), dependendo do ângulo abordado. Os programas de BI ou BA analisam as informações dos bancos de dados das empresas e apontam tendências invisíveis aos olhos dos executivos. “Ao jogar luz sobre informações até então ocultas, o BI dá maior segurança ao processo de tomada de decisões”, afirma Carlos Calegari, analista do mercado de software da IDC.
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Análise e estratégia: o BI contribui para identificar cenários e oportunidades,
afirma Jorge Utimi Sobrinho, da Inteligência de Negócios.
 Segundo um estudo da consultoria, esse é um negócio que movimenta globalmente, só com a venda de softwares, US$ 11 bilhões, dos quais US$ 500 milhões no Brasil. Entre as empresas que adotaram esse tipo de solução no País, a maioria delas obteve benefícios reais, como redução de custos (citado por 55% delas) e aumento da retenção de clientes (35%). “O BI contribui para identificar cenários e oportunidades”, afirma Jorge Utimi Sobrinho, diretor da empresa Inteligência de Negócios. Um exemplo de estratégia com BI desenhada pela companhia foi para a promoção Preço Baixo Todo Dia, do Walmart. Pela iniciativa, o valor dos produtos muda constantemente, o que exige um controle sofisticado. 
Efeito web: Katia Vaskys, da IBM, diz que o ambiente ficou bem
mais complexo depois do surgimento da internet e das redes sociais.
30.jpg“A estratégia de BI levava em conta simulações de preços, estoques e validade dos produtos”, diz Sobrinho. No caso da Boa Vista, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), o BI serve para lidar com duas realidades: melhorar o desempenho de sua própria operação e analisar os dados de consumidores. “O BI permite um raio X do desempenho do nosso negócio”, afirma Dorival Dourado, presidente da Boa Vista. Para Katia Vaskys, diretora de Business Analytics & Optimization (BAO) da IBM, a questão que torna o cenário mais complexo é que, antes da internet, os dados eram estruturados e produzidos nas empresas. “Com a rede, todo mundo produz dados, que podem ser gerados por uma câmera de vídeo de celular”, afirma Katia. “E isso tudo a uma velocidade incrível.” 


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A corrida das apostas

Casas de jogos fazem parte da paisagem britânica, assim como os pubs e os táxis de Londres. Saiba quem vale mais em tempos de olimpíada.

Por Luiz Fernando SÁ, enviado especial a Londres
A quarta-feira 1º de agosto começou tumultuada na Wembley Arena, em Londres. Lá, a portas fechadas, os primeiros escalões da Federação Internacional de Badminton e do Comitê Olímpico Internacional (COI) reuniram-se para discutir a mais delicada situação já enfrentada pelo esporte jogado com raquetes e uma espécie de peteca. Oito atletas, de três países diferentes, estavam na mira dos dirigentes, sob suspeita de terem manipulado resultados na fase de classificação do torneio de duplas femininas. Quando a reunião acabou, uma solução sem precedentes foi anunciada: as quatro duplas foram eliminadas da Olimpíada, inclusive a que envolvia as chinesas Wang Xiaoli e Yu Yang, campeãs mundiais da modalidade, que teriam tentado entregar um de seus jogos para não correr risco de enfrentar a outra dupla chinesa antes das finais. 
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Cenas londrinas: táxi com propaganda da Visa.
Concorrentes da Indonésia e da Coreia do Sul descobriram o plano e também forçaram derrotas, numa tentativa de fazer a estratégia chinesa dar errado. O próprio presidente do COI, Jacques Rogge, foi à arena e definiu o escândalo como “a maior ameaça à integridade dos Jogos”. Ao mesmo tempo, porém, o COI tratou de afastar uma suspeita que preocupa os organizadores desde que Londres ganhou o direito de sediar os Jogos: a princípio, disse não haver indícios de que a indústria de apostas – uma marca tão inglesa quanto os pubs e os táxis pretos de Londres – estivesse por trás da manipulação. Inventores de vários esportes – como o tênis e o próprio badminton, importado da Índia com o nome de poona por soldados britânicos e adaptado na propriedade de um duque chamada Badminton, na Inglaterra –, os ingleses também criaram uma forma de ganhar dinheiro com eles. 
Nas casas de apostas espalhadas pelo país e pelo mundo, via internet, eles passaram a aceitar apostas sobre quase todos os tipos de disputas e desenvolveram um setor econômico que movimenta 71 bilhões de libras por ano (mais de R$ 210 bilhões), com 1,3 mil empresas em atividade e mais de 98 mil empregos diretos, incluindo jogos eletrônicos e cassinos. No entanto, trata-se de um negócio que não vai bem por conta da crise econômica. A Olimpíada em casa era uma das apostas das principais companhias do setor, como a William Hill e a Ladbrokes, para alavancar novos negócios. Segundo levantamento da bolsa de apostas Betfair, espera-se que elas atraiam mais 300 milhões de libras (quase R$ 1 bilhão) para o caixa das empresas. 
“Esportes olímpicos normalmente não geram grande volume de apostas”, disse à DINHEIRO Rupert Adams, gerente de comunicação da William Hill. “Mas qualquer pretexto para levar os apostadores de novo às nossas lojas é bem-vindo.” Pesquisas recentes revelam que esse cenário pode não se confirmar. “As condições negativas persistentes devem anular os possíveis efeitos positivos que os Jogos Olímpicos podem trazer”, diz um relatório elaborado pela empresa de consultoria inglesa IBISWorld. Maior empresa do setor, com 2.430 lojas e 16 mil funcionários, a William Hill tem 50% de suas receitas baseadas no turfe – o balanço semestral, divulgado na semana passada, ficou em 627 milhões de libras, cerca de R$ 2 bilhões. Mas, nas últimas semanas, o site da empresa, que aceita apostas de 180 países, passou a dar destaque para todas as 34 modalidades esportivas disputadas em Londres. 
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Cenas londrinas: casa de apostas em Jogos Olímpicos.
“Em Pequim, em 2008, fomos tímidos e recebemos apenas 5 milhões de libras em apostas”, afirma Adams. Agora, apenas o futebol olímpico deve movimentar essa quantia, tendo o Brasil como favorito. Na quarta-feira passada, para cada quatro libras apostadas na seleção do craque Neymar para receber a medalha de ouro, a casa pagava outras seis. Bancar a vitória sobre a Nova Zelândia por 3 a 0 rendeu uma libra para cada quatro apostadas. O jogo foi fácil, mas quem fez uma fezinha ficou tenso até o final. Um golzinho da Nova Zelândia no final mudaria a sorte de muita gente. Para o 3 a 1, cada libra apostada valia 12 para os acertadores. Todas as provas olímpicas e até mesmo detalhes de competições – quantos gols no primeiro tempo, que cestinha fará mais pontos em uma partida de basquete – podem receber palpites. 
Com isso, uma infinita combinação de possibilidades se abre para os apostadores e uma infinita combinação de dificuldades se apresenta para os encarregados de verificar a lisura dos resultados. A preocupação das autoridades britânicas com eventuais manipulações de partidas foi tamanha durante todo o processo de organização dos Jogos que a ação de quadrilhas especializadas chegou a ser comparada, em termos de risco à imagem olímpica, com a ameaça do doping. “A qualquer momento, nos próximos anos, vamos ter algum tipo de escândalo envolvendo apostas em esportes”, afirmou Hugh Robertson, ministro especial para os Jogos. 
“Só torcemos para que não seja nas Olimpíadas.” O sistema de apostas se assemelha ao das bolsas de valores, em que as cotações são estabelecidas conforme o volume de recursos investidos em cada competidor. A volatilidade, muitas vezes, é grande e os prêmios podem variar muito em questão de horas. “Somos também uma indústria extremamente regulada e fiscalizada”, afirma Adams. Mais difícil, no entanto, é fiscalizar a ação de grupos de fora da Inglaterra, sobretudo do Leste Europeu e da Índia, que agem através de sites de apostas pela internet. Esse, sim, é o maior risco para o fair play e para os negócios dos tradicionais bookmakers ingleses. Além de roubar clientes de suas operações, os piratas desse mercado não hesitam em tentar corromper atletas e levá-los para o jogo sujo, e podem manchar a reputação de quem opera legalmente.Com mais de 20 lojas próprias espalhadas pela Europa, Ásia e EUA, a grife italiana veio para o Brasil por meio de lojas multimarcas no final dos anos 1990. No ano passado, seus produtos começaram a ser vendidos com exclusividade na Poltrona Frau e Cassina na avenida Europa, em São Paulo, pelas mãos dos empresários Sandra e Helio Bork, donos do grupo Montenapoleone. “Em 2011, tivemos um aumento de 10% nas vendas no Brasil, e isso é só o começo”, diz Tinti. Para Miranda, o negócio tem tudo para dar certo. “Nós, como todos os outros, vivemos uma crise do contemporâneo”, afirma. “Já que não sabemos o que vai acontecer com o futuro do design, voltamos ao clássico com a certeza de que é um bom produto.” 
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