quinta-feira, 13 de setembro de 2012

5 profissões do futuro


1-Investigador digital

A modalidade digital de crime evolui em bits e bites. Saber rastrear um criminoso na rede é uma habilidade valorizada para quem pretende trilhar o caminho da investigação policial.
“Cada vez mais é necessário o conhecimento do funcionamento das redes de comunicações e de como a informação trafega por elas”, diz Luciano Carneiro Paiva, delegado e professor do curso de investigação de crimes eletrônicos da Academia da Polícia Civil do Estado de São Paulo (Acadepol).
Por isso, de acordo com Paiva, as chances de destaque de profissionais do ramo de TI e de engenharia eletrônica são grandes. “Para descobrir o autor de um e-mail falso com uma ameaça, por exemplo, o policial precisa fazer todo o caminho inverso até chegar ao IP do computador de onde partiu originalmente a mensagem. Para isso, ele precisa estar familiarizado com a toda a rota da informação na rede”, diz.Rastrear criminosos na rede é tarefa para os investigadores digitais
]

2- Desenvolvedor de softwares

Atenção engenheiros de softwares: a habilidade em desenvolver programas de computador é uma promessa de carreira dentro da polícia, mas que já está sendo experimentada por alguns profissionais.

Nas cidades de Los Angeles e Santa Cruz, no estado americano da Califórnia, por exemplo, a polícia local já conta com um aliado digno de um filme de ficção. Trata-se do PredPol, um software que analisa estatísticas criminais, divide o mapa de patrulhas em áreas de 45 metros quadrados calculando a distribuição e frequência de crimes nessas regiões.

O “pulo do gato” deste software é a capacidade de informar as probabilidades de locais e horários dos crimes, o que permite um patrulhamento mais intensivo nos locais que concentram mais chances de ser alvo da criminalidade.
“É um tipo de programa que pode ser usado no Brasil, não requer muito dinheiro nem uma tecnologia complicada para os departamentos de polícia”, diz Donnie Fowler, um dos integrantes da equipe de desenvolvedores do PredPol.

O requisito, diz Fowler, é manter os crimes passados em um banco de dados. “Com isso a polícia pode fazer previsões que vão parar os crimes antes mesmo que eles ocorram, trazendo economia de dinheiro para o governo e salvando vidas”, diz Fowler.

A tendência é que este tipo de iniciativa seja mais comum nos próximos anos. Com mais softwares focados nas demandas do trabalho da polícia, a atuação de um profissional do setor se tornará mais apurada e ágil, preveem os especialistas.PredPol:software usado pelas polícias de Los Angeles e Santa Cruz, na Califórnia, prevê lugares em que há mais risco de ações violentas

4- Perito Ambiental

Além da área de informática, a demanda por pesquisadores da área ambiental deve crescer na polícia científica, diz Adilson Pereira, diretor do IC. “A área de análise de crimes ambientais está crescendo bastante. A nossa própria legislação também demanda desenvolvimento”, diz Pereira. “Neste contexto precisaremos de peritos qualificados para análise de ar, de solo de poluição aquática”, explica.

Segundo ele, a tendência é que haja a união da Polícia Científica a núcleos de pesquisa das universidades. “Não podemos abraçar todas as especialidades”, justifica.
Na opinião dele, químicos, engenheiros químicos, engenheiros florestais, biólogos devem ficar atentos às oportunidades dentro do trabalho da polícia científica. “Esses profissionais serão muito solicitados”, diz. Perito ambiental pode descobrir se um incêndio foi criminoso, por exemplo
]

5- Agente não-letal

A prioridade pelo uso de armas não letais (como bastão de choque, pistola taser, balas de borracha, spray de pimenta) é um caminho sem volta, na opinião do fundador e instrutor chefe do Centro Avançado em Técnicas de Imobilização (Cati), empresa de treinamento policial.
As aulas ministradas pelo Cati, por exemplo, oferecem aos policiais a possibilidade de controlar infratores sem o uso de agressão física. Na opinião dele, o futuro do trabalho policial passa necessariamente pela queda da letalidade das ações. “Quanto menos letal, melhor”, afirma. “O objetivo da polícia tem que ser proteger a sociedade em primeiro lugar, e não caçar bandido”.
“Os agentes que tiverem conhecimento e familiaridade com as armas não letais sairão na frente no que diz respeito ao trabalho policial”, diz.uso de arma não letal é o caminho
]
]Antes de finalmente receber o prêmio Nobel de Economia, os candidatos agraciados com a honraria costumam aparecer na lista dos possíveis vencedores por vários anos. Há mais de uma década, esse tem sido o caso de Paul Romer, que trabalhou 15 anos na Universidade Stanford antes de se transferir para a Universidade de Nova York em 2011.

Sua maior contribuição foi na área do crescimento econômico. Com modelos matemáticos, Romer conseguiu comprovar o importante papel dos avanços da tecnologia na expansão sustentada do PIB. Antes dele, vários economistas reconheciam que as inovações tecnológicas tinham uma participação no crescimento, mas não conseguiam incorporar esse dado à teoria econômica.
Foi Romer, um dos palestrantes do Fórum EXAME, em 14 de setembro, em São Paulo, quem acrescentou a variável “ideias” à receita composta de capital e trabalho. Da Suécia, onde foi participar de um simpósio da Fundação Nobel sobre crescimento, Romer concedeu a seguinte entrevista a EXAME.  
EXAME - Quais são os fatores mais importantes para o crescimento econômico?
Paul Romer - Essa é uma área em que é difícil tirar muitas conclusões que valem para todos os tipos de países. Ainda assim, a análise dos dados nos dá algumas lições valiosas. Quando olhamos para trás e comparamos o desempenho econômico de 50 países e um grande número de variáveis, o que salta aos olhos é o poder da educação.
Países com jovens que tiram boas notas nos testes internacionais, como os da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, têm bom desempenho econômico. É quase uma garantia. Essa correlação entre bons resultados nos testes internacionais e crescimento é, na verdade, uma ótima notícia para as pessoas que estão em cargos importantes dos governos.
EXAME - Por quê?
Paul Romer - Porque dão um objetivo bastante claro e executável. A meta é organizar as escolas para que os alunos saibam o que será exigido deles. Montar um plano desses e colocá-lo em prática é um bom teste para o país como um todo. De certa forma, isso funciona como um termômetro da capacidade de um governo mobilizar a população, montar um cronograma, se organizar e atingir objetivos.
]Quando funciona, setores de toda a sociedade são beneficiados. Não estou falando de coisas mais óbvias, como a melhora da mão de obra. Um sistema educacional caótico, sem ordem e respeito a regras não leva ninguém a lugar nenhum.

Quando esse sistema é reformado para a conquista de um objetivo, acaba tendo efeitos nas famílias e em lugares além dos muros das escolas. A sociedade como um todo fica mais organizada e previsível.
EXAME - Qual é o desempenho do Brasil nesse ponto?
Paul Romer - O Brasil, como a maior parte dos países latino-americanos, tem falhado em temas relacionados à educação. Mas o país se destaca num segundo aspecto que é crucial para o crescimento econômico.
Falo do percentual da população economicamente ativa que está empregada — principalmente no setor formal. Isso é importante porque o local de trabalho é uma grande fonte de conhecimento para os trabalhadores. É lá que muitos aprendem novas habilidades e se desenvolvem. Nesse sentido, o trabalho funciona como a continuação da escola.
EXAME - No Brasil, a educação já foi diagnosticada como crucial para o crescimento. A pergunta é: como melhorá-la?
Paul Romer - Um dos problemas mais comuns dos governos é olhar para o indicador errado. Suas taxas de matrículas podem ser altas, os anos de escolaridade dos jovens podem ser elevados, o percentual de pessoas nas universidades também. Mas não é isso o que mais importa.
O foco deve estar no que é medido nos testes internacionais. É esse ponto, segundo as pesquisas, que garante o crescimento econômico. Fora isso, as decisões governamentais para a área da educação precisam ser todas embasadas em dados objetivos. É preciso parar de medir o esforço e passar a medir apenas os resultados das políticas públicas.
Não importa tanto a energia e o dinheiro que estão sendo aplicados, mas se os objetivos estão sendo ou não atingidos. Pelo menos é isso o que apontam as análises que buscam desvendar os fatores detonadores do crescimento. 
EXAME - Quais os países que poderiam servir de modelo ao Brasil?
Paul Romer - Os avanços de Singapura na área da educação nas últimas décadas foram fantásticos. Também impressionaram os resultados dos jovens da cidade chinesa de Xangai nos últimos testes da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico. É verdade que se trata de apenas uma cidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário