sexta-feira, 26 de agosto de 2011

hoteis apartamentos comprados em Belém

O BHG fez um contrato para compra e operação de 1.010 apartamentos, entre próprios e administrados, do grupo MB Capital. Os apartamentos estão distribuídos entre cinco hotéis em Belém (Pará).


A aquisição será concluída dentro dos próximos 90 dias. A BHG acredita que, com essa compra, vai fortificar seu posicionamento no norte do país. Do total de apartamentos, 385 estão atualmente em operação, 405 a serem inaugurados no primeiro semestre de 2012 e 220 (em um hotel de altíssimo padrão) a serem inaugurados no primeiro trimestre de 2013.

Os 385 apartamentos em operação estão no hotel econômico limited services Soft Inn "Plus" Batista Campos e no hotel padrão superior Gran Solare Connext. A aquisição representará 21,3% do Soft Inn e 86,2% do Gran Solare.

Os apartamentos previstos para 2012 estarão no Soft Inn Hangar e no Expresso XXI Hangar, representanto 49,0% do total de unidades do primeiro e 72,4% do total do segundo. A operação também envolve a administração do futuro Royal Tulip Bolonha, que será inaugurado no primeiro trimestre de 2012. O hotel terá 220 unidades.

hotel BHG

Quando o negócio for concluído, o total de apartamentos administrados pela BHG crescerá para 7.065 apartamentos. A empresa tem projetos assinados que levarão seu número de apartamentos para aproximadamente 9.000.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

80 anos de empreendedorismo Odacir

As minas de Olacyr

Aos 80 anos, o ex-rei da soja, do açúcar, do milho e do algodão volta à cena empresarial à frente de projetos de mineração. O negócio nasce com estimativa de faturamento inicial de R$ 100 milhões por ano, a partir de 2012

Por Rosenildo Gomes FERREIRA

Na longa trajetória empresarial de Olacyr Francisco de Moraes, paulista de Itápolis, praticamente tudo foi superlativo. Na década de 1980, ele se tornou o maior produtor individual de soja do planeta. Também desenvolveu variedades de algodão, o ITA-90, que ajudaram a transformar o Brasil em exportador dessa commodity. Além disso, alcançou o status de líder no plantio de algodão e de milho no País. Fez o mesmo em relação ao açúcar e ao etanol, ao erguer, em Nova Olímpia (MT), a maior usina brasileira de cana-de-açúcar e etanol. Suas tacadas, muitas das quais ousadas demais para seu tempo, fizeram de Olacyr um dos primeiros brasileiros a acumular uma fortuna pessoal de US$ 1 bilhão.

No entanto, as reviravoltas da economia e algumas apostas erradas, como a tentativa de construir a Ferronorte, a ferrovia que liga o Centro-Oeste ao porto de Santos, causaram um verdadeiro estrago nas finanças do grupo Itamarati, a holding que comandava seus negócios. Hoje, seu patrimônio é estimado por ele mesmo em cerca de “apenas” R$ 100 milhões. Apesar de diminuto em relação ao seu auge empresarial, esse montante está se mostrando suficiente para que, aos 80 anos, completados em abril, com uma festa de arromba no Clube A, em São Paulo, Olacyr se sinta capaz de continuar sonhando. Sonhando alto, como é de seu feitio. Sentado em um confortável sofá na varanda de seu apartamento, no sofisticado bairro do Itaim, zona sudoeste de São Paulo, ele falou à DINHEIRO sobre seus próximos passos no mundo dos negócios. Sua mais nova aposta é na área de minérios. “Quero ser o rei da mineração”, afirma Olacyr.
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Tacada de sorte: equipe comandada por Olacyr encontrou minérios raros quando prospectava calcário na Bahia
Por meio da Itaoeste Serviços e Participações, Olacyr está prestes a conseguir um feito notável: prospectar minérios nobres, como tálio, volastonita e tungstênio. Os dois primeiros são tão raros que jamais haviam sido encontrados no subsolo brasileiro. As reservas de tálio existentes em Barreira (BA) já foram certificadas pelo Departamento Nacional de Proteção Mineral e a exploração comercial se inicia em 2012. “Estamos prontos para começar a operar”, conta. Trata-se de um negócio que pode render, no mínimo, cerca de R$ 100 milhões, por ano. O valor leva em conta a cotação do grama do metal, US$ 6, multiplicado pela reserva de 60 toneladas identificada em uma área de 700 hectares.
Como o Projeto Rio de Ondas, nome de batismo do empreendimento, abrange 44,1 mil hectares, a expectativa é de que a reserva total de tálio supere as vendas da China e do Cazaquistão, os dois únicos produtores mundiais. “Em um primeiro momento, estamos aptos a atender a demanda mundial por seis anos”, afirma Herinaldo Costa, diretor da Itaoeste. Entre as opções de Olacyr para financiar a empreitada consta a associação com um parceiro estratégico da área de mineração. Ele seria o encarregado de dar o suporte tecnológico para a retirada e beneficiamento do tálio. Outra alternativa é o levantamento de recursos junto a fundos de investimentos ou consumidores, em troca do fornecimento futuro de matéria-prima.
O setor de mineração entrou na vida de Olacyr quase por acaso. Como jamais pensou em pendurar as chuteiras, ao mesmo tempo em que tratava de zerar as pendências com os credores ele procurou uma alternativa para se manter na ativa. A Itaoeste surgiu em 2002 e seu objetivo era prospectar calcário para uso na agricultura. Em vez disso, em 2008, seus técnicos encontraram reservas de manganês contendo cobalto e tálio em seu interior. “Foi um golpe de sorte”, diz Olacyr. “O tálio é tão raro que nem é procurado.” Desde então, ele já investiu cerca de US$ 20 milhões em estudos e prospecções. Hoje, sua empresa dispõe de 100 alvarás de pesquisa para áreas espalhadas nos Estados da Bahia, do Piauí e de São Paulo.
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Reconhecimento: Olacyr se emocionou ao ser homenageado por Lula (à esq.) na inauguracão da ferrovia Ferronorte
Uma delas, o Projeto Itaoca 2, situado no município de mesmo nome, em São Paulo, também se mostra bastante promissora. Lá existem estudos que indicam a existência de volastonita, vendida por US$ 250 por tonelada. Seu grande atrativo é a versatilidade. Pode ser usado desde a agricultura, na correção de solos desgastados, até na indústria de tintas, como estabilizantes passando pelo segmento automotivo onde é empregado na produção de para-choques de plástico. Para Costa, diretor da Itaoeste, ainda é prematuro para falar do valor econômico dessa reserva. Contudo, os demais parques minerais em fase de prospecção têm potencial de gerar frutos por um período mínimo de 30 anos.
O portfólio inclui desde titânio e ferro, no Piauí, além de ouro, prata, tungstênio, fosfato, calcário para cimento e pedras ornamentais como granito preto e mármore, em São Paulo. Estimativas do mercado dão conta que apenas estes dois últimos podem render o equivalente a
R$ 200 milhões. Olacyr tem consciência de que não terá tempo de ver essa empreitada se materializar integralmente. “Hoje, minha grande limitação é a idade”, resigna-se. Apesar de gozar de boa saúde. Ele faz check-ups regulares, não fuma, não bebe e se alimenta com parcimônia, o empresário sabe que o relógio do tempo não joga exatamente a seu favor.
Mesmo assim, ele se recusa a sair de cena. Acorda às 6 horas da manhã, lê ao menos três publicações, entre jornais e revistas, e chega ao escritório por volta das 8 horas, onde passa a manhã lendo relatórios e despachando com executivos. Almoça em casa, nas imediações do escritório, e volta à sede da Itaoeste para terminar a jornada diária. Quatro vezes por semana ele vai para as baladas, sempre na companhia de belas mulheres. “A vida é curta e me recuso a ficar em casa como um velho recluso”, diz o ex-rei da soja, do algodão, do milho e da cana. “Gosto da companhia de gente jovem e bonita.”
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Entrevista:
“Quero ser o rei do minério – e das meninas”
Prestes a anunciar sua volta ao mundo empresarial, Olacyr de Moraes falou à DINHEIRO
Qual é a sensação de voltar a fazer algo inovador?
Posso dizer que vejo este momento com grande satisfação. Nesta altura da minha vida, o mais importante não é o dinheiro, mas sim o desejo de realizar coisas pelo Brasil.
O que o levou a apostar na mineração?
Sempre fui ligado à agricultura e achei que deveria investir em calcário. Por sorte, prospectamos áreas onde existem minerais que, de tão raros, não são sequer procurados no Brasil, como o tálio e a volastonita.
Quando foi isso?
Começamos a atuar em 2004. Contudo, a burocracia do Ibama e do Departamento Nacional de Pesquisas Minerais, na concessão das licenças, atrasou demais os projetos.
O sr. tem dinheiro para desenvolver essas jazidas?
Pretendo me associar a investidores brasileiros e estrangeiros dispostos a apostar no negócio. As perspectivas são muito positivas neste sentido. Porque dispomos de reservas importantes de vários minerais nobres e também de um portfólio diversificado.
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Qual é a sua ambição nessa área?
Quero ser o rei do minério. E das meninas, é claro!
Como o sr. avalia o governo da presidente Dilma?
Trata-se de uma pessoa muito bem preparada e bem intencionada. Vejo que está enfrentando obstáculos enormes para manter a economia nos trilhos. Pelo menos, hoje, o Brasil é a bola da vez, o que facilita um pouco as coisas.
O sr. se arrepende de algo em sua trajetória empresarial?
Não. Sempre fiz o que julguei ser importante para meu País. Mas é certo que paguei o preço do pioneirismo, em várias áreas. Na década de 1950, falar em investir em agricultura no Cerrado era motivo de piada. Provei que era possível e hoje a região é o maior celeiro de grãos do Brasil.
Ainda existem empreendedores visionários no Brasil?
St Malo praia
Sem dúvida. Admiro muito o Eike Batista. É uma pena que o sucesso, no Brasil, ainda desperte a inveja de algumas pessoas e ele certamente sofre com isso.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

LULA DOUTOR HONORIS

Lula recebe título de Doutor Honoris Causa da UFPE, UFRPE e UPE

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Sob aplausos e palavras de emoção, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, hoje (22), o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e da Universidade de Pernambuco (UPE). A cerimônia foi realizada no Teatro de Santa Isabel, no centro do Recife.

O reitor da UFPE, Amaro Lins, considerou a homenagem um reconhecimento às realizações de Lula durante os dois mandatos como presidente da República. “Ele fez a grande transformação no Brasil e teve a Educação como um dos pilares mais importantes para o desenvolvimento do País”, exaltou.

A solenidade seguiu a tradição do cerimonial universitário. Após a formação da mesa, presidida pelo reitor Amaro Lins e que teve como presidente de honra o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, o ex-presidente Lula foi conduzido ao palco pela Comissão de Honra, composta por nove pessoas, sendo três representantes de cada universidade. O governador proferiu o discurso panegírico, relatando a vida e as realizações do homenageado. “Poucos conseguiram como o senhor, presidente [Lula], interpretar a alma do povo brasileiro”, destacou Eduardo Campos. “Obrigado é a palavra que resume o sentimento dos pernambucanos”, concluiu.

A cerimônia prosseguiu com a leitura do termo indagativo, no qual os reitores das três universidades perguntaram ao homenageado sobre a aceitação do título. Após a concordância, houve a leitura dos atos e resoluções que concederam o título de Doutor Honoris Causa. Em seguida, o ex-presidente vestiu a samarra e recebeu o capelo e o diploma das mãos do reitor Amaro Lins. As “vestes talares” na cor vermelha simbolizaram a área de Ciências Humanas.

Em discurso emocionado, o ex-presidente Lula falou sobre a alegria de receber o título de Doutor Honoris Causa em sua terra natal. “O dia de hoje, para mim, será inesquecível. Vocês não podem imaginar o que ele significa para um pernambucano retirante como eu, que não teve as oportunidades escolares que todo jovem deveria ter, mas que sempre acreditou no potencial libertador da Educação”, afirmou. “Vou guardar esses três diplomas em um lugar muito especial do meu coração”, destacou.

Lula também falou sobre o crescimento alcançado pelo Brasil nos últimos anos, além dos investimentos na área de Educação e em infraestrutura responsáveis pela melhoria da qualidade de vida da população. “A gente não governa um país apenas com a racionalidade, mas também com o coração”, garantiu.

A concessão do título pela UFPE foi aprovada pelo Conselho Universitário no dia 5 de novembro de 2002, logo após a eleição de Lula para presidente da República, mediante proposta do então reitor Mozart Neves Ramos. A proposta foi endossada pelo Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), por meio do então diretor Antônio Jorge de Siqueira. De acordo com o professor Mozart Ramos, o título é um “reconhecimento pelo trabalho que Lula fez ao longo de oito anos para as universidades públicas”.

A UFPE foi a primeira universidade a fazer esta homenagem a Lula, razão pela qual a cerimônia foi presidida pelo reitor Amaro Lins. Os demais títulos foram concedidos em 2003, pela UFRPE, e em 2009, pela UPE. Os títulos foram entregues somente agora por decisão do próprio Lula, que preferiu receber homenagens desta natureza apenas depois de deixar a Presidência da República. O título de Doutor Honoris Causa é atribuído à personalidade que tenha se distinguido pelo saber ou pela atuação em prol das artes, das ciências, da filosofia, das letras ou do melhor entendimento entre os povos.



CONVIDADOS – A cerimônia contou com a participação de autoridades acadêmicas, professores universitários, estudantes, servidores técnico-administrativos, políticos e personalidades. A mesa foi composta pelo governador Eduardo Campos; pelo ex-ministro da Ciência e Tecnologia e professor Emérito da UFPE, Sergio Rezende; pelo pró-reitor para Assuntos de Pesquisa e Pós-Graduação da UFPE e reitor eleito para a próxima gestão, Anísio Brasileiro; pelo presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Guilherme Uchôa; pelos senadores Humberto Costa e Armando Monteiro Neto; pelo vice-governador de Pernambuco, João Lyra Neto; pelo prefeito do Recife, João da Costa; e pelos reitores Amaro Lins (UFPE), Valmar Corrêa (UFRPE), Carlos Calado (UPE) e padre Pedro Rubens (Universidade Católica de Pernambuco – Unicap).

Entre os convidados da solenidade estavam o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, o escritor e professor emérito da UFPE Ariano Suassuna, e a também professora emérita da Universidade Silke Weber.

LIVROS SUSPENSES E LUCROS

Nova York - James Patterson é o escritor mais bem pago do mundo, graças a seus populares romances de suspense, que lhe garantiram no último ano US$ 84 milhões, segundo um novo ranking publicado nesta quinta-feira no site da revista Forbes.


Em uma época complicada para o mercado do livro pela queda de vendas de exemplares em papel, Patterson ganhou nestes meses US$ 14 milhões a mais que no ano passado, quando já ocupava o primeiro posto da lista elaborada pela revista econômica.

Patterson, que construiu um autêntico império literário com seus livros e outros produtos como adaptações para televisão e histórias em quadrinhos, ganhou de maio de 2010 a abril de 2011 mais que o dobro do que a segunda colocada da lista, Danielle Steel, que embolsou US$ 35 milhões nesse período.

Os autores mais ricos têm em comum uma inclinação pelas tramas de fantasia ou mistério, mas também sua habilidade para criar sagas e produtos derivados, como adaptações para o cinema ou televisão.

É o caso do autor que ocupa o terceiro lugar da classificação: Stephen King, um dos mais adaptados na pequena e na grande tela, que ganhou que US$ 28 milhões entre maio de 2010 e abril de 2011.

King é seguido por Janet Evanovich (US$ 22 milhões) e Stephenie Meyer, que embolsou US$ 21 milhões graças às vendas dos romances da saga "Crepúsculo" e de suas versões cinematográficas.

A Forbes explicou que elaborou o ranking - composto este ano por 13 nomes - baseado em números de vendas recolhidos pela Nielsen Bookscan, dados remetidos pelas editoras ao site Publishers Weekly e várias informações obtidas de "numerosos agentes e editores".

A criadora das aventuras de Harry Potter, J. K. Rowling, ficou em último lugar na lista (US$ 5 milhões). No entanto, a receita da britânica poderia disparar a partir de outubro, quando começa a funcionar "Pottermore", um site no qual haverá uma loja virtual com material inédito, além de videogames e outros conteúdos.

LIVROS SEM LEITURA

Na Universidade Federal do Maranhão, 23% dos estudantes não leem um livro sequer durante o ano

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Getty Images/EXAME.com

Estudante Lendo Livro Biblioteca Faculdades

Quase 30% dos alunos da UFRJ não frequentam a biblioteca da instituição

São Paulo - Na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), 23,24% dos estudantes não leem um livro sequer durante o ano. De uma forma geral, a maioria dos universitários brasileiros não vai muito além disso: lê, em média, de uma a quatro obras por ano. É o que revela levantamento exclusivo feito pelo Estado a partir de dados divulgados pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).



Numa realidade diametralmente oposta, os estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) são ávidos por leitura: 22,98% deles leem geralmente mais de dez livros por ano. No Maranhão, um dos Estados mais pobres do País, esse índice é de apenas 5,57%.

No início do mês, a Andifes divulgou pesquisa feita com 19.691 estudantes de graduação de universidades federais de todo o País, apresentando números consolidados do panorama nacional. A partir do cruzamento de dados, foi possível mapear e distinguir os cenários regionais no tocante a hábitos de leitura, frequência a bibliotecas, domínio de língua inglesa e uso de tabaco, álcool, remédios e drogas não lícitas.

A UFMA, que lidera o ranking dos universitários que não leem nada, ficou em quarto lugar entre os menos assíduos à biblioteca da universidade - 28,5% dos graduandos não a frequentam. O primeiro lugar nesse quesito ficou com a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio): metade de seus alunos esnoba o espaço. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

velas e diamantes

A chama de uma vela gera 1,5 milhão de nanodiamantes por segundo. A descoberta foi feita pelo cientista Wuzong Zhou, professor de química da Universidade de St Andrews, Inglaterra, e pode ajudar na fabricação de diamantes mais baratos e sustentáveis.


Já se sabia que hidrocarbonetos existiam na base da chama da vela e eram convertidos em dióxido de carbono no topo. Mas os processos intermediários permaneciam desconhecidos. A descoberta nasceu graças a uma provocação. Zhou diz que foi instigado por um colega. "Ele me disse: 'É claro que ninguém sabe do que é feita a chama da vela.'", conta Zhou, em um comunicado na página da universidade. "Decidi aceitar o desafio."

Zhou conseguiu amostrar partículas da chama e encontrou todas as quatro formas conhecidas de carbono: diamante, grafite, fulereno (moléculas de carbono dispostas na forma de um icosaedro, poliedro de 20 faces) e carbono amorfo (moléculas de carbono sem forma definida). "Isso é surpreendente porque cada forma do carbono é normalmente criada sob diferentes condições e não no mesmo lugar, como observamos na vela", diz o pesquisador.

Zhou descobriu então que nanopartículas de diamante e fulereno se formam no centro da chama, junto com grafite e carbono amorfo. Descobriu também que as nanopartículas de diamante queimam rapidamente no processo e são logo convertidas em dióxido de carbono - um desafio para o aproveitamento do material. De qualquer forma, a descoberta de Zhou pode ajudar cientistas a entender como fabricar diamantes de forma mais eficiente.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

alquimia na mercadorias

A Polícia Federal realiza nesta quarta-feira uma megaoperação para combater fraudes ao Fisco. A ação, em parceria com o Ministério Público e a Receita Federal, já é considerada uma das maiores da história da PF e investiga 300 empresas. Para tanto, foram deslocados 600 agentes para três estados: Bahia, São Paulo e Minas Gerais.


Os agentes cumprem 31 mandados de prisão preventiva, 129 de busca e apreensão e 63 de condução coercitiva. A operação ainda apreende os bens de 62 pessoas físicas e 195 empresas. As empresas investigadas teriam desviado 1 bilhão de reais em impostos sonegados. As fraudes incluem não só empresas brasileiras como também internacionais, algumas com sede nas Ilhas Virgens Britânicas.

Os resultados da Operação Alquimia, porém, atingem um total de 17 estados brasileiros: Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe.

emergentes da Crise

A participação dos emergentes no PIB global vai aumentar

A afirmação é do economista-chefe do Bradesco, Octavio de Barros, em entrevista exclusiva à DINHEIRO, na qual avalia o cenário econômico mundial

Por Carla Jimenez

O susto que o mercado financeiro tomou, na semana passada, com o rebaixamento da nota de risco dos Estados Unidos, tem efeito limitado para o Brasil, que vive um quadro de visibilidade e previsiblidade inéditas, avalia Octavio de Barros, economista-chefe do Bradesco. Barros acredita que o País tem reservas suficientes para gastar contra a crise atual. E não se trata das reservas cambiais, de US$ 350 bilhões, colchão financeiro que o governo pode utilizar para proteger sua moeda. "Refiro-me a reservas de juros altos e compulsórios elevados", disse o economista à DINHEIRO. Do lado do setor privado, o Brasil também vive o privilégio de uma inércia positiva pela expansão de negócios. "Estamos vivendo, hoje, o mais difuso ciclo de investimento das últimas décadas, com cerca de 80% de todos os setores de atividade no em processo de investimento, desprezando em grande medida o cenário conjuntural.", diz Barros. "Estão olhando 10 anos à frente". O fato de o País exportar para os países nos quais a demanda é crescente também favorece o cenário brasileiro. "É um privilégio", lembra ele.

Leia a seguir a entrevista exclusiva para a DINHEIRO:

O senhor acredita que a França possa ser a bola da vez e ter uma redução de nota de risco, hoje em AAA?

Não. A França é “triplo A” merecidamente, assim como os Estados Unidos deveriam continuar sendo classificados com a graduação máxima de risco de crédito. Não é bola da vez coisa nenhuma. Isso não faz sentido, na minha modesta opinião. Vejo uma caça às bruxas dos mercados em relação à Europa, devido ao modelo de proteção social equivocadamente percebido como falido. Somente alguns países da Europa emergente tiveram, graças ao euro, um belo almoço grátis nos últimos anos. Mas isso não se aplica a nações maduras como a França. Reconhecer que ajustes fiscais são muito necessários na Europa não significa que os países europeus vão quebrar ou vão jogar a sujeira para baixo do tapete. Os governos europeus são mais sérios no enfrentamento de problemas do que muita gente supõe. Regimes de proteção social fiscalmente financiáveis reduzem substantivamente a volatilidade do PIB.

Quais são os riscos efetivos contra os bancos europeus, que têm sido alvo de 'ataques' em função do número de títulos púbicos em seu poder?

Não vejo qualquer problema sistêmico com os bancos europeus. Temos acompanhado isso com lente de aumento. Os que têm problemas, todo mundo conhece o nome, telefone e endereço. Estão se enquadrando graças à eficiente ação regulatória bancária européia. Estão vendo pêlo em ovo nos bancos europeus. Podem até encontrar um ou outro banco regional pequeno com problemas graves, mas nada sistemicamente relevante.O Banco Central Europeu (BCE) está operando bem nessa fase mais difícil de custo de captação alto.

Há riscos dessa eventual crise bancária contagiar os bancos brasileiros?

Hipótese simplesmente nula. Os bancos brasileiros são os melhores do mundo em termos de Basiléia, provisões e pesadamente supervisionados e isso não é de agora. São bastante conservadores. Discussões de bolha de crédito têm sido caricatas. No Brasil, desalavanca-se muito rapidamente. O prazo dos empréstimos é bastante curto.

Depois do rebaixamento da nota de risco dos EUA e da crise financeira que se seguiu, o mundo está dividido entre os que acreditam numa Grande Recessão ou num menor crescimento das economias desenvolvidas. Qual é a sua opinião?

Nada de grande recessão, mas sim um período significativo de crescimento modesto nos países desenvolvidos. Ninguém sabe qual é a faísca que vai recolocar em funcionamento o motor dos países desenvolvidos. Faltam vetores de dinamismo para as economias maduras. Coisa que não falta nos emergentes, que se destacarão ainda mais daqui para frente ganhando ainda mais “market share” no PIB mundial. A política monetária e a fiscal não podem fazer praticamente nada nas nações maduras. E a China, mesmo mantendo-se como principal locomotiva (o Brasil agradece), não poderá colaborar como no pós-2008.

Se houver Grande Recessão, o que acontecerá com o Brasil? Quais os riscos e oportunidades?

Grande recessão: não sei o que significa isso. Sinceramente, acho que estão meio que fabricando essa ideias de “grande crise”. Não está no meu radar nada muito diferente de um ciclo de uns dois ou três anos de ajuste profundo nas economias maduras que crescerão modestamente. Oportunidades sempre existem, sobretudo para um país como o Brasil que circunstancialmente estão muito mais arrumados apesar de todos os problemas pendentes.

E se houver um crescimento menor?

Crescimento menor é bastante lógico. Mas algo em torno de 3,5% e 4% de crescimento, nesse contexto, é show de bola. Além disso, o Brasil tem reservas acumuladas que poderá utilizar em um cenário de estresse. Não pense que estou falando de reservas cambiais. Refiro-me a reservas de juros altos e de compulsórios elevados.

Teremos efetivamente uma pressão menor sobre a inflação e maior manobra para redução de juros com a crise atual?

Parece-me consenso que, caso a crise seja pior do que se imagina, o mix de política econômica como resposta ao problema será antagônico ao verificado no pós-Lehman Brothers, que quebrou em 2008. Dessa vez, acho que o fiscal poderá até ser melhorado em termos de ajuste para que os juros caiam com mais profundidade e velocidade. Não vejo o real se depreciando muito, o que poderia dificultar esse cenário.

Qual é o efeito prático dessa irônica corrida para os títulos do Tesouro americano, depois da crise anunciada com o rebaixamento? De que modo a economia e o governo americano se beneficiam?

Ficou claro que o rebaixamento dos Estados Unidos não foi legitimado pelos mercados, apesar da volatilidade gerada. Temos como demonstrar que as agências de risco têm comportamento pró-cíclico, ou seja, sempre seguem os mercados. Dessa vez isso não ocorreu, o que trará possivelmente muitas reflexões e debates sobre o que De Gaulle chamava de “privilégio exorbitante” nesse caso de julgamento por parte das agências. A demanda por títulos americanos aumentou com o rebaixamento. O governo americano não se beneficia com nada nessa fase apesar do baixo custo de financiamento. Ele precisa urgentemente desenhar incentivos para que a confiança dos agentes econômicos volte.

O Brasil tem hoje um endividamento bruto em relaçao ao PIB de quase 60%. Os países europeus e os EUA têm acima de 80%, tendo alguns países mais de 100%. Já há quem aponte o 60% como o limite aceitável. É possível estabelecer um limite padrão?

Acho também que esse episódio do rebaixamento dos EUA traz um holofote definitivo para a responsabilidade dos governos em relação ao endividamento público. Considero que países como o Brasil, que têm uma situação de dívida como proporção do PIB bem mais favorável, deveriam zelar por esse verdadeiro patrimônio e, de preferência melhorar ainda mais essa posição fiscal. Isso, definitivamente, nos diferenciaria dos demais países pensando na necessidade de confiança global na economia para um crescimento sustentado. Acho que nosso nível hoje, de 55,9% de dívida bruta e de 39,7% de dívida líquida como proporção do PIB, causam inveja a dezenas de países, mas pode e deveria melhorar ainda mais.

Quais fatores determinam esse limite de endividamento?

Não existe regra para esse tipo de tema. Há um bom senso de verificar que há uma oportunidade histórica de se diferenciar que nos foi dado de presente. Suspeito que a opção por um fiscal austero prevalecerá nesses próximos anos, a despeito das novas pressões de determinados gastos com renúncia fiscal e com salário mínimo. O contexto global favorece isso.

O economista Jim O´Neill, do Goldman Sachs, avalia que o crescimento dos BRICs continuará, sempre apoiado no mercado interno. O senhor concorda?

Qualquer um concorda. Enquanto houver um excesso de oferta de produtos manufaturados no mundo puxando a inflação para baixo, não há muita escapatória. Tem que focar na demanda doméstica. Até a China passará a focar um pouco mais na sua demanda interna. O Brasil, além de ter um belo mercado de consumo em franca transformação, exporta para os países onde há demanda crescente. Cerca de 64% das exportações brasileiras se destinam a regiões que crescem muito. Isso é um privilégio nos tempos atuais.

Até que ponto a China será o contraponto do mundo, uma vez que ela continua equilibrando a demanda global, ao menos de commodities, área na qual o Brasil tem vantagens competitivas?

A China não vai exercer o contraponto como fez em 2008. É claro que continuará sendo a principal locomotiva, mas ela tem um monte de outras preocupações nesse momento. A China continuará sendo a salvação da lavoura e da mineração brasileiras. Na verdade, não apenas a China, mas a Ásia como um todo. Não podemos esquecer que, por sorte, o Brasil produz e vende exatamente aquilo que o mundo que cresce está demandando: commodities. É só fazer as contas, as commodities e as chamadas “quase-commodities” (matérias-primas levemente manufaturadas) representam atualmente 70,2% de todas as exportações brasileiras.

É possível manter um círculo virtuoso apenas com o mercado interno por alguns anos, diante das perspectivas de um futuro letárgico para os demais países?

O Brasil está vivendo hoje o mais difuso ciclo de investimento das últimas décadas. Esse é o grande vetor de crescimento brasileiro e também das pressões de demanda que temos. Cerca de 80% de todos os setores de atividade no Brasil estão em processo de investimento, desprezando em grande medida o cenário conjuntural. Estão olhando 10 anos à frente. Mesmo a política monetária está afetando pouco o investimento que é uma típica variável cíclica. As pressões no mercado de trabalho traduzem isso. Imagine praticamente todos os setores de atividade pressionando o mercado de trabalho e de bens ao mesmo tempo. Isso gera o chamado bom problema. Por isso, a opção preferencial do governo passa a ser a contenção do consumo das famílias via crédito e os gastos correntes do governo para que o investimento seja preservado. O mundo entendeu que mesmo com todos os problemas que temos de “custos de transação”, o Brasil adquiriu visibilidade e previsibilidade inéditas.

Como o senhor viu o anúncio da política industrial do governo Dilma, com o plano Brasil Maior?

Totalmente legítima e pertinente. Boas políticas com foco em investimentos e inovação. O custo fiscal do programa em termos de renúncia fiscal é relativamente baixo. Espero que seja possível mobilizar cada vez mais o setor privado que está salivando para entrar com tudo em projetos de infraestrutura. Vejo como prioritário que tenhamos uma enxurrada de concessões nessa área. Muita gente critica políticas industriais em função de experiências realmente não muito exitosas do passado, mas na situação atual, o mais ortodoxo dos economistas apoiaria a iniciativa. O setor industrial está redesenhando o seu modelo de negócios de forma substantiva. Precisamos urgentemente aumentar o estoque de capital e a produtividade da economia. Acho igualmente legítimas as medidas na área cambial, em que pesem alguns problemas operacionais que talvez precisem ser ajustados. Diante da penúria de oportunidades de negócios no mundo os capitais seguirão desembarcando aqui de mala e cuia.

A crise de 2009 favoreceu a maior internacionalização de empresas brasileiras, que foram às compras no exterior de empresas em dificuldades. Será que teremos uma nova rodada?

A internacionalização é um processo histórico que vai continuar. As empresas que exportam ou que pretendem voltar a exportar buscam uma presença ativa de marca em determinados mercados. As empresas brasileiras de médio e grande porte têm essa visão estratégica e tentem a avançar cada vez mais no exterior. Principalmente com o poder de compra fortalecido do real.


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

bancos em crises cabeças doendo de perdas

ATAQUES TEMPORARIOS AOS BANCOS-CRISE A VISTA E A PRAZO

sexta-feira, 12 de agosto de 2011 00:03 BRT


Um operador acompanha cotações no computador


Ao chegar à capital argentina na quinta-feira, ele explicou que os ministros criarão "uma comissão de países para estudar como fortalecer o Flar ou outros mecanismos" e acrescentou que "amanhã (sexta-feira) deveremos ter resultados."

Contudo, afirmou que "não é fácil criar um mecanismo" de forma imediata e que "nós podemos amanhã (sexta) definir um protocolo de intenções para criar um mecanismo para fortalecer o Flar", embora considerou que o mecanismo dos países asiáticos de "swaps" de moedas "é mais forte".

"Temos que pensar em algo maior que o Flar para proteger financeiramente nossos países, algo como fizeram os países asiáticos, que fazem 'swaps' entre eles", disse Mantega.

O Fundo Latino-Americano de Reservas, com sede em Bogotá, foi criado em 1978 e está formado atualmente por Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Equador, Peru, Uruguai e Venezuela, segundo informações de sua página na Internet.

A entidade, que tem o objetivo de blindar seus integrantes contra as dificuldades financeiras, capta recursos no mercado e emite títulos.

(Reportagem adicional de Alejandro Lifschitz e Luis Henao)Ao chegar à capital argentina na quinta-feira, ele explicou que os ministros criarão "uma comissão de países para estudar como fortalecer o Flar ou outros mecanismos" e acrescentou que "amanhã (sexta-feira) deveremos ter resultados."

Contudo, afirmou que "não é fácil criar um mecanismo" de forma imediata e que "nós podemos amanhã (sexta) definir um protocolo de intenções para criar um mecanismo para fortalecer o Flar", embora considerou que o mecanismo dos países asiáticos de "swaps" de moedas "é mais forte".

"Temos que pensar em algo maior que o Flar para proteger financeiramente nossos países, algo como fizeram os países asiáticos, que fazem 'swaps' entre eles", disse Mantega.

O Fundo Latino-Americano de Reservas, com sede em Bogotá, foi criado em 1978 e está formado atualmente por Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Equador, Peru, Uruguai e Venezuela, segundo informações de sua página na Internet.

A entidade, que tem o objetivo de blindar seus integrantes contra as dificuldades financeiras, capta recursos no mercado e emite títulos. ========

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O Wal-Mart contratou o banco UBS para assessorar o grupo varejista, que considera uma possível oferta pelas operações do Carrefour no Brasil, afirmou uma fonte próxima ao assunto nesta quinta-feira.



O Wal-Mart não quis comentar o assunto, enquanto representantes do Carrefour não estavam imediatamente disponíveis para comentários.

A empresa norte-americana não teria iniciado discussões com o Carrefour e nenhum acordo estaria próximo, segundo a fonte. O Wal-Mart, em vez disso, teria contratado um time de assessores para explorar uma potencial oferta, ainda de acordo com a fonte.

O presidente-executivo da maior varejista do mundo, Mike Duke, tem apontado a expansão internacional como fundamental para o crescimento do Wal-Mart, em meio aos desafios enfrentados pela rede nos Estados Unidos. O Brasil é um dos países que vêm sendo citados por ele.=====

As reservas internacionais brasileiras superaram pela primeira vez na história a marca de 350 bilhões de dólares, de acordo com dados do Banco Central (BC) divulgados nesta quinta-feira.

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Com base no conceito liquidez internacional, as reservas alcançaram 350,881 bilhões de dólares na véspera, valor recorde.

O número representa um crescimento de quase 70 por cento frente aos 206,486 bilhões de dólares registrados no final de setembro de 2008, mês em que a crise global se agravou.

Na época, o BC utilizou os recursos para prover liquidez ao sistema financeiro, abalado pela crise de confiança. Em maio de 2009, o BC retomou as compras de moeda estrageira no segmento à vista --para tentar conter a queda do dólar--, reimpulsionando as reservas.

Desde então, houve um salto de 145,305 bilhões de dólares no colchão. Apenas em 2011, o BC já adquiriu mais de 45 bilhões de dólares via as compras à vista, segundo dados relativos até sexta-feira passada.

Autoridades do governo têm feito coro sobre a importância das reservas internacionais como um dos anteparos do Brasil para enfrentar a recente turbulência nos mercados financeiros.

A presidente da República, Dilma Rousseff, o ministro da Fazenda Guido Mantega, e o presidente do BC, Alexandre Tombini, vêm reiterando que as reservas são um dos instrumentos que permitirão ao Brasil manter-se firme caso haja uma deterioração no cenário internacional, lembrando que o país atualmente está mais bem preparado para absorver choques externos do que em 2008.

O governo brasileiro tem um cordão de isolamento de pelo menos R$ 1,1 trilhão para proteção da economia contra os efeitos de um agravamento maior da crise internacional. Esse colchão é formando pelo dinheiro que o Tesouro Nacional tem em caixa para rolar a dívida pública, os depósitos compulsórios recolhidos pelo Banco Central (BC) e os dólares das reservas internacionais. Essa proteção é quase 40% maior do que o governo tinha às vésperas da crise de 2008.

(Reportagem de José de Castro)


Já o dinheiro dos compulsórios - R$ 416,79 bilhões - poderá ser liberado pelo BC para garantir crédito no mercado interno e oferta de recursos em reais na economia, caso os bancos se retraiam e parem de emprestar dinheiro entre si e para os clientes. Já os dólares das reservas (US$ 350,9 bilhões ou cerca R$ 570 bilhões, ao câmbio de hoje) podem garantir leilões de linha de crédito para manutenção das operações de comércio internacional, como foi feito pelo BC em 2008, e evitar desvalorização do real.

Segundo a reportagem apurou, no caixa do Tesouro estão depositados cerca de R$ 200 bilhões. Esse dinheiro, chamado no jargão econômico de "colchão de liquidez", é para ser usado exclusivamente no pagamento de títulos do Tesouro que estão vencendo. Em caso de necessidade, o governo pode parar de ofertar novos papéis em seus leilões semanais para se financiar. Os recursos em caixa são suficientes para o Tesouro ficar sem vender um único título até o fim de janeiro, mês em que há maior concentração de vencimentos de papéis.

O ex-diretor do Banco Central e economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio, Carlos Thadeu de Freitas, considera importante o Brasil ter defesas reforçadas neste momento de crise e incertezas. Mas avalia que, diferentemente de 2008, esses colchões não deverão ser acionados imediatamente, caso haja um agravamento do quadro. Segundo ele, como o cenário contempla maior preocupação com o nível de atividade, o BC deverá inicialmente baixar a taxa de juros básica (Selic), que está em 12,50% ao ano e tem mais poder para ativar a economia, antes de usar as reservas em reais e dólares.

Freitas considera que, se for mesmo necessário recorrer a esses colchões, o primeiro a ser utilizado é a reserva internacional, garantindo oferta de dólares para o setor exportador e contendo possíveis disparadas da moeda americana ante o real. Os depósitos compulsórios só deverão ser acionados caso a oferta de dinheiro em reais fique parada nos bancos, sem circular na economia, o chamado "empoçamento de liquidez". "O compulsório não será tão importante quanto em 2008", ponderou.

Quando ao colchão de liquidez do Tesouro, o economista considera que, em caso de alta volatilidade do mercado, essa reserva de recursos permite que o governo passe um bom tempo sem emitir títulos caso o mercado não queira os papéis do governo ou cobre demais para adquirir os papéis. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

BUENOS AIRES (Reuters) - Ministros das Finanças sul-americanos devem entrar em acordo na sexta-feira para criar um fundo anticrise ou reforçar o existente Fundo Latino-Americano de Reservas (Flar) a fim de garantir a assistência financeira às nações com desequilíbrios, disseram autoridades na quinta-feira.

O ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega, disse a jornalistas que os ministros, que irão se reunir em Buenos Aires para avaliar uma defesa comum diante das turbulências nos mercados globais, poderão decidir incorporar as duas maiores economias sul-americanas --Brasil e Argentina-- ao Flar.

"Vamos conversar sobre a entrada de novos países ao Flar, como Argentina ou Brasil, para que aumente o poder de fogo do Flar", disse Mantega, acrescentando que os ministros analisarão também os mecanismos de "swaps" de moedas usados na Ásia desde 2010 como proteção anticrise.

Mas os ministros também poderão decidir criar um novo fundo, sinalizou à Reuters o vice-ministro da Economia da Argentina, Roberto Feletti.

"Não se está falando de cifras neste momento. A região tem mais de 500 bilhões de dólares de reservas, por isso os bancos centrais têm forte capacidade de intervenção frente a movimentos especulativos", explicou.

Feletti disse que, além disso, os ministros buscarão na sexta-feira "fortalecer instituições bancárias de desenvolvimento da região como a CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina), acelerar a constituição do Banco del Sur e avançar em um esquema de multilateralismo de pagamentos."

PROTEÇÃO FINANCEIRA

Mantega destacou que a criação de um fundo de proteção anticrise é uma tarefa difícil no curto

prazo.




Bolsa de Seul

RESERVAS DE DINHEIRO DO BRASIL

350

As reservas internacionais brasileiras superaram pela primeira vez na história a marca de350 bilhões de dólares, de acordo com

dados do Banco Central (BC) divulgados nesta quinta-feira.

Com base no conceito liquidez internacional, as reservas alcançaram 350,881 bilhões de dólares na véspera, valor recorde.

O número representa um crescimento de quase 70 por cento frente aos 206,486 bilhões de dólares registrados no final de setembro de 2008, mês em que a crise global se agravou.

Na época, o BC utilizou os recursos para prover liquidez ao sistema financeiro, abalado pela crise de confiança. Em maio de 2009, o BC retomou as compras de moeda estrageira no segmento à vista --para tentar conter a queda do dólar--, reimpulsionando as reservas.

Desde então, houve um salto de 145,305 bilhões de dólares no colchão. Apenas em 2011, o BC já adquiriu mais de 45 bilhões de dólares via as compras à vista, segundo dados relativos até sexta-feira passada.

Autoridades do governo têm feito coro sobre a importância das reservas internacionais como um dos anteparos do Brasil para enfrentar a recente turbulência nos mercados financeiros.

A presidente da República, Dilma Rousseff, o ministro da Fazenda Guido Mantega, e o presidente do BC, Alexandre Tombini, vêm reiterando que as reservas são um dos instrumentos que permitirão ao Brasil manter-se firme caso haja uma deterioração no cenário internacional, lembrando que o país atualmente está mais bem preparado para absorver choques externos do que em 2008.

O iene barato em vista

Ministro das Finanças japonês, Yoshihiko Noda, anunciou quarta-feira pela manhã uma série de medidas extraordinárias para ajudar as empresas japonesas para combater o alto preço do iene, que as margens de flange e sabota a sua competitividade nos mercados externos.

Facilidades financeiras será concedido a eles por meio da criação de um fundo especial de 100 bilhões retirados da reserva, para incentivá-los a investir no exterior aproveitando o iene forte, para adquirir empresas e recursos naturais, a fim de fortalecer suas atividades, disse o ministro.

Além disso, o governo vai pedir aos jogadores no mercado de câmbio para relatar as suas reservas de divisas para o final de setembro.

A moeda japonesa atingiu recentemente seu mais elevado do pós-guerra em relação ao dólar, enfraquecido pela suspiros da economia dos EUA -. (AFP)